Dois dias depois, Aline partiria para o País M para tratamento. Na véspera da partida, Sr. Marcelo visitou-a novamente no hospital. Desta vez, ele trouxe uma fotografia: - Aline, esta garota na foto é você, não é? A foto mostrava ela e Mateus brincando de guerra de neve num dia de nevasca. Ela queria negar, mas a garota na foto era idêntica a ela. Sem poder refutar, seu rosto empalideceu instantaneamente: - Sr. Marcelo, como... como você conseguiu essa foto? - Então, você realmente é a esposa do Mateus? Esposa? Aline deu um sorriso amargo e resignado: - Esposa? Eu não tenho esse título. Eu não sou esposa dele, nós... isso já se tornou impossível há muito tempo. - Então, o que vocês eram? - Nós namoramos durante a universidade, apenas ex-namorados. Mas se fossem apenas ex-namorados, por que Mateus faria um esforço tão grande para vir a S. Vitor só para pedir que o procurassem? Um esforço que ele claramente estava disposto a pagar qualquer preço. Marcelo,
S. Vitor é uma cidade do sul, tão próspera quanto Aeminium, com uma noite clara e alta visibilidade. Ela podia até ver o centro da cidade não muito distante, iluminado brilhantemente. O edifício icônico em forma de esfera era o Hotel Península. Ela ficou olhando para ele por um longo tempo... Na manhã seguinte, ela partiria para o País M para receber tratamento. Mais de dez mil milhas náuticas de distância... Daqui para frente, separados por uma distância tão vasta, seria difícil para eles se encontrarem novamente. Ela silenciosamente fechou a janela e puxou a cortina. Se ela decidiu não ser mais Aline, então tudo relacionado a Aline deveria ser deixado no passado. ... Dentro do Hotel Península. Pedro bateu na porta e entrou: - Sr. Mateus, eu pedi sua refeição, logo o garçom do hotel a trará. Mateus guardou a foto que estava segurando. - Alguma notícia da Aline? Pedro balançou a cabeça: - Por enquanto... ainda não. Sr. Mateus, agora que pedimos ajuda ao
- Mateus, a gente vai ficar juntos pra sempre?Aos dezoito anos, Aline Ribeiro, com o rosto corado, se aninhava nos braços de Mateus Barros, olhando para ele com um amor ardente que quase transbordava dos seus olhos.- Vamos.Ele respondeu com firmeza, com um olhar profundo e cheio de desejo fixado em seu rosto belo e radiante. No íntimo abraço, ele finalmente entrou lentamente no corpo dela...Dor!Aline estremeceu, cravando os dedos nos músculos fortes do braço dele.Apesar da dor, Aline olhou para cima e sorriu gentilmente para Mateus:- Mateus, eu te amo.Ele beijou suavemente as lágrimas dos olhos dela, mas a abraçou fortemente, sussurrando autoritariamente ao seu ouvido: - Aline, você é minha... pra sempre.Aline o abraçou apertado, rindo feliz em seus braços, como uma sereia saboreando o gosto do amor pela primeira vez.Mas depois, Aline percebeu que o 'sempre' que falavam era apenas um calor do momento.E que o "eu te amo" nunca superaria o "eu te odeio"....No tribunal solen
Ela realmente não tinha escolha...Aline respirou fundo, levantou a cabeça para o juiz e respondeu com firmeza:- Sim, na noite de 6 de junho, às dez horas, eu estava no banco do passageiro do carro de Mateus e vi com meus próprios olhos ele atropelando uma pessoa até a morte.Mateus, no banco dos réus, ficou imediatamente tenso, e a luz de esperança em seus olhos se apagou num instante.- Réu Mateus, você tem algo a dizer agora?O homem olhou friamente, seus olhos vermelhos fixos em Aline, dando uma risada fria de desespero e ódio.Ele disse, pausadamente:- Não tenho nada a dizer.A mulher que ocupava todo o seu coração agora estava do lado oposto, acusando-o impiedosamente de ser o assassino.Todo mundo poderia trair Mateus, mas por que tinha que ser Aline!- BangO martelo do juiz soou novamente!- O réu Mateus Barros, por violar o artigo 133 do Código Penal, causando a morte do demandante Rodrigo Costa. Agora, este tribunal declara que o réu Mateus é condenado a três anos de prisã
