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Estaciono o carro na garagem, o motor já em silêncio, mas a escuridão ali dentro parece mais densa, mais opressiva, à medida que fico alguns segundos apenas encarando aquele vazio.

Não sinto raiva de Alex, nem frustração.

Sinto, apenas, o peso do vazio. Se eu soubesse, se eu tivesse ao menos desconfiado que Blair estava viva todo esse tempo, eu não teria me perdido nesse abismo de álcool e drogas. Eu teria lutado contra a tormenta que me consumiu, tomado decisões diferentes. Mas, como sempre, o destino parece brincar com a gente, e eu nunca vi as cartas que estavam sobre a mesa.

A atmosfera dentro do carro parece impregnada com o cheiro dela, como se de alguma forma ela ainda estivesse aqui, tão próxima, tão tangível. Fecho os olhos e me deixo invadir pela memória de ter Blair nos meus braços. Abraçar. Confortar. Naqueles momentos, ela não era apenas uma mulher em minha vida, mas a única coisa que eu ainda acreditava valer a pena.

Naqueles anos passados, quando eu era um homem queb
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