À noite, Marcelo retornou do hospital. Dentro da mansão Lopes, um delicioso aroma de comida se espalhava.- Que pratos Saulo pediu para a cozinha preparar? Está cheirando tão bem? - Marcelo perguntou enquanto entrava.Thaís, ouvindo a voz dele, rapidamente se levantou do sofá e correu para a entrada:- Pai, você voltou!Ela sorriu e enlaçou o braço de Marcelo.- Sr. Saulo disse que você estava de bom humor hoje, então ele mandou a cozinha preparar pratos extras.Marcelo deu um tapinha na mão dela:- Você também não vem para casa há um tempo, e hoje o Ivan também está aqui. Que tal vocês dois me fazerem companhia para beber um pouco?- Claro. Pai, você acha que eu emagreci recentemente?Thaís girou em frente a Marcelo assim que ele se sentou.- Você está se cansando demais com os negócios do grupo? Que tal tirar umas férias e deixar as questões internacionais para o Ivan por um tempo? Você poderia ir viajar, namorar... É culpa minha por te sobrecarregar tanto que você nem tem tempo par
...Após o jantar, Thaís levou uma bandeja de frutas para o escritório de Marcelo. Ele estava sentado à mesa, olhando uma antiga foto de sua esposa.- Pai, você está pensando na minha mãe novamente? - perguntou Thaís.- Sua mãe faleceu cedo, ela também tinha problemas pulmonares. Naquela época, a medicina não era tão avançada como hoje. Eu a levei por todo o mundo em busca de médicos famosos, mas nada pôde ser feito. Eventualmente, fiquei obcecado e não queria vê-la morrer, então pedi que o hospital mantivesse seus sinais vitais, o que só prolongou seu sofrimento. Aline me lembra muito sua mãe, e isso desperta meu instinto de compaixão. Thaís, finalmente compreendendo, olhou ao redor e seus olhos pousaram em um contrato sobre a mesa.Trata-se de um contrato de cooperação na cadeia de abastecimento.- Pai, realmente vamos colaborar com o Grupo SY? Alguns dos termos deles são bastante agressivos. Não vamos acabar prejudicados? - ela questionou, referindo-se a um contrato de parceria na
À noite, a cidade de S. Vitor estava em plena efervescência. Aeminium, ao norte, e a cidade de S. Vitor, ao sul, distavam enormemente um do outro, como dois mundos apartados.Aline estava junto à janela do quarto do hospital, abrindo-a para deixar entrar uma brisa noturna. Apenas um mês havia passado. No entanto, os eventos em Aeminium pareciam distantes como se fossem de uma vida passada. Muitas pessoas dizem que, após traumas psicológicos significativos, escolhem esquecer certos eventos. Mas por que ela se lembrava de tudo?Ela olhou para o reflexo de si mesma na janela e lentamente levantou a mão em direção ao seu pescoço vazio. Ali, sempre havia usado um colar de prata, do qual pendia um anel de prata.Ivan entrou no quarto com uma marmita térmica, notando a figura esguia de Aline perdida em pensamentos ao lado da janela. Ele tossiu levemente, cobrindo a boca com o punho para chamar sua atenção:- Srta. Aline, este é o jantar que o Sr. Marcelo me pediu para trazer. Foi prepar
...Na manhã seguinte, Sr. Marcelo chegou ao hospital com Saulo para visitar Aline.- Este é Saulo, o mordomo que tem servido nossa família por muitos anos. Se eu não estiver por perto, você pode pedir ajuda a ele - apresentou Marcelo.- Sr. Saulo, prazer em conhecê-lo - Aline cumprimentou educadamente.Assim que Saulo viu Aline na cama do hospital, ele parou, surpreso:- Senhor, esta jovem realmente se parece com a senhora.Sr. Marcelo sorriu:- É, eu também disse que essa moça e eu temos um destino ligado. Saulo, você trouxe o novo celular que pedi?Saulo entregou um novo celular a Aline:- Senhorita, você está com sorte. Este é o novo celular que o senhor comprou para você, já vem com um cartão SIM.Aline hesitou em aceitar:- Sr. Marcelo, eu...- Aceite, é apenas um celular novo. Ficará mais fácil para nos comunicarmos, especialmente porque você está sozinha no hospital e não é conveniente nós irmos e virmos o tempo todo - insistiu Marcelo.Relutantemente, Aline aceitou o celular.
- O que você disse? O pai quer que a Aline use a identidade da Felícia para tirar o visto? A Aline é o quê? Ela é só um cão vira-lata que o pai recolheu! Luna estava à beira de um ataque de nervos ao saber disso. Anos atrás, quando Sr. Marcelo a tirou do orfanato, também foi ele quem lhe deu o nome: - Luna. Um nome que significa lua clara e brilhante, sugerindo que todos os astros giram ao redor da lua. Naquela época, ela adorava o nome. Depois de se tornar a filha adotiva de Sr. Marcelo, ela não precisou mais suportar o bullying no orfanato ou comer restos de comida. Desde que se tornou Luna, parecia que sua vida tinha entrado em modo cheat. Mas por mais que seu nome fosse celebrado, não se comparava ao de Felícia. Felícia, a filha biológica de Sr. Marcelo. O nome, significando 'alegria', refletia a única esperança do pai: que ela tivesse uma vida de paz, alegria e risadas. Ao telefone, Luna disse para o assistente: - Que história é essa da Aline, hein? O pai d
- Sr. Marcelo, vou viver bem, pode ficar tranquilo. Mesmo que fosse apenas para retribuir a Sr. Marcelo, ela faria de tudo para seguir em frente. Marcelo tinha acabado de deixar o hospital. Seu celular tocou, mostrando o nome Ivan na tela. - Pai, o pessoal do Grupo SY chegou, Mateus veio pessoalmente. Eles estão na sala de conferência número um esperando o senhor para assinar o contrato. - Ok, estou indo agora. ... Na sala de conferências do Grupo Windrow, um homem estava de pé ao lado da janela, com uma postura imponente. Logo, Marcelo e Ivan chegaram. - Sr. Mateus, é um prazer conhecê-lo finalmente. Há muito tempo ouço falar do senhor. Sr. Marcelo avançou e apertou a mão de Mateus. A negociação correu tranquilamente. Uma hora depois, o Grupo Windrow e o Grupo SY assinaram um acordo de fornecimento. Nesta visita a S. Vitor, Mateus trouxe apenas um assistente, Pedro. Marcelo estava um pouco surpreso: - Realmente não esperava que o Sr. Mateus viesse pessoal
Dois dias depois, Aline partiria para o País M para tratamento. Na véspera da partida, Sr. Marcelo visitou-a novamente no hospital. Desta vez, ele trouxe uma fotografia: - Aline, esta garota na foto é você, não é? A foto mostrava ela e Mateus brincando de guerra de neve num dia de nevasca. Ela queria negar, mas a garota na foto era idêntica a ela. Sem poder refutar, seu rosto empalideceu instantaneamente: - Sr. Marcelo, como... como você conseguiu essa foto? - Então, você realmente é a esposa do Mateus? Esposa? Aline deