Era pior que morrer afogada. Cada garfada que o Doutor dava eu tinha a impressão que James faria o garfo furar a garganta dele com o poder da mente.Foquei minha mente na recuperação da Rita, porque até olhar para o homem fazia James levantar a sobrancelha para mim.Rita estava mais corada, e tinha notícias boas. A cirurgia estava perto, e o tumor não estava crescendo, também não tinha metástase em outros órgãos, o que indicava que o câncer não se espalharia. Pelo menos isso.— Preciso mesmo ir. – Doutor Foster se levantou. — Volto a me comunicar com vocês. Educadamente levei o Doutor até o carro, e ele sem saber o tamanho da encrenca se aproximou e me beijou no rosto.— Não esqueci o nosso café.Ouvi nitidamente James puxar o ar com força. — Até mais. – Ele levantou a mão em despedida.— Até mais doutor..— Henry. – Ele corrigiu. — Até mais Henry. – Dei meu sorriso amarelo.Quando o carro partiu James disse bem alto.— Idiota!— Safado. – Ben rebateu.— Gente. – Encarei os dois. —
De fato não fomos longe. E a verdade é que eu estava morrendo de fome. James gostava de lugares mais rústicos, e calmos. Por isso fomos em um restaurante a beira mar. — Está gostando? – Ele mal havia tocado na comida.— Sim. Mas você não...—Me escuta. Não podia ficar lá. Estou sendo vigiado e pelo que conheço daquela maldita facção, sei que pelo menos dois policiais ali estão com eles. Mas não sei quem são. Então não posso confiar neles.James se aproximou mais ainda se dobrando por cima da mesa. O camarão que eu estava mastigando quase voltou a vida e saiu pulando de tão forte que batia meu coração.- Aqueles contatos que você descobriu. - Ele me encarou. - Todos eles são de pessoas ligadas a facção. E quase todos já estão sendo investigados. O único problema é que depois da nossa fuga para o Brasil seu padrinho ainda recebeu dinheiro deles.Agora o camarão dançava na minha garganta. Tomei um bom gole do vinho e o forcei a descer. James tinha alguma coisa em mente. - O que vai faz
BenjaminMarjorie tomou chá de sumiço com o juiz safado. Fui andando até a casa dele me mordendo de raiva. o cara era chato ao extremo e além de ficar o tempo todo no pé dela, me tirava de cena num piscar de bunda.. Não era longe, então tive que passar a mão no rosto várias vezes para tirar a cara de bunda que se apossou de mim.- A senhorita O'Hare quer me ver. - Me identifiquei e depois de quase deixar um pedaço da minha cueca com o cara, entrei.Helen estava no fundo, que eu nunca imaginei ser tão grande. Tinha um barzinho, mesas no gramado, churrasqueira quase do tamanho do meu carro, e uma piscina. Aposto que o juiz nunca entrou ali. Seria estranho imaginá-lo de sunga com um pano de prato no ombro, oferecendo carne para os convidados. Quase ri alto . Coitado deve ser a pele e o osso. nada comparado com o papai aqui.- Ben.- Helen levantou da espreguiçadeira. - Como você está? - Me aproximei dela.- Nada grave. - Ela deu de ombros. - Logo passa.Helen me puxou sem gentileza algum
Benjamin teria uma reunião importante no outro dia, e eu como a única sócia deveria acompanhá-lo, e mesmo cansada e com medo, iria. Afinal ele estava dando tudo pelo nosso futuro. Queria contar a minha surpresa para ele, mas não sabia como ele reagiria. James era todo carinho e atenção. Acho que eles estavam travando uma batalha. Eu que não iria ficar no meio disso. James parou o carro e esperou Ben descer. — Vou dormir na sala? – Ele me olhou. — Depois a gente vê. – Dei um sorriso amarelo.James queria falar comigo. Eu sabia disso.— Estamos a um passo de acabar com eles. – Ele colocou a mão no meu rosto. — Tentei te falar mais cedo, mas não tive coragem. — Então fala logo. — Pequena. Quero que venha morar comigo. Eu sei que é muito cedo, e não te peço agora, mas quero que saiba que te amo de verdade. Morar não aqui. ,– Ele apontou para a minha casa. — Morar na fazenda, onde Nicolas pode crescer longe dessa loucura toda.— Não vai ser fácil James. – Desviei os olhos dele. — Ele
