Arthur Bianchi
Coço meus olhos quando sinto sono, mas tenho que estudar para essa prova, ou vou me sair mal.Quanto mais eu estudo, parece que ainda falta muita coisa.Falta três dias para a prova, mas como ela é importante, eu comecei a estudar semana passada.Decido parar um pouco por hoje, já não consigo ler mais nenhum livro. Guardo minhas coisas na mochila e organizo meu quarto.Se tem uma coisa que eu não gosto é de bagunça. Não suporto ver meu quarto sujo, ele tem que estar sempre limpo e organizado.__ Está dormindo? - minha mãe b**e na porta.__ Não mãe, você pode entrar - ela abre a porta e entra no meu quarto.Minha mãe fica me olhando por um tempo. Anne é uma mulher um pouco super protetora.Quando me mudei para um apartamento mais perto da faculdade, ela insistiu até que eu voltasse.__ O que estava fazendo?__ Estudando - ela chega perto de mim e coloca a mão no meu rosto.__ Meu menino preciso - dou um sorriso - sempre tão responsável.__ Eu já tenho 20 anos, não sou mais um menino - ela revira os olhos.__ Parece que foi ontem que eu estava colocando sua comida.__ Foi ontem! Você colocou minha comida, mesmo que eu implorasse para que você não fizesse.Era um almoço de família. Meus parentes não se dão muito bem, principalmente minha mãe com a esposa do meu tio.Não sei ao certo o motivo, mas acho que envolve o meu pai.Meus pais são casados a 15 anos. Até hoje não sei o motivo que levou eles a demorarem tanto para casar.Eles não são pais ruins. Apenas minha mãe que me sufoca com sua proteção.Ela queria muito engravidar, mas não conseguia de forma alguma. Naquela época ela já estava noiva do meu pai, e tinha que dar um herdeiro a ele.Demorou muito para que eu viesse. Piorou quando o médico disse que era uma gravidez de risco. Nasci de 6 meses, quase levando minha mãe a morte.Fiquei por 3 meses na incubadora. Minha mãe ia todos os dias me visitar. Quando eu sai do hospital tudo piorou, porque eu ficava sempre doente.Só fiquei melhor quando completei 2 anos. Foi um surto para ela ter que ficar sempre me vigiando enquanto eu dormia, já que uma vez fiquei sem respirar.Quem me contou tudo foi o meu pai. Ele disse que não conseguia dormir de forma alguma, também preocupado com a minha saúde.Tento sempre ser um bom filho, por tudo que eles passaram comigo. Mas as vezes sinto vontade de sair dessa prisão que ela criou envolta de mim.Meu pai acha que eu devo agir como um adolescente normal. Semana passada ele me perguntou se eu fui em uma boate. Segundo ele tenho que me divertir.__ Vá dormir, está tarde - olho o horário. Ainda são 8:00pm.Só estou com sono porque virei a noite procurando o meu primo. A mãe dele acha que ele pode estar envolvido com drogas.__ Boa noite! - ela me da um beijo no rosto e depois sai do quarto.Me jogo na cama. Fecho os olhos e logo o que aconteceu noite passada vem na minha mente.Vou até o meu closet e pego a mochila que está guardada. Ainda não tive coragem de abrir, ela não é minha, seria falta de respeito.Argh, só consigo me lembrar o quanto ele é arrogante. Mesmo depois das minhas desculpas, ele me tratou mal.Eu nunca tinha ido a uma boate antes. Não gosto de pessoas amontoados em um só lugar. Foi por isso que trombei com ele.Deu para ver que ele não sabe o que é ser simpático com as pessoas. Sem pensar muito, abro a mochila de uma vez. Quase caio para trás com o que eu vejo.*****__ Cheguei o mais rápido que eu pude - Verônica coloca a mão no peito - eu vim correndo.Eu nem consegui dormir a noite, meu sono se esvaiu. Não consegui dormir em momento algum.__ Estou com um problema - vou até a porta do meu quarto e a tranco.__ O que é isso? Você nem me pagou um jantar antes - ignoro o que minha amiga diz.Pego a mochila, que eu escondi debaixo da cama. Eu jogo tudo que tem dentro dela na cama.Verônica olha tudo com os olhos arregalados.__ Só para constar, isso não é meu - aponto para as drogas.Esperei o surto dela. Verônica é tão dramática. Já faz algum tempo que ela está sem falar nada.__ Você... Você assaltou um traficante?__ O que? É claro que não! - mantenho minha voz baixa - que pergunta é essa?__ É a única forma de justificar isso - ela aponta para as drogas - tem maconha o suficiente para derrubar o Snoop Dogg. É melhor me explicar tudo direito.Então explico a ela o que aconteceu. Até o momento em que ele simplesmente deixou a mochila no chão, e eu a peguei, para tentar devolver a ele.Fecho meus olhos com força. Olho o horário no relógio. Já está quase na hora da minha corrida matinal.__ Eu vou jogar tudo fora - Verônica me impede.__ Está maluco? E se ele voltar querendo a mochila?__ Então ele não vai encontrar. Eu tenho mais o que fazer - coloco as drogas de volta na mochila.Sinto uma coisa na parte da frente, onde eu não tinha olhado antes. Mesmo com um pouco de receio, eu abro.__ Puta que pariu! É uma arma! - Verônica grita.__ Não grita! - minha amiga assente com a cabeça.__ É melhor você guardar isso. Ele vai vir atrás da mochila, pode ter certeza.Guardo tudo de volta no lugar. Pego a mochila e coloco ela escondida dentro do meu closet.Não acho que um dia eu o verei novamente. Quais são as chances de isso acontecer?*****__ Hoje eu vou transar sociedade! - Verônica pula de felicidade.Nossa fraternidade vai dar uma festa. Eu não queria ir, mas ela insistiu muito, e eu estou levando o que meu pai disse a sério.__ Está a quanto tempo na seca? - Luan arqueia uma sombrancelha.__ Pelo menos eu não sou virgem!__ Eu não sou virgem! Já transei com muitas pessoas.__ Jogo de rpg não conta.Coloco minhas mãos dentro da minha jaqueta. Ouço meus amigos brigando e dou um sorriso.Eles são assim mesmo, bem loucos. Mas são pessoas incríveis. Sempre me ajudam quando eu preciso, como Verônica fez comigo hoje de manhã.__ O Arthur também está encalhado - presto atenção na conversa.__ Arthur não está encalhado, porque para encalhar você precisa nadar primeiro, e nem isso ele fez - Verônica cruza os braços.__ Posso pegar quem eu quiser, até você se eu fizer um esforço - pisco para ela.Minha amiga olha para o outro lado parecendo envergonhada. Eu sei que ela tem vergonha quando falo essas coisas.__ Você não pega nem gripe - Luan me empurra pelo ombro.Dou uma risada, não ligando para o que eles falam. Estão certos em tudo o que dizem.Tudo que tive de relacionamento foi com Clear, afilhada da minha mãe. Eu fiquei com ela quando veio passar as férias aqui.Muitas poucas pessoas me interessam. Não sei se eu criei um esteriótipo, mas não acho que seja isso.A casa da fraternidade está cheia de pessoas. Entro passando por entro elas, com um pouco de esforço.As pessoas gritam, dançam e bebem, como se não houvesse amanhã.__ Eu vou olhar minhas opções, bay - Verônica acena com a mão.Vou até a cozinha e pego um copo. Coloco um pouco cerveja, da qual eu nem sei o nome.Vejo alguns caras rindo atoa. Eles parecem bem doidos. Não preciso de muito para saber que estão drogados.Uma coisa que eu não faria. Eu faço medicina e estudei tudo que as drogas podem causar no corpo.A bebida alcoólica também não é bom, mas não é tão ruim quanto as drogas.__ Oi priminho - Alan b**e com força no meu ombro.Ele está agitado, como se tivesse tomado muito energético, mas eu sei muito bem o nome disso.__ Você não devia abusar tanto das drogas.__ A vida é minha, eu faço o que eu quiser. Está parecendo a minha mãe.__ Continue estragando ela então - dou um tapa no ombro dele.Subo as escadas para o banheiro, espero que está limpo pelo menos.Quando estou passando pelo corredor, alguém sai de um dos quartos. Uma mão envolve meu pescoço em um aperto firme.Sou jogado contra a parede. Minhas costas doem com o impacto causado pela força bruta.