Capítulo 68

DAVINA

A moto rugiu na noite enquanto Gutemberg me levava para casa. Meu coração batia acelerado, mas, desta vez, não era só pela adrenalina. Eu amava estar na garupa, sentir o vento contra o rosto, o calor dele tão próximo. Poder abraçá-lo por trás.

E isso era um problema.

Porque eu estava sentindo coisas por três caras diferentes.

Quatro, se eu contasse Meia-noite. Mas era um não enorme para isso.

Quando finalmente paramos em frente à minha casa, desci, ainda sentindo o frio da ausência do corpo dele. Devolvi o capacete, mas ele empurrou de volta para mim.

— Fica com ele, comprei para você.

— O q-quê?

— Você reclamou que o outro era frouxo.— sim, eu fiz isso. O antigo escorregava o tempo todo e eu tinha que manter uma mão na cintura dele e outra no capacete. Eu só não...

— Minha reclamação não tinha segundas intenções.

— Eu sei.

— E também não faz sentido, não é como se eu fosse andar com você de moto o tempo todo.

— Talvez você ande.

Senti um incômodo no estômago. Baixei o olhar.

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