Fernanda Castellane:Sinto a carícia lenta dos lábios de Pietro no meu pescoço, quentes e possessivos, enquanto suas mãos exploram meu corpo com uma reverência que faz meu coração tropeçar dentro do peito.Ele massageia meu seio com a palma firme, o polegar roçando o mamilo que endurece sob seu toque. Minha respiração se acelera. Meu corpo se molda instintivamente ao dele, buscando mais, querendo mais.— Pi... — murmuro, entre um suspiro e outro.Ele interrompe o beijo e franze o cenho, buscando meu olhar.— Sim, amor? Algum problema? — pergunta, a voz rouca, carregada de desejo e preocupação.Por um instante, apenas o observo.Tão meu.— Quero que você se sente na poltrona — digo, firme, embora meu coração esteja disparado.Pietro pisca, confuso.— Por quê? — Questiona, arqueando uma sobrancelha, como se tentasse decifrar minha intenção.Sorrio de leve, provocando.— Apenas obedeça — minha voz desliza macia pelo quarto, mas carrega uma ordem inegável.Ele hesita.Sei que está acostum
Fernanda Castellane:Sinto os dedos de Pietro deslizarem pela minha fenda, brincando com as dobras macias e inchadas do meu sexo, enquanto minha pele parece pegar fogo a cada toque.A umidade que banha seus dedos é um testemunho silencioso de como estou entregue a ele, e, por um breve momento, percebo o vacilar do controle que Pietro tanto luta para manter.— Está tão molhada... — ele murmura junto à minha orelha, sua voz baixa e rouca de desejo. — Tudo isso só porque gozei na sua boca, amor?Mordo o lábio com força, tentando conter o gemido que ameaça escapar, enquanto sinto seus dedos passearem provocativamente sem nunca me dar exatamente o que quero.Ele apenas brinca, acariciando lentamente, deliberadamente, os grandes lábios.Meu corpo se arqueia involuntariamente em direção à mão dele, em busca de mais contato.Sinto o sorriso dele contra a minha pele, um sorriso carregado de malícia e posse. Então, finalmente, ele roça o polegar no meu clitóris, e o gemido que eu segurava escap
Pietro Castellane:O cheiro de sexo que fica no ar tão forte é um ótimo calmante. O corpo macio de Fernanda sobre o meu, sua respiração quente sobre mim.Tudo ainda parece irreal. Parece que a qualquer momento, essa felicidade que ela me traz vai acabar. Agora entendo o medo que os apaixonados sentem.Minha esposa traça círculos preguiçosos com a ponta do dedo no meu peito, e o quarto é preenchido apenas pela nossa respiração lenta e o som abafado do mundo lá fora. Minhas mãos acariciam distraidamente suas seus cabelos macios e cheirosos.— Com quem foi seu primeiro beijo? — Ela pergunta de repente, a voz suave.Abro um dos olhos, surpreso, as sobrancelhas franzidas.— De onde surgiu isso agora?Ela solta uma risadinha, cutucando meu peito de leve.— Não se deve responder uma pergunta com outra — retruca, sinto seu sorriso contra minha pele. — Eu perguntei primeiro.Ah mulheres, por que elas sempre fazem esse tipo de pergunta? Mas, até que Fernanda demorou de fazer.Sorrio de canto, f
Fernanda Mendonça:Concentre-se Fernanda. Você já passou por várias simulações na faculdade, respire fundo e ajude! — Pressão arterial subindo! — A voz da enfermeira corta o ar, carregada de tensão.— Precisamos acelerar — a obstetra declara, sua postura rígida transparecendo a gravidade da situação. Ela se volta para o anestesista. — Ela está estabilizada o suficiente?— Podemos começar — o anestesista responde com um breve aceno, embora o nervosismo esteja evidente em sua voz.Meu coração parece pular do peito quando o bisturi na mão da doutora reluz sob a luz fria da sala. O ambiente ao meu redor parece diminuir, cada som ampliado como se estivesse dentro de uma bolha prestes a estourar.Droga! A simulação nunca é como a vida real.A obstetra começa a incisão, suas mãos rápidas e precisas. O sangue surge na pele pálida da paciente, e o som dos instrumentos sendo passados de mão em mão enche a sala, um ritmo quase hipnótico.— Chegando na cavidade uterina — informa a Dra.Sinto o s
