Capítulo Três

Nicholas Smith

Mantenho minha mão no pescoço dele, em um aperto firme. O menino não parece se intimidar, o que me da mais raiva.

Se eu não voltar com essa mochila, terei muitos problemas com o meu pai.

__ Não sei do que está falando.

__ Não se faça de sonso. Sabe muito bem do que estou falando. Onde você colocou?

__ Está na minha casa. Agora pode tirar a mão do meu pescoço? - eu o solto de uma vez.

Olho para ele por um tempo. Seus olhos verdes parecem brilhar com alguma coisa desconhecida por mim.

Ele coloca as mãos dentro da jaqueta. O idiota sai andando e eu o sigo, já que não tem muito o que eu posso fazer.

__ Vou levar você até lá, mas não faça nada estúpido.

__ Só vai logo!

Ele anda até uma Ranger Rover preta, que está estacionada longe da fraternidade.

Eu assobio olhando para o belo carro. A última vez que vi um desses, estava sendo desmontado para vender as peças.

Mantenho meus olhos nele o tempo inteiro. Me pergunto o que se passa na cabeça desse ser humano.

O imbecil nem me conhece, mas mesmo assim está me levando para sua casa. Que tipo de louco faz isso?

Entro no meu próprio carro. Não é nada demais, nem dirigir eu posso, mas mesmo assim eu dirijo.

O lugar parece ser um pouco longe da faculdade.

Ele estaciona em uma casa, que está mais para mansão. Reviro os olhos ao ver o lugar.

__ Espere aqui! - ele olha para mim pela janela.

Tombo minha cabeça para o lado e faço uma careta. O loiro entra na casa com o carro e me deixa esperando.

Se passa 5 minutos e ele não aparece. Já sem paciência, eu saio do carro.

Dou uma olhada envolta da casa e vejo uma árvore com balanço. A árvore da de frente a uma janela, que esta de luz acesa.

Imagino que seja desse maluco, então me preparo para escalar.

Não estou totalmente sóbrio, mas também não bêbado, então da para me virar.

Pulo a janela do quarto. Olho ao redor e avalio as coisas que tem aqui. Tem uma estante cheia de troféus.

__ Arthur - olho o nome dele em um dos troféus - basquete, matemática, física, natação - nego com a cabeça - coitado de quem for primo dele.

Tinha outros troféus, mas eu preferi não olhar muito.

Me jogo na cama e fecho meus olhos. Essa cama é muito boa, além de ser bem espaçosa.

Pego um controle na cômoda ao lado da cama. Aperto um botão e sinto o frio do ar-condicionado, então rapidamente desligo.

Não entendi o porque de tantos botões, então resolvi apertar. Aperto mais um e aparece uma televisão embutida na parede.

__ Ah, a tecnologia - dou um sorriso.

Aperto mais um botão e a cama começa a tremer. Parecia uma cadeira de massagens. Fecho meus olhos apreciando a sensação.

Imagina como deve ser fazer sexo nessa cama... Balanço minha cabeça para afastar esses pensamentos. Tenho que focar apenas na mochila, que eu ainda não encontrei.

A porta do quarto se abre e Arthur entra por ela. Ele arregala os olhos assim que me vê.

__ O que está fazendo aqui?

__ Você demorou muito - minha voz sai um pouco estranha pelas tremidas da cama.

__ Minha mãe está acordada, por isso demorei. Sai da minha cama - ele pega o controle e desliga.

__ Como você é chato Arthurzinho - apoio meu cotovelo na cama e minha cabeça na minha mão.

Ele olha para a estante e depois para mim. Arqueio uma sombrancelha. Ele é bem esperto.

__ Desculpa se eu não quero um criminoso no meu quarto.

__ Está desculpado! - dou um sorriso de lado.

Ele não da muita bola para mim. Vai até uma porta e abre mostrando um closet repleto de roupas, sapatos e alguns bonés.

Arthur sai de lá com a minha mochila na mão. Me levanto da cama e a pego rapidamente.

Observo tudo que tem dentro. A maconha já era. Meu pai vai me matar!

Pego a arma na minha mão. Arthur da um passo para trás assim que a vê.

__ Guarda isso!

__ Não fique com medo. Se eu quisesse te matar - chego perto dele e falo perto do seu ouvido - você já estaria enterrado - deixo um breve selar na bochecha dele.

Retiro o pente e verifico quantas balas ainda tem. Recarrego novamente e a guardo na minha cintura.

Coloca a mochila nas costas. Arthur não está mais olhando para mim. Ele está um pouco estranho.

Vou até a janela, mas antes de sair me viro para ele

__ Ei! - o loiro me olha - não conta a ninguém, ok? Eu não quero ter que calar a sua boca - o olho de cima a baixo - seria um desperdício.

Depois de descer pela árvore, eu volto para o meu carro.

Sei muito bem que o caderninho com a contabilidade não está aqui. Eu joguei debaixo da cama sem que ele visse. Parece que vou ter mais um motivo para voltar.

__ Você nunca deveria ter esbarrado comigo - olho para a janela.

Dou um sorriso e nego com a cabeça, voltando para a minha casa.

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