Ana Luíza Marriel nasceu em 1995 e é uma autora nascida e criada em Minas Gerais.Descobriu sua paixão por livros aos treze anos, depois de pegar um livro emprestado com uma amiga. Outra grande paixão é a música. Ela só consegue escrever se sua playlist estiver rolando ao fundo e se for algo do 30 Seconds To Mars, Lana Del Rey ou Beyoncé. Com esse clima, a escrita flui maravilhosamente.Aos quinze, descobriu que tinha facilidade com as palavras quando produziu seu primeiro texto, mas parou de escrever e passou os três anos seguintes sem produzir novas histórias. Até que, em janeiro de 2014, já aos dezoito anos, voltou ao mundo da escrita e não saiu mais.Redes SociaisTerminou de ler e quer entrar em contato comigo, para conversar sobre o livro? Você me encontra nas seguintes redes:Instagram: @autora_analuizamarrielTikTok: autora_analuizamarrielWattpad: @AnaLuMarriel
A London Eye, também conhecida como Millennium Wheel, Roda do Milênio, é uma roda-gigante de observação, totalmente feita em vidro e que oferece vistas panorâmicas impressionantes, tanto da cidade como do campo. Ela é um dos símbolos de Londres, sempre aparecendo em listas dos lugares que você precisa conhecer quando vai à cidade. Mas se você prestar bastante atenção, ela também é um refúgio. Um refúgio para aqueles que sofrem e precisam de uma distração, para os artistas que precisam de inspiração. E também para aqueles que não imaginam o que procuram exatamente, mas acabam encontrando algo. Um amigo, uma nova música. E um amor.
Molly Quando meus pais me perguntaram se deixar os Estados Unidos e consequentemente todo o conforto de nossa casa para vir a Londres, longe de toda a minha família e amigos, era realmente o que eu queria, eu não pensei nem duas vezes antes de dizer que sim. Mas agora que já estava morando na cidade dos meus sonhos há quase dois meses, eu via que a coisa era um pouco mais difícil do que parecia quando sonhava em me mudar para cá. Apesar de muito educados, os londrinos nem sempre eram muito amigáveis e estavam sempre em uma correria com a qual eu ainda estava tentando me acostumar. Sem contar que de todas as colegas de quarto que eu poderia ter, tinha de dividir o quarto justamente com a que aparentemente não gostava de ninguém. Desde que cheguei ali, no fim de maio, Isla nunca havia me olhado com uma cara boa ou me dito algo legal. Parecia estar irritada com o fato de que sua colega de quarto não era exatamente quem ela desejava que fosse, mas eu estava começando a me acostumar com
Luke Reli a letra pela terceira vez e acabei por apagar metade do que havia escrito — pela segunda vez em dez minutos. Nada parecia certo naquilo, e eu já estava cansado de reescrever aquela música, ainda sem um tema certo. Não era fácil ter de preparar uma música nova sem a ajuda de Zach, meu melhor amigo e a pessoa com quem eu tocava nas noites londrinas. Principalmente quando a única hora que eu tinha disponível para isso era durante meu horário de descanso no meu trabalho, um café badalado no centro da cidade. Aquele não era o trabalho com o qual eu sonhava, mas era o que eu precisava para me manter. O trabalho que, mesmo não me sustentando, eu realmente amava fazer era quando finalmente saía dali e, junto com meu amigo, ia tocar nas estações do metro. — Luke, seu horário de almoço ainda não acabou? — Lila, uma das minhas colegas de trabalho, perguntou, se aproximando. — Ainda não. — Sorri, tentando voltar a prestar a atenção no meu processo de criação. Apesar de fazermos v
Molly Eu consegui sobreviver ao primeiro mês de aula, e não poderia estar mais orgulhosa de mim. Tudo bem que quase não possuía tempo para nada, nem mesmo conseguia ligar para minha família, mas estava adorando tudo. Quando o último fim de semana do mês finalmente chegou, eu sabia que desejava aproveitar ao máximo, por isso fiz todos os trabalhos extras durante a sexta à noite e deixei meu sábado livre, para que eu pudesse fazer o que quisesse. E foi assim que consegui ficar o dia quase todo deitada no sofá, colocando minhas séries em dia, comendo besteira e conversando com Ashley por chamada de vídeo. — Como assim você não saiu ainda, Molly? Parece até que eu não te ensinei a aproveitar a vida direito! — brigou comigo, me fazendo dar uma risada. — Ash, não tem graça sair sem você comigo. É sério. — Ué, mas você já está morando aí tem quatro meses, tenho certeza que já fez amizade com várias pessoas! — começou a falar, se movendo pelo seu quarto tão rapidamente, que me deixou to
Luke O verão chegou ao fim e levou com ele a grande maioria dos turistas, fazendo com que eu tivesse que voltar a apenas tocar no metrô — consequentemente diminuindo o valor que conseguíamos tirar das nossas apresentações. Seria muito ingrato da minha parte se eu dissesse que estava triste em ter de depender quase totalmente da minha renda do café? Porque era como eu me sentia, levemente chateado por ver mais uma vez a oportunidade de passar aquelas horas extras fazendo o que eu amava de verdade sendo usada em um trabalho que me sustentava, porém não me preenchia como a música. Mas com a temperatura caindo cada vez mais, as pessoas saíam menos de suas casas, consequentemente frequentando menos áreas abertas como os parques e indo direto para cafés e restaurantes. Eu andava entre as mesas, atendendo os clientes com sorriso nos lábios, porém com a mente longe. O dia seguinte era o aniversário da minha mãe, e eu a visitaria, mas não estava muito animado para isso. Sim, eu amo a minh
Molly Comprar um ingresso para a London Eye não foi muito difícil como pensei que seria para um sábado. Mas agradeci internamente por aquilo, não queria ter de enfrentar uma fila gigantesca. Com a cabeça ainda cheia com o que havia ocorrido mais cedo, nem notei por onde estava seguindo. Eu só conseguia pensar no quanto eu queria ter alguém que me amasse e me entendesse bem, como Ashley, minha irmã Haley ou meus pais. Mas acho que não podemos ter tudo o que queremos, não é? Finalmente notei que estava no caminho errado, quando parei do lado oposto ao da entrada das cabines, e a observei começar a se mover. — Droga...! — sussurrei, dando meia-volta e andando em direção contrária. Faltando alguns passos para a fila, enquanto sentia o vento gelado na minha nuca, escutei o som de um violão e parei de andar. Seja lá quem estivesse tocando, sabia muito bem o que estava fazendo, além de ser uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos, o que me fez dar um pequeno sorriso. Fiquei c
Luke Fui para London Eye em busca de um pouco da paz que somente a vista da minha amada cidade poderia me dar, mas quando vi aquela pequena quantidade de pessoas à espera para entrar na roda-gigante também, me desanimei um pouco. Não estava no modo social para aguentar uma cabine cheia de pessoas conversando e se divertindo, por isso resolvi ficar em um canto mais afastado, tocando um pouco e esperando que algumas pessoas fossem embora para que eu pudesse finalmente ir. Depois de iniciar duas músicas diferentes, lembrei do meu pai e de como eu estava sentindo sua falta naquele dia em especial e comecei a tocar So Far Away quase que instantaneamente. O que não estava esperando era que alguém fosse me encontrar ali, muito menos começar a cantar comigo. Em um primeiro momento, me assustei ao abrir os olhos e encontrar aquela garota sentada à minha frente, algumas lágrimas escapando dos olhos fechados, encharcando a pele negra de suas bochechas e com um sorriso enorme nos lábios cheio