Como sempre acordei mais cedo que Ben, estava dolorida e com a mão dormente, Ben havia se enrolado no meu casaco caro e dormia feito um bebê. Passei por cima dele e entrei no banheiro, tomei meu banho e tratei de me vestir no banheiro. Tinha uma reunião e nada melhor que o habitual uniforme de advogado, terninho preto, saia justa, meia fina preta e sapatos de salto fino. Prendi o cabelo, e depois soltei de novo. Abri o último botão na minha camisa de seda vermelha, estava ótima. Quando saí do banheiro Ben já tinha ido para o banheiro do quarto do Nicolas.Depois do café foi a correria que Ben gostava. Levamos Nicolas até a escola, e tivemos que encontrar o tal hotel. Ben arrumou briga no trânsito e quase parou, fiz um show dizendo que ia desistir de tudo e ele voltou a dirigir rapidinho.O hotel não era nada com o que imaginamos. Era coisa de rico. Fomos levados até uma sala privada de reuniões onde encontramos nossos quatro sócios.- Bom dia. - Benjamin adotou o advogado do diabo. A
Estava bufando de raiva. Benjamin me deixou para trás, me perdi dentro do hotel e fiquei vagando. Por sorte a aspirante a Wanda Vision me achou perdida e me guiou até a saída. Quando coloquei os pés para fora James acabava de estacionar o carro. E meu pobre coração pulou uma passada. Ele usava terno e um sobretudo feito por medida. O infeliz deu um sorrisinho vigarista e abriu os braços para mim.Atravessei a rua com cuidado para não estragar o clima megalorômantico e me joguei nos braços dele. Deus do céu esse homem foi feito com muito carinho, acho até que o pai dele tem um pincel nas partes baixas.- Estava com saudade pequena. - Ele falou no meu ouvido.Tentei regular a minha respiração e me afastei um tiquinho dele.- Preciso te contar uma coisa. - Fiquei séria.- Então ficará surpresa com o que tenho para te dizer sobre a carta. Mas vamos almoçar que estou com fome.James tinha baixado todas as músicas da minha cantora preferida, e mesmo não entendendo nada se arriscava a cantar
- Acho que nunca fui até o seu quarto. - Estava me sentindo ansiosa. Todo esse tempo nossa única transa foi na noite da cabana, e mesmo que tenha sido boa ele não estava saudável.James me guiou até o quarto dele. Bem arrumado, com os móveis em tom de ferro e preto. A cama enorme muito bem arrumada. O cheiro dele estava presente ali. James tirou o casaco e eu imediatamente senti meu rosto esquentar. Os olhos dele assumiram uma cor muito mais viva, mais brilhante. Ele caminhou até mim unindo nossos labios em um beijo lacivo.Ele me ajudou a tirar o casaco, abriu os botões da minha camisa de seda com os olhos colados em mim, a levou ao nariz e inalou meu cheiro.Novamente nos beijamos, eu mesma abri minha saia e a tirei, a meia foi uma dificuldade que causou até uma risada nervosa em nós. James percorreu o cós da minha calcinha com o dedo do meio, me deixando totalmente molhada.- James... - Gemi. - Por favor...- Vem pequena. Vamos tomar um banho, quero relaxar com você.O banheiro de
- Marjorie!Sentei alerta. James sacou a arma do chão e feito um gato pulou no meio do quarto subindo a cueca box. Por sorte coloquei a camisa dele e consegui fechar alguns botões antes da porta ser chocada contra a parede e um Benjamin bêbado e furioso passar por ela.- Você mocinha. - Ele apontava para mim. - Benjamin você está caindo de bêbado, volta pra casa agora. - Tentava me agarrar a camisa me sentindo mais que nua.Benjamin me encarou e começou a chorar. Ridiculamente.- Se ele te fizer sofrer pequena? Aí você vai ficar chorando ouvindo Marjorie Raoni,- Você trocou os sobrenomes cara. - James relaxou a mão da arma.- Você fez aquilo? - Ele sentou no chão. Benjamin bêbado era um pé no saco. - Com esse franguinho?- Ben, amanhã a gente conversa. - tentei colocá-lo em pé.- Você disse que tinha nojo de cara com peito cabeludo. - Ele limpou ás lágrimas com o dorso da mão. - Ele tem o peito cabeludo.- Tem um bocado de cabelo. - Helen entrou no quarto, mais bêbada que ele.-Benj