Seis anos depois.No centro movimentado e barulhento de CBD de Aeminium, um grande painel de LED estava a exibir uma entrevista:[Recentemente, o Grupo SY foi listado publicamente na Bolsa de Valores de Nova York. O SY se transformou de uma startup para um imenso conglomerado de influência avassaladora em apenas seis anos.E o seu principal acionista e CEO, Mateus Barros, se tornou uma lenda na Bolsa de Nova York, figurando na capa da 'Time' há uma semana.Hoje temos a honra de entrevistar o Sr. Mateus, para que ele nos conte como criou um império empresarial com as próprias mãos nesses seis anos.]Aline, segurando um currículo, saiu desanimada do Centro da Era Dourada e viu o homem brilhante na tela.Na tela, ele estava vestido com um terno cinza frio, uma camisa preta meticulosamente abotoada com uma gravata cinza prateada. Com a pele clara, traços profundos e elegantes, mãos longas e bem definidas estavam casualmente cruzadas sobre as pernas. Diante da câmera, ele se mantinha relaxa
Antes, ela não queria ir lá por causa de sua dignidade barata. Mas agora, até mesmo cuidar da filha estava difícil, a filha da família Ribeiro, a apresentadora da Rede Televisiva Aeminium, sua dignidade e identidade, tudo isso não tinha valor algum....Às oito da noite, no Clube dos Sonhos Alados.Na suíte de luxo número 888.- Hoje aquela apresentadora imprudente fez uma pergunta absurda, por que tinha que mencionar a ex-namorada venenosa dele! Francisco, ela precisa ser ensinada uma lição!- Eu já a demiti. Hoje é o aniversário de Mateus, quando ele chegar, não mencione essas coisas desagradáveis.- Quem ousaria mencionar? Eu não tenho coragem! Aquela mulher é um azar só! Ela é uma área proibida para ele!Os dois homens falando eram Gustavo Fernandes e Francisco Silva, gestores do Grupo SY e melhores amigos de Mateus desde a universidade.Pouco depois, Mateus chegou, seguido por dois seguranças de terno preto.Gustavo colocou o braço em volta do ombro de Mateus:- Hoje é seu anivers
- Pare.A voz do homem era baixa e magnética, transbordando autoridade e uma ordem incontestável.Aline congelou, mas não olhou para trás, perguntando:- O Sr. Mateus tem mais alguma ordem?- Já que você veio para ganhar dinheiro, por que a pressa em ir embora?Aline apertou os punhos, sentindo um mau pressentimento...Mateus jogou um maço grosso de dinheiro na mesa.Ele ergueu uma sobrancelha, como se estivesse assistindo a uma anedota:- Beba esta garrafa de vinho e o dinheiro é seu.Beber vinho...Aline tremeu, engolindo em seco:- Desculpe, Sr. Mateus, eu sou alérgica a álcool.Mateus sorriu, despreocupado:- É mesmo? Não me lembro.A indiferença era extrema.Não se lembrar...Ela era alérgica ao álcool, até mesmo a bebidas de baixo teor alcoólico causavam erupções cutâneas por todo o corpo, e beber destilados poderia levar a um choque grave.Seis anos atrás, ela teve uma reação alérgica grave após beber acidentalmente uma bebida alcoólica. Naquela época, Mateus preocupado a levou
Aline pegou o dinheiro, segurou o violino e cambaleou em direção à porta da suíte.Mateus não olhou para ela, apenas ergueu a cabeça e bebeu uma taça de champanhe de um gole só, com uma voz fria e autoritária advertindo Aline:- Além disso, Srta. Aline, esse anel de prata no seu pescoço me enoja.Aline ficou parada na porta, de costas para Mateus. Ela tocou o anel de prata simples e rústico pendurado em uma corrente no seu pescoço, um anel de compromisso que Mateus havia comprado seis anos atrás. Era de prata, não valia muito, mas Aline sempre o tratou como um tesouro.- Eu me acostumei a usar. Já que o anel foi dado a mim há seis anos, ele é meu. E se é meu, se eu uso ou não, não tem nada a ver com o Sr. Mateus.Era o Mateus de seis anos atrás que lhe dera, o Mateus que a valorizava e cuidava dela. Ela queria egoisticamente manter alguma lembrança boa, mesmo que essas memórias a machucassem profundamente durante a noite. Mas, sem razão, Aline decidiu ser teimosa dessa vez. Sua obs