Mas minha voz se eleva novamente, uma onda de raiva e dor que não consigo mais controlar. "Ele fez isso, Carter! Ele fez isso!" Lágrimas escorrem pelo meu rosto enquanto eu grito, e sem pensar começo a bater em seu peito, forte, com uma raiva que mal consigo conter. As palavras saem entrecortadas, mas continuo. "Você não entende, você nunca esteve lá! Você não viu o que ele se tornou naquela noite!"As mãos de Carter seguram as minhas firmemente, parando meus golpes. Seu rosto está tenso, seus lábios pressionados, como se cada palavra que eu dissesse o atingisse de volta. "Ele não seria capaz de fazer isso", ele diz, sua voz baixa, como se tentasse dar um fim a isso.Eu engasgo com a raiva, minha respiração saindo em ofegos rápidos, meus olhos fixos nos dele com uma fúria ardente. "Era o carro dele, Carter. O maldito carro dele!" Meu corpo treme, tomado por um pavor consumidor. "Naquela noite, eu sabia. Eu sabia que se eu não fosse embora, ele não pararia. E você vem aqui, me contando
Carter me encara por um longo momento, seus olhos escuros agora, como se ele estivesse vendo algo além de mim, além da mulher que ele conheceu. Algo maior, mais profundo, que eu ainda luto para entender.E então ele fala, suas palavras carregando um peso que eu não esperava, mas de alguma forma trazendo consigo uma leveza que eu já sentia falta. “Cuide desse garoto, Blair. Ele é precioso.”E com essas palavras, ele se vira, e o silêncio toma conta da casa novamente.A cada passo que Carter dá, ele se afasta de mim, e eu fico ali, congelada, o som de sua partida ecoando no fundo da minha mente, como uma despedida final, um ponto sem volta. Ele vai embora, mas suas palavras pairam no ar, um lembrete amargo de tudo que perdemos e, ao mesmo tempo, de tudo que ainda tentamos proteger.Fecho os olhos, sentindo a dor de um passado que nunca irá embora e a necessidade desesperada de cuidar do futuro que, agora mais do que nunca, está em minhas mãos.**PONTO DE VISTA DE ETHAN1 MÊS DEPOIS“Vo
Carter ri, mas é uma risada fria e desequilibrada, do tipo que carrega mais desgosto do que humor. "Você realmente quer se convencer de que sempre foi assim?" Ele inclina a cabeça, me estudando criticamente. "Você quer mentir na minha cara e dizer que não está no fundo do poço?"Sinto uma faísca acender dentro de mim. Talvez seja raiva, talvez seja apenas cansaço. Mas respiro fundo, tentando manter o controle. "Por que eu estaria no fundo do poço?", pergunto, meu tom quase desafiador. A resposta já está ecoando em minha mente, mas preciso ouvi-la da boca dele. Quero saber se ele sabe.Ele hesita por um momento, mas não o suficiente para recuar. “Porque você perdeu a única pessoa que amava.”As palavras saem suavemente, tão suavemente que por um segundo me pergunto se realmente as ouvi ou se apenas as li em seus lábios. A sala parece cair em um silêncio ensurdecedor.O ar está pesado. Carter me encara, e é impossível desviar o olhar. Ele sabe que foi fundo, que tocou em algo que eu est
“Onde ela está?”, pergunto, minha voz baixa e cortante enquanto atravesso a sala com passos firmes.“Ainda não a localizamos, senhor”, responde Alex, com uma expressão neutra, mas com os olhos revelando uma tensão mal disfarçada.Minhas mãos automaticamente formam punhos. Em um movimento rápido, eu bato forte na mesa, o som do impacto ecoando nas paredes do escritório. Papéis e uma caneta flutuam com o impacto. "Então não venha até mim até encontrar minha mulher!" Eu rosno, meu tom baixo, mas cheio de ameaça.Alex não vacila, não recua como os outros fariam. Ele apenas acena, sua postura rígida e controlada, antes de sair pela porta sem dizer mais nada.Respiro fundo, tentando me recompor, mas antes que eu consiga, a porta se abre novamente. Dessa vez, é Mariah quem entra, seus saltos estalando suavemente contra o chão. “Ethan...” ela chama meu nome com calma estudada, o que só aumenta minha irritação.Eu me viro para encará-la, minha paciência já está esgotada. “O que você quer?”“Vo