Pietro Castellane:— Sei que o momento é delicado para o senhor — minha secretaria começa. — Mas os novos estagiários chegaram ontem, você ainda não se apresentou a...A frase dela é interrompida pelo som agudo do meu celular vibrando em meu bolso.— Um momento, Emile — tiro o aparelho do bolso e vejo o nome da médica da minha esposa na tela. Meu coração acelera. — O que aconteceu? — Atendo imediatamente, minha voz soando mais firme do que me sinto por dentro.O silêncio do outro lado dura uma fração de segundo, mas é longo o suficiente para que meu estômago se contraia em um nó.— Senhor Castellane, o estado da sua esposa piorou. A pressão dela está perigosamente alta. Precisamos fazer o parto de emergência agora. Não há tempo, ou perderemos os dois.O peso das palavras atravessa o meu peito como um soco. A sala ao meu redor desaparece em um turbilhão de vozes abafadas e formas indistintas, como se o mundo tivesse perdido o foco. A única coisa que ouço, clara como um trovão, é o som
Pietro Castellane:Ela está pálida, o rosto marcado por uma expressão que mistura cansaço, nervosismo e algo mais... culpa? Por um instante, fico paralisado pela surpresa de vê-la ali, mas a preocupação com Marina e o bebê rapidamente me tira do transe.— Minha esposa... — meus olhos caem para suas mãos cheias de sangue.Ela respira fundo, os lábios se comprimindo como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado. O silêncio dela é ensurdecedor.— Seu filho... — ela começa, a voz baixa e hesitante. — Ele nasceu. Está na UTI neonatal agora. Mas...Meu mundo gira. A palavra "mas" ecoa na minha mente como uma sentença. Minha garganta aperta, e preciso reunir todas as forças para perguntar:— E Marina? Ela está bem?Fernanda desvia o olhar, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas. Meu coração para. Cada músculo do meu corpo fica tenso, esperando pelo golpe.— Eu sinto muito, Pietro. Fizemos tudo o que pudemos... — ela diz, e sua voz falha no final.As palavras me atingem como um
Pietro CastellaneObservo a noite lentamente se render ao dia através da grande janela da minha sala no Vivaz. O céu, antes carregado de escuridão, ganha nuances de rosa, anunciando o nascer do sol. A luz tímida atravessa o vidro, mas não aquece. Não consigo sentir nada.Deslizo o jaleco pelos ombros, ajustando-o com gestos automáticos. Meus movimentos são precisos, mas vazios.Desço os corredores do hospital como se estivesse no piloto automático, cumprimentando rostos que não registro.Não sinto sono.Não sinto fome.Não sinto sede.Só existe uma coisa na minha mente, um único propósito que ainda me faz colocar um pé à frente do outro.Eu só quero ver o meu filho.O silêncio da ala neonatal é sufocante, quebrado apenas pelo som constante dos monitores. Meu olhar está fixo no pequeno corpo do meu filho dentro da incubadora, tão pequeno que parece que vai desaparecer a qualquer momento.As luzes frias da sala acentuam sua pele translúcida, cada batida do coração dele registrada no mon
Pietro Castellane:Adélia.Ela entra como um furacão, trazendo consigo uma presença que preenche a sala de maneira sufocante. Seus saltos ressoam no chão frio, e seu olhar varre o ambiente, passando por Fernanda como se ela não existisse, antes de fixar-se em mim.— Pietro, finalmente te encontrei — sua voz é firme, seria, imediatamente fico em alerta.Respiro fundo, tentando conter o incômodo que cresce no peito.— Adélia, agora não é um bom momento — meu tom é controlado, mas sei que ela não vai aceitar um “não” tão facilmente.Ela ergue uma sobrancelha, desdenhosa, então avança, ignorando minhas palavras.— Não é um bom momento? — O sarcasmo em sua voz me faz cerrar os punhos. — Meu herdeiro está nessa incubadora, e você acha que não é um bom momento para discutirmos o futuro dele? Acha que pode me impedir de vê-lo?Sinto o sangue ferver, mas mantenho a calma.— Adélia — meu tom soa baixo, como um aviso. — Não tem nem vinte e quatro horas que perdi a minha esposa, respeite o meu lu