__ Onde está a minha mochila?Nicholas Smith Mantenho minha mão no pescoço dele, em um aperto firme. O menino não parece se intimidar, o que me da mais raiva. Se eu não voltar com essa mochila, terei muitos problemas com o meu pai. __ Não sei do que está falando. __ Não se faça de sonso. Sabe muito bem do que estou falando. Onde você colocou? __ Está na minha casa. Agora pode tirar a mão do meu pescoço? - eu o solto de uma vez. Olho para ele por um tempo. Seus olhos verdes parecem brilhar com alguma coisa desconhecida por mim. Ele coloca as mãos dentro da jaqueta. O idiota sai andando e eu o sigo, já que não tem muito o que eu posso fazer. __ Vou levar você até lá, mas não faça nada estúpido. __ Só vai logo! Ele anda até uma Ranger Rover preta, que está estacionada longe da fraternidade. Eu assobio olhando para o belo carro. A última vez que vi um desses, estava sendo desmontado para vender as peças. Mantenho meus olhos nele o tempo inteiro. Me pergunto o que se passa na cabeça desse ser humano. O imb
Arthur Bianchi Movimento o garfo na comida, ainda com meus pensamentos longe. Não consigo focar em mais nada desde ontem. Ele realmente beijou minha bochecha depois de me ameaçar? Fiquei confuso entre ficar com medo ou corar. Nunca achei que pudesse ter esse tipo de reação, ainda mais por um menino. Pensei que nunca mais o veria novamente, mas acho que ele irá voltar, porque esqueceu mais uma coisa no meu quarto. __ Ah, não! - Verônica grita me assustando - isso é muito injusto. Olha aqui - ela mostra o caderno que o tatuado deixou no meu quarto - traficante melhor do que eu em matemática. Balanço a cabeça em negação. Ela é tão dramática. __ Acha que ele vai voltar? __ Você quer que ele volte? - me engasgo com o suco. __ O que? É claro que não! Isso foi uma pergunta simples... Quer dizer... Ele apareceu uma vez não é? E se fizer isso novamente? Meus pais podem ver, fazer perguntas e... - fico em silêncio. __ Você quer que ele volte para buscar o caderno? - ela revira os olho
Nicolas Smith __ Nem vem - coloco meu pé antes que ele feche a porta na minha cara. __ Preciso falar com você, Pete - ele revira os olhos. Dou um sorriso quando ele me permite entrar. Peter, ou Pete, como eu gosto de chamar, é um amigo do qual vivo tirando vantagem. Ele é baixo, com seus 1,60, bochechas rosadas, cabelos meio loiro, meio moreno, não dá para saber ao certo. Uma gracinha! __ Olha isso - ele levanta o pé mostrando a tornozeleira - por sua culpa é que estou assim. __ Minha culpa? Não foi eu que mandei você roubar dados do governo. Peter é um hacker muito bom, mas se envolveu com o governo e agora não pode nem pegar em um computador. __ Mas foi você que me entregou para eles. Os caras nunca iriam ficar sabendo. __ Você sabe o motivo de eu ter feito isso - Pete aperta a mão em um punho. Entreguei ele para a polícia por conta de uma vingança. Não posso negar que sou muito vingativo. Ele quem contou para meu irmão que eu sou gay, o que me levou a dizer para a políci
Arthur Bianchi __ Não tenho tanta certeza - meu pai revira os olhos sem que minha mãe veja. Ele preparou uma viagem de 2 meses, para o aniversário de casamento deles. Só que minha mãe não quer ir. O motivo? Ela acha que eu vou morrer se ficar sozinho. __ Eu não vou morrer - puxo a mala dela até a porta - vou ficar bem - dou um sorriso. __ Eu... __ Querida - meu pai a puxa pelo braço - Arthur já tem 20 anos, sabe se cuidar melhor do que eu e você juntos. __ Não me puxe, Joseph! - ela olha para ele de forma dura, fazendo meu pai recuar. Minha mãe pode ser muito assustadora quando quer. __ Vou ficar bem. Se alguma coisa acontecer, eu ligo para você - Anne passa a mão no meu rosto e da um sorriso. __ Tudo bem! - ela coloca os óculos de sol - Caribe, ai vou eu! Assim que meu pai consegue colocar ela dentro do carro, eu fecho a porta. Solto um suspiro e sento no sofá. Minha mãe tem uma desconfiança sem limites. Ela cisma que eu vou ficar doente, como quando eu era pequeno. Vivo
Nicholas Smith Mantenho seus lábios nos meus e aprofundo o beijo. O gosto do vinho que vem de seus lábios deixa tudo ainda melhor. As mãos dele toca a minha pele por debaixo do moletom. Os dedos estão um pouco gelados me fazendo arrepiar. Arthur se afasta um pouco e olha nos meus olhos. Mordo meu lábio e sorrio de lado. Não vou negar que quero muito mais do que um beijo com ele. Nesse momento eu nem lembro o que tenho que fazer, se tenho que voltar para casa ou não. Tento o beijar novamente, mas ele se afasta. Franzo o cenho e me sinto incomodado. Esse não é o momento em que ele se entrega a mim? __ Eu fiz um jantar para você. Não vai fazer desfeita, vai? - ele se vira e eu tenho uma bela visão de sua bunda. Tenho que ir embora, preciso ir embora. Mas a forma como ele falou comigo... Argh! __ Tudo bem! - Arthur sorri parecendo ficar animado. Descemos e voltamos para a cozinha. Arthur me serve um pouco do que fez. Aquilo estava muito bom, muito bom mesmo. __ Está muito bom. O
Arthur Bianchi Olho para minha comida enquanto brinco com ela. Meus pensamentos estão longe nesse momento. __ Arthur! - Verônica bate uma mão na outra na frente dos meus olhos. __ Sim? __ Está ouvindo o que estou dizendo? __ Não! - ela revira os olhos. Só consigo pensar na noite de ontem. Eu beijei o Nicholas no calor da emoção, e quando fui ver, já estava gostando, e muito.Eu parei antes que as coisas fossem a um patamar maior. Me afastei e não o beijei mais. Mas não nego que estou me arrependendo disso a cada segundo do meu dia. E se ele não voltar mais por causa disso? Eu sou tão covarde! __ Eu sou covarde! __ Covarde? Você acabou de fazer uma incisão em um defunto, eu não chamo isso de covardia. Faço uma careta ao lembrar o que eu fiz. Mas se eu quero me tornar um cirurgião, preciso fazer coisas assim. Conto a ela o que aconteceu ontem. Não muito detalhadamente, minha amiga não precisa saber de certas coisas. __ Quer que eu seja sincera? - assinto - ele só quer o seu
Nicholas Smith Arthur é um manipulador do caralho. Eu não achei que ele pudesse fazer aquilo. Mas como dizem, as aparências enganam. Ele me enganou direitinho, com o rosto de pessoa conservadora. A verdade é que ele usou meu prazer, contra mim mesmo. A única coisa que eu deveria fazer, é transar com ele e depois desaparecer. Nunca tive um namorado, ou uma foda fixa, e nem quero. Não tenho controle sobre meu corpo. Toda vez que ele me pede para fazer alguma coisa, eu faço sem questionar. Jogo minha cabeça no volante do carro e respiro fundo. O que eu faço agora? Estou pensando seriamente em me afastar dele, mas... Ainda o quero como nunca quis alguém antes. Abro um pouco a janela do carro e acendo um cigarro. Sopro a fumaça depois de dar uma tragada. Olho para Dylan que está no banco de trás, ele está acordando. __ Como foi a soneca? - sorrio de lado. __ Nicholas, seu filho da puta! Você me drogou? __ Eu disse para não me seguir. Ninguém pode descobrir sobre o Arthur. Não q
Arthur Bianchi __ Sim mãe, eu estou bem - continuo dirigindo enquanto falo com ela. Acabei de sair do orfanato onde faço serviço comunitário. Eu gosto de fazer isso, me agrada de alguma forma. Meus pais sempre arrecadam dinheiro para doar, mas nunca se preocupam se estão realmente usando como deveria. Então não me incomodo em fazer isso. Sempre visito os locais onde o dinheiro é doado.__ Está se alimentando bem? __ Sim! - reviro os olhos. __ Não revire os olhos para mim - fico surpreso por ela saber - vamos voltar antes do previsto. O idiota do seu pai esqueceu do evento que ele é patrocinador, então temos que ir. __ Mãe, eu... Preciso te contar uma coisa - aperto o volante com força. Achei que seria bom falar com meus pais sobre minha sexualidade. Eu sei que eles são bons, e espero que me aceitem. __ Pode falar querido. __ Quero que seja quando você voltar. __ É grave? Você engravidou alguém? - arregalo os olhos. __ O que? Não! - respondo rapidamente - eu... Ai meu Deus!