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Alex ainda não diz nada. Seus lábios estão rachados, sua pele cortada, o sangue manchando sua expressão neutra, mas ele permanece em silêncio, como se esperasse por isso, como se soubesse que um dia isso aconteceria.

Eu deveria parar. Uma parte de mim sabe disso, uma parte distante e enterrada, que sussurra que já foi longe demais. Mas a fúria é mais forte. Ela é um rio em cheia, e eu estou sendo levado pela corrente, incapaz de nadar contra ela.

Minha respiração é um rugido em meus ouvidos, pesada, descontrolada, enquanto olho para Alex, o sangue dele cobrindo meus punhos, a camisa, escorrendo até o chão. Ele está desfigurado agora, os lábios partidos, o nariz provavelmente quebrado, um olho já começando a inchar e escurecer.

Contudo, ele ainda me encara, mesmo assim, como se me desafiasse. Como se quisesse dizer algo, mas soubesse que eu não deixaria.

E, por um momento, eu hesito. Não porque me sinto culpado — não há espaço para culpa no meio dessa fúria cega — mas porque vejo algo
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