Johnny delicadamente passa mais uma camada de pomada na pele machucada de Emanuele. A menina estremece levemente quando a ponta dos dedos do rapaz encostam nos ferimentos. Ele pede desculpas e tenta suavizar o impacto do contato, mas não há muito o que fazer. Os cortes vão doer por pelo menos alguns dias antes de fechar, e comparado à dor do nariz quebrado, aquilo não era nada.Quando a moça ia começar o relato de sua vida, o atencioso rapaz a interrompeu e decidiu que seria melhor ela fazer uso dos remédios, incluindo a pomada. Agora, por exemplo, a ex-ruiva engolia um analgésico.Depois que todo o procedimento acabou, a menina fechou os olhos e voltou a se deitar ao lado de Johnny. Era a primeira vez que falaria tudo, ao menos resumidamente, sobre como era conviver com o monstro que um dia chamou de mãe.Emanuele começa falando sobre o pai. Ela jamais o conheceu, mas sabia que ele ainda estava vivo em algum lugar. Essa conclusão foi fruto de uma pequena investigação na internet, hi
E de fato, eles não passaram aquela noite na casa dos pais de Johnny.Emanuele era grata por muitas das coisas maravilhosas que estavam acontecendo na sua vida, apesar de tudo. Uma delas era a amizade verdadeira que estava construindo aos poucos com Gustavo, Andrew, Amanda e Amora. Inclusive, as gêmeas estavam realmente empolgadas em ver ela e Johnny como um casal oficial.Afinal de contas, as duas concordaram em ceder a casa de festas que as duas tinham, a mesma casa em que a reunião aconteceu, para que pudessem passar uma noite tranquilos. Emanuele mandou um SMS dizendo a Joshua que não voltaria para o apartamento naquela noite, e que ele não precisava se preocupar. O irmão de Alexandra respondeu com um básico "ok".Dentro do carro, Johnny segurava a mão de Emanuele de forma delicada e firme, como fizera algumas horas atrás quando estavam saindo do hospital. Na outra mão estava uma pequena mochila com o que ele chamou de provisões. A moça resolveu não fazer nenhuma pergunta.Ver a
Se a dor do movimento não fosse insuportável, o queixo de Emanuele teria caído uns dois metros até o chão.O sorriso de Johnny não vacilou em nenhum momento. A moça sempre o achou atraente, mas nunca havia correlacionado a simpatia e carinho do rapaz com um corpo espetacular. Na verdade, a atração que sentia por ele era mais pelo seu caráter do que pelo físico.Ela estava totalmente nua na banheira. Ele entraria completamente nu também?Como se estivesse lendo seus pensamentos, Johnny colocou as duas mãos na cintura."É claro que vou precisar me livrar disso antes", argumentou ele, apontando para a cueca box.A moça do cabelo cor de mel subitamente ficou sem ar. Não de nervosismo, como pensou que ficaria, mas... De expectativa. Ela se sentia muito à vontade perto dele, e depois de toda a compreensão e perdão genuínos vindo dele, aquele parecia um passo compreensível a se tomar na trilha do relacionamento.Joshua era um homem mais velho que precisava de compreensão e apoio. Mesmo que e
Talvez seja a luz baixa do banheiro, ou efeito dos analgésicos, mas Emanuele é capaz de jurar que o brilho nos olhos do homem à sua frente são lágrimas.O rapaz obviamente está desconcertado. Ele bebe mais um gole do vinho e guarda a taça no chão. Seus braços grandes estão apoiados em cada lado da banheira. Emanuele observa quando suas expressões mudam drasticamente: indecisão, negação, aceitação. Johnny olha para ela, inclinando a cabeça para o lado antes de dizer:"Foi um... Acidente de percurso. Não era a minha intenção."Coçando a ponte do nariz, ele continua:"Inicialmente, tudo o que eu queria era a chance de me aproximar de você. Falar com você, conhecer você. Depois fomos nos aproximando cada vez mais, e quando vi, eu ansiava pelos dias e horas em que eu poderia te ver. Sempre que eu olho pra você... Eu te vejo brilhando, sabe? Como uma fênix."Emanuele sorri involuntariamente, a respiração acelerada. Johnny enxerga isso como um incentivo pra continuar falando:"Nossos amigo