As palavras ecoam na minha mente como um sino de funeral, me atormentando até agora. É isso que acontece quando fecho os olhos. É isso que me espera no sono.Chego à porta do escritório e a abro lentamente, como se estivesse passando por um portal para um refúgio. A familiaridade do ambiente me envolve, quase como um abraço frio, mas reconfortante.Minha mesa está exatamente como a deixei: coberta de papéis desorganizados, relatórios inacabados e notas apressadas. As cortinas estão parcialmente fechadas, bloqueando a maior parte da luz do mundo exterior. O espaço é mal iluminado, o ambiente perfeito para alguém como eu.Minha atenção se volta para a mesa de bebidas, onde várias garrafas se alinham para oferecer sua companhia silenciosa. Aqui, no meu escritório, os sonhos não me alcançam. É o único lugar onde me sinto em casa.Caminho até a cadeira atrás da mesa e sento-me, afundando no estofamento enquanto respiro fundo. O cansaço ainda está lá, mas aqui não importa. Aqui, não há espa
Enquanto isso, eu sento com os investidores. Um grupo de homens e mulheres de meia-idade, todos impecavelmente vestidos e com um ar de autoridade. Eles começam a despejar ideias sobre o que o futuro pode reservar, falando sobre números, estratégias e planos de expansão. Eu os escuto, ou pelo menos finjo ouvir, sorrindo e balançando a cabeça, como se suas palavras realmente importassem. A verdade é que eu não me importo nem um pouco.“Estou desenvolvendo uma nova marca de vinho espumante”, diz Cortez, um grande empreendedor alcoólico, em um tom de voz tão entusiasmado que quase me sinto culpado por não demonstrar o menor interesse. “Sabe, não sou novo no ramo. Pensei que poderíamos fazer uma campanha juntos. Algo grande.”Finjo interesse, cruzando os braços e sorrindo, embora minha mente já tenha começado a se afastar da conversa. "No que você estava pensando?", pergunto, meu tom calculado com curiosidade, para não parecer desinteressado.“Algo que você poderia incorporar às corridas,
Eu queria os sorrisos, os gestos, o jeito como ela me olhava com um amor incondicional que eu nunca soube reconhecer até perdê-la.Agora, tudo o que resta são os ecos de algo que já se foi. Todos os meus esforços para preencher esse vazio, todas as distrações e fugas, nada mais são do que tentativas frustradas de não sentir a dor de uma perda irreparável. Porque, no final, o que eu realmente perdi não foi só ela. Foi a chance de ser a pessoa que ela merecia. E é isso que mais me consome."Quase nas nuvens", ouço uma doce voz feminina dizer, sua melodia suave e envolvente cortando o silêncio ao meu redor.Viro a cabeça e olho por cima do ombro, meus olhos caindo sobre uma mulher que se aproxima. Ela tem pernas longas e tonificadas e cabelos grossos e dourados que balançam com o movimento do corpo. Ela se aproxima com confiança, sua taça de vinho delicadamente entre os dedos, seus olhos brilhando na luz suave da festa."O que você disse?", pergunto, minha voz um pouco mais rouca do que
O cabelo laranja, o jeito que ela anda... Eu não sou louca, não estou apenas imaginando coisas. Eu sei o que vi. O que sinto. Minha mente está alerta, desesperada, e a visão daquela mulher ruiva se torna ainda mais real a cada passo que dou.Eu passo rapidamente pelas pessoas, evitando que elas me toquem ou se afastem, sentindo a pressão aumentar em meu peito. O hotel, a festa, tudo se desintegra ao meu redor enquanto meu foco está unicamente na figura à minha frente. O elevador está na minha frente, mas demora mais de um segundo para abrir, e minha impaciência me faz tomar outra decisão. Não há tempo.Decido subir as escadas.O som dos meus passos ecoa nos corredores vazios enquanto eu subo quatro degraus de uma vez, meu corpo em movimento frenético, a adrenalina me empurrando para frente. Cada batida do meu coração soa como um tambor na minha cabeça, e a sensação de que estou prestes a descobrir algo, ou alguém, é mais forte do que qualquer medo ou dúvida que eu tenha.Preciso vê-la