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É estranho, como uma memória antiga que volta com uma intensidade quase palpável. Durante nosso casamento, mesmo nos dias em que fingia odiá-la, eu sentia isso. Eu chegava em casa, cansado e de alma pesada, mas sempre havia algo que me fazia sentir que eu ainda tinha um lugar no mundo.

Era ela. Era o olhar dela, sempre sereno, sempre acolhedor.

Era o som dos passos dela no corredor, tão suaves, mas com uma força que me dava segurança. Eu sempre a esperava, como se fosse a única coisa que importasse. Cada vez que o elevador parava no andar, a ansiedade que se acumulava em meu peito não era de medo, mas de expectativa. O coração batia mais forte só de saber que ela estava ali, esperando por mim, que eu estava voltando para ela.

Mesmo quando tudo ao nosso redor parecia desmoronar, mesmo quando eu queria acreditar que a raiva e o ódio eram tudo o que sentíamos, a verdade era que ela sempre foi a âncora que me impedia de me perder completamente.

Eu podia odiá-la, mas não conseguia me af
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