Capítulo 52
DAVINA

O cheiro de roupa esquecida e um leve perfume floral envelhecido pairava no ar. Minha mãe estava na cama, imóvel, como se o tempo tivesse parado para ela. Seus olhos estavam abertos, mas vazios, fixos no teto.O quarto estava mergulhado em penumbra. As cortinas grossas bloqueavam a luz do sol que tentava, insistentemente, atravessar as janelas.

— Mãe... — Minha voz soou mais suave do que eu pretendia, quase como um pedido. Entrei no quarto com cuidado, como quem invade um santuário quebrado. Já se passou um mês. Trinta longos e sufocantes dias desde que perdemos o papai.

Ela não respondeu. Nem piscou.

Me aproximei da cama, inclinando-me para alcançar seu olhar.

— Eu sei que está doendo, mas... eu também estou aqui, mãe. Eu preciso de você. — Meus olhos começaram a arder, mas eu segurei o choro. Alguém precisava ser forte.

Mais uma vez, silêncio.

Suspirei, passando a mão pelo rosto. A cada dia, a esperança de trazê-la de volta parecia diminuir. Era como se a morte do papai tivesse
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