Emanuele sempre se perguntou como seria perder a virgindade. Nos filmes e livros, a mocinha sempre escolhia alguém da qual era perdidamente apaixonada, e o casal se embolava nos lençóis entre beijos, carícias e movimentos suaves. Depois que tudo acabava, os dois ficavam agarrados um no outro, trocando juras de amor.Apesar de ela estar de fato se apaixonando por Johnny, no entanto, a moça dos cabelos cor de mel não queria ainda chegar aos finalmentes. Havia tempo para que eles dessem aquele passo, e não havia necessidade de apressar as coisas. As dores nas articulações e no nariz dela também atrapalharam bastante.Então mutuamente o casal decidiu que se daria prazer de forma conjunta, deitando-se na enorme cama de casal. Com as mãos, Emanuele e Johnny aprenderam como o outro gostava de ser tocado, o que fazia o outro gemer mais, suspirar e fechar os olhos. A moça gozou três vezes naquela noite graças a habilidade do lindo rapaz que estava ali com ela.Trêmula, Emanuele se surpreendeu
Emanuele para de comer no mesmo instante. Ela o encara silenciosamente, ponderando se deve mesmo expor seus pensamentos naquele instante, ou esperar um pouco e filtrar melhor as palavras.Johnny não parece abalado com a reação dela. Ao contrário, o homem ergue uma das sobrancelhas e abre um sorriso convidativo.Ela responde devagar:"Bom... Talvez. Relações podem ter momentos muitos bons... Mas também têm momentos muito ruins.""Tem razão." Ele bebe um gole do suco e continua comendo as omeletes. "Você acha que, no nosso caso, teríamos mais momentos bons do que ruins?"As bochechas de Emanuele estão tão quentes que ela poderia fritar ovos nelas. Ela se remexe na cadeira, sentindo-se um tanto quanto desconfortável, e olha para as paredes da cozinha."É difícil dizer.""Sério? Eu não acho. Acho que estaríamos bem quase cem por cento do tempo."Ela finalmente olha nos olhos dele ao perguntar:"Porque esse assunto surgiu tão de repente?"Johnny pondera a pergunta, coça o queixo e então co
Quando Johnny sobe, vê Emanuele sentada com o celular nas mãos, ainda sem coragem de se mexer, fazer ou dizer qualquer coisa. Ele nota a fisionomia assustada dela e se preocupa imediatamente:"Ei. Acontece alguma coisa?"Os olhos dela estão genuinamente assustados e alarmados quando ela diz, num fio de voz:"Alexandra está voltando da viagem."O rapaz cruza os braços:"Achei que ela nunca mais fosse voltar. Eu e Carlos até mesmo estávamos apostando quando ela daria a notícia de que ficaria por lá, onde quer que esteja.""Vocês não sabem pra onde ela foi?""Não, ninguém. Mas você disse que ela foi ver um parente distante, um membro da família, não é?"Emanuele assente e olha mais uma vez para a tela do celular, ainda sem coragem de ler aquelas duas frases tão curtas e precisas, mas ainda tão chocantes."Eu estarei aí amanhã de manhã. Tenho que preparar o meu irmão para o enterro."O homem que assombrou os sonhos de Joshua, que o fez ir para o reformatório, se reerguer do nada e conquis
O carro de Johnny parou em frente a calçada do prédio de Emanuele. Dolorida, a menina encostou no nariz quebrado, ainda enfaixado com o curativo especial. Ela olhou para o rapaz ao volante, franzindo o cenho de tensão. "Quer que entre com você?" A garota faz um sinal negativo com a cabeça. "Melhor não." Ele a beija delicadamente e segura em seu rosto, de forma protetora e segura. "Qualquer coisa, Emanuele. Qualquer grito, qualquer ameaça ou discussão, me ligue imediatamente." "Eu ligo, sim. Pode deixar." Ela faz menção de abrir a porta do carro, mas ele a detém colocando a mão em seu ombro. "Estou falando muito sério. Não hesite em me chamar." "Eu sei. Está tudo bem." Depois de um último beijo, ela finalmente coloca os pés para fora do automóvel. Mesmo assim, Johnny só dá a partida depois que a moça sobe os pequenos degraus até as enormes portas duplas do edifício. Dentro do elevador, Emanuele sentiu que seu coração estava acelerado, a pele suada e a respiração difícil. Entã