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A chuva continua a bater contra o vidro, e sinto que sou parte dela, dissolvendo-se a cada gota que cai, como se eu também estivesse desaparecendo lentamente. Minha vida inteira agora é essa espera vazia, esses momentos de silêncio preenchidos apenas pela lembrança de Miguel. Não sei por quanto tempo mais posso suportar isso, ou se algum dia terei forças para aceitar que ele pode não retornar.

Mas aqui estou eu, ainda esperando, observando a chuva cair com a intensidade de um luto sem fim.

A campainha toca com um estrondo alto que parece cortar o ar pesado da casa. Drake e eu trocamos um olhar… não precisa dizer nada.

Em nosso silêncio, imploramos por um milagre. Por um segundo, ninguém se move. Meu coração bate tão rápido que consigo sentir o pulso em minhas têmporas, uma batida rítmica entre desespero e esperança.

Deixo a xícara esquecida na mesa lateral e corro em direção à porta, meus passos apressados ecoando pelo corredor vazio. Ouço os passos de Drake logo atrás de mim; ele tam
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