Capítulo Seis

Arthur Bianchi

__ Não tenho tanta certeza - meu pai revira os olhos sem que minha mãe veja.

Ele preparou uma viagem de 2 meses, para o aniversário de casamento deles. Só que minha mãe não quer ir. O motivo? Ela acha que eu vou morrer se ficar sozinho.

__ Eu não vou morrer - puxo a mala dela até a porta - vou ficar bem - dou um sorriso.

__ Eu...

__ Querida - meu pai a puxa pelo braço - Arthur já tem 20 anos, sabe se cuidar melhor do que eu e você juntos.

__ Não me puxe, Joseph! - ela olha para ele de forma dura, fazendo meu pai recuar.

Minha mãe pode ser muito assustadora quando quer.

__ Vou ficar bem. Se alguma coisa acontecer, eu ligo para você - Anne passa a mão no meu rosto e da um sorriso.

__ Tudo bem! - ela coloca os óculos de sol - Caribe, ai vou eu!

Assim que meu pai consegue colocar ela dentro do carro, eu fecho a porta. Solto um suspiro e sento no sofá.

Minha mãe tem uma desconfiança sem limites. Ela cisma que eu vou ficar doente, como quando eu era pequeno.

Vivo indo ao médico fazer exames, porque ela sempre inventa uma nova doença, que eu não tenho.

Meu celular toca e eu o atendo.

__ Eles já foram? - olho para Verônica pela chama de vídeo.

__ Sim

__ Pensou no que eu disse?

__ Sim Verônica, e eu não vou dar uma festa

__ Tão careta - ela revira os olhos - aproveita e convida seu namorado misterioso para te fazer uma visitinha

Me levanto do sofá e subo as escadas para o meu quarto.

__ Ele não é meu namorado - abro a porta do meu quarto - Meu Deus!

Dou um passo para trás e deixo meu celular cair no chão. Verônica fala alguma coisa, mas eu não presto atenção nela.

Ele está aqui no meu quarto novamente, sentado na janela, balançando os pés de forma despreocupada.

Pego o celular do chão e vejo a tela quebrada. Ótimo, agora vou ter que comprar outro.

__ Eu vou tomar banho, falo com você depois - encerro a chamada rapidamente.

__ Estou convidado para o banho? - ele sorri malicioso.

__ O que está fazendo na minha casa? - levo um susto quando ele pula na minha frente.

Seu olhar percorre todo o meu corpo. Seu olhar sobre mim me faz arrepiar. Tão intenso!

Por que não consigo reagir quando ele está por perto? Sempre o deixo fazer o que deseja, como nesse instante.

Eu deveria o mandar embora, já que invadiu minha casa. Céus, ele é um traficante, mas mesmo assim eu me envolvo ainda mais com ele.

__ Nicholas, eu sou o Nicholas - quando ele sorri... É nesse momento que eu perco tudo.

O sorriso parece ser tão sincero, tão bonito que faz meu coração palpitar. Não tenho nenhuma reação, meu corpo está paralisado, minha boca seca, e minha mente em branco.

__ O que... - pigarreio ao ver minha voz sair estranha - está fazendo na minha casa?

__ Eu disse que viria te visitar - assinto me recordando do que ele falou.

Retiro a minha camisa e coloco uma regata. Antes de coloca-la, eu ouço um assovio. O loiro me olha de uma forma intensa.

__ Que corpinho - sua mão espalma no meu peito - uma tela em branco, estou doido para marca-la.

Como consegue ser dessa forma? Ele flerta comigo na cara dura, como se não tivesse vergonha.

__ Isso não vai acontecer - coloco a regata.

__ Isso é um desafio, Arthurzinho? - viro as costas para ele e saio do quarto.

Desço as escadas até a cozinha. Vejo tudo limpo, como eu pedi para que deixassem.

Prefiro eu mesmo preparar a minha janta. Gosto de cozinhar, me acalma e me distrai. Além de eu gostar de experimentar receitas diferentes.

__ Vai cozinhar para mim? Querendo me conquistar pela barriga?

__ Não me chame de Arthurzinho novamente - coloco os utensílios que vou precisar sobre a bancada - parece que está debochando de mim.

__ Acho que minha presença não te agrada - reviro os olhos - e pensar que eu me preparei todo para te visitar hoje.

Continuo de costas. Mordo meu lábio tentando esconder um sorriso bobo de escapar.

__ Você não tem mais nada de importante para fazer não?

Decido preparar um espaguete ao molho branco. Eu mesmo que vou fazer a massa do espaguete.

Vou até a adega do meu pai e pego um vinho tinto para bebermos.

__ Tenho muitas coisas para fazer, mas prefiro ficar com você - ele deita a cabeça na palma da mão - você mora aqui sozinho?

__ Meus pais foram viajar - sirvo o vinho em duas taças e entrego uma a ele.

__ Então mora com seus pais. Quantos anos você tem mesmo?

Tento não me estressar com o claro divertimento de sua frase. Como posso estar gostando de uma pessoa assim?

__ Tenho meu próprio apartamento, mas fico mais aqui.

Coloco tudo que vou precisar na bancada e começo a sovar a massa. Nicholas me olha fixamente, o que me deixa um pouco nervoso.

__ Ver você flexionando esses músculos, está me fazendo ficar excitado - me engasgo com minha saliva e começo a tossir - isso incomoda você?

Como responder a ele que me agrada de certa forma? Apenas nego com a cabeça o que o faz da um sorriso.

Nicholas fica falando sem parar enquanto eu preparo a nossa comida. Reparo que o celular dele toca alguma vezes, mas ele ignora totalmente.

__ Você sempre fala tanto assim?

__ Algum de nos dois tem que manter a conversa. Você não parece muito sociável.

Mordo meu lábio e depois o sugo levemente. É uma mania que eu tenho, faço isso sempre que estou nervoso.

Ouço o barulho de alguma coisa se quebrando e levanto a cabeça para ver.

A taça do vinho está no chão. Nicholas está agachado tentando catar.

__ Você vai se cortar - vou até ele e pego sua mão - o que aconteceu com a sua mão?

Além do corte feito pelo vidro, tem hematomas nos nós de seus dedos. É mais como se ele tivesse socado alguma coisa sem parar.

__ Tudo culpa sua, que fica tentando me seduzir - reviro os olhos.

Sou empurrado e acabo batendo minhas costas na bancada. Seu olhar sobre mim me faz arrepiar.

__ O que está fazendo?

Fecho os olhos ao sentir uma fungada no meu pescoço. Tento me concentrar para não ficar excitado, o que é meio difícil, ainda mais com ele tão perto assim.

Me lembro do molho no fogo. O empurro levemente e desligo o fogão.

__ Vou fazer um curativo em você - o puxo pelo moletom e ele me segue em silêncio.

Nicholas se senta na cama. Vou até o banheiro e pego o kit de primeiros socorros.

Enquanto estou cuidando dos machucados, posso sentir a intensidade do seu olhar em mim.

Assim que termino, ele pega o celular que toca mais uma vez.

__ Preciso ir embora - fico irritado ao ouvir isso.

Parece ser importante o que ele tem que fazer, mas não nego que sou egoísta com algumas coisas.

__ Não vai ficar para jantar comigo? - me aproximo até que ele deite na cama.

__ Eu... - encosto meus lábios nos seus, não permitindo que ele fale mais nada.

Nicholas segura minha nuca e aprofunda o beijo.

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