- com sua licença, lorde Dorset, o lorde Windsor está lá fora e aguarda para falar com o senhor.- informou o mordomo ao conde, que registrava algumas contas em seu escritório.
- mande-o entrar, petter, ele me deve mesmo algumas explicações.
Sem questionamentos, o criado saiu para trazer o filho desaparecido do duque, que como todos comentavam, agiu de uma forma no mínimo estranha, com a senhorita Sackville, durante o baile oferecido pelo seu pai.
- lorde Dorset, não fomos apresentados formalmente, mas, é um prazer conhecê-lo. - disse Andrew adentrando o escritório do conde.- eu sou Andrew Windsor, sou o filho do duque de Gloucester, o senhor deve conhecer o meu pai, do parlamento.
- acredito que o senhor veio explicar o seu comportamento estranho com relação a minha filha no baile, ela não quis falar sobre isso,mas agiram como se já fossem conhecidos, e até onde sei, ela correu atrás do senhor e gritou em plen
Após o casamento, o senhor e a senhora Windsor se mudaram para o condado de Gloucester, Ivy sentia falta do clima praiano, mas o campo também tinha a sua magia. Aos poucos, Andrew e o pai foram se reaproximando e por mais que não fossem muito íntimos, ele conseguiu tirar o rancor do seu coração, perdoar o pai nos seus últimos dias de vida e administrar as propriedades da família, como um futuro duque.Ter a sua própria família e regar sempre bons sentimentos o ajudaram durante a sua reconstrução com o seu pai, e aos poucos o sentimento de culpa que acumulava com relação a morte do irmão foram se discipando. Alguns meses depois, quando o seu bebê nasceu ( antes do tempo🤫), Ivy o chamou de Dominic, e ele sentiu uma alegria imensa com essa homenagem.Ivy continuava distraída e alegre como sempre gostou de ser, gostava de guiar a própria carruagem, ria alto quando sentia vontade e não deixava de falar o que pensava, mas, agora era uma futura duquesa e
– Lady Dorset, minha família é, de fato, um exemplo de honra e respeito em toda Londres, jamais deixaríamos de cumprir a nossa parte do acordo, firmado a tanto tempo entre nossas casas. – disse a condessa de Cumberland, após tomar mais um gole do seu chá favorito. – acontece que, como todo acordo, este também possui duas partes e, se a que lhe cabe, não for cumprida como se deve, me verei livre de qualquer obrigação com a sua família.– Oh, Lady Cumberland, eu estou imensamente envergonhada pela situação, mas, não vamos agir por impulso. Sim? Minha filha está muito arrependida, chorou a noite inteira de tanto arrependimento. Isso nunca mais irá se repetir, não é Ivy?O último lugar onde Ivy Sackville gostaria de estar
Para Ivy, ir para o internato passar os próximos seis meses de sua vida, estava fora de cogitação. Para sua sorte, sua dama de companhia era, assim como ela, uma jovem ousada, audaciosa e muito corajosa, que nunca dispensava uma boa aventura. A essa hora, ela já deveria estar de volta, o coração de Ivy pulava em seu peito de tanta ansiedade. O plano era muito arriscado, mas, se desse certo, os próximos seis meses seriam muito diferentes do que a sua mãe planejou.– Ivy, querida, já está pronta? A carruagem está nos aguardando.– disse a condessa, entrando no quarto da filha.– Eu estou, mamãe, mas a Lunna foi se despedir de alguns parentes e eu prometi que daria uma carona para sua prima também, até a cidade de Luton. Já que eu vou ficar trancada como uma prisioneira, minha dama de companhia pode ter uma folga para visitar a família com sua prima.– Querida, eu disse que a acompanharia pessoalmente, e realmente gostaria muito de pode
– Olá, a senhora deve ser a acompanhante da senhorita Sackville, senhora Jhonson, não é? Eu sou Vivienne, assistente da diretora.– disse a senhorita Hamlets, enquanto sorria para a governanta da família Sackville. – A partir de agora, ela estará segura aqui conosco, será uma honra instruí-la de alguma forma pelos próximos meses. Estamos muito agradecidos pela preferência da família.– Levarei seus agradecimentos à condessa de Dorset, obrigada senhorita.– Aqui está a carta assinada pela diretora, desejamos uma boa viagem de volta. A senhorita Sackville já foi encaminhada aos aposentos dela e em seguida irá conhecer as dependências do lugar. A partir de agora, ela já não terá nenhum contato com alguém de fora.– Obrigada mais uma vez, partiremos então.– Disse surpresa e ao mesmo tempo satisfeita com a rigidez daquele lugar. Era tudo o que a senhorita Sackville precisava.De posse da carta assinada pela direto
O clima estava maravilhoso na primeira manhã a bordo do Savannah, o moderno navio a vapor onde viajavam. Para Ivy, este era um presságio de que tudo correria bem.Infelizmente, as duas amigas não puderam explorar o navio como gostariam. O acesso da terceira classe era limitado apenas aquele piso, e como distração, além de olhar o mar, tinham apenas um salão de jogos e um salão comum, onde as pessoas se reuniam falando alto, cantando e contando piadas.O refeitório também era separado apenas para aquela classe. Possuía longos bancos de madeira, onde vários passageiros ocupavam a mesma mesa. Segundo ouvira falar, isso era considerado um luxo para a classe econômica, que as companhias de viagens passaram a adotar, pois, em outros tempos a terceira classe tinha que levar os próprios alimentos.Na cabine, além das camas e um pequeno armário para guardar os pertences, havia uma pia, onde poderiam se lavar, mas, a casa de
O navio demorou muito mais do que o previsto na Espanha, só seguiram viagemà noite, daquele mesmo dia. Deveriam chegar à Itália em três dias, se tudo corresse bem e as paradas não fossem tão longas.Os dois dias que se seguiram foram tranquilos e as noites, como sempre, bem animadas, na área coletiva da terceira classe. Ivy realmente se divertia e se sentia livre naquele ambiente, festejando com aquelas pessoas e conhecendo um lado diferente da vida. Seria hipócrita se dissesse que não sentia falta de todos os luxos que tinha e de todos os privilégios que a sua posição social proporcionava, no entanto, a liberdade de agir e se comportar alí, era algo que desejava provar a muito tempo.Era a sua última noite a bordo do Savannah, no dia seguinte desembarcariam na Itália e aproveitariam ao máximo a estadia por lá. Tudo exatamente como sonhou durante os últimos anos.Estava dançando com um rapazote italia
Aquela foi uma noite bem longa para Ivy, ela não saberia explicar o motivo, mas, sempre que fechava os olhos a imagem daquele olhar de fogo a devorando, vinha em sua mente perturbá-la, e também podia ouvir as vozes da sua cabeça que sussurravam perguntas que ela jamais poderia responder."E se tivesse ficado?""E se não tivesse corrido como uma criança com medo?"Não era do seu feitio correr ou fugir de qualquer desafio, pelo contrário, sempre fora julgada por sua ousadia e atitudes, consideradas indevidas para uma dama. No entanto, naquela noite, de forma nada planejada, estava agindo com medo e até timidez. "Ele também estava olhando pra mim."Era essa a frase que permanecia na cabeça de Ivy, enquanto ela se afastava, no balanço das águas. Por mais que ela estivesse em uma cidade tão encantadora, cercada por todo luxo e liberdade que só seria possível para um cavalheiro, o único pensamento que vinha lhe roubando os sentidos era exatamente esse.Após o episódio no barco, pelo restante do caminho e durante o resto daquela noite em que mal pregou os olhos, não havia outra coisa na qual conseguisse se concentrar. Os olhos de gelo, de um azul tão profundo, o cabelo escuro que realçava ainda mais o seu olhar, o tamanho e a personalidade imponentes. Tudo naquele homem a atraía, de uma forma que jamais imaginou ser possível.Sempre havia idealizado a sua vida livre e independente. Sabia que chegaria o momento em que teria que se casar com alguém, os seus pais, com certeza, se certificariam disso. No entanto, nunca se imaginou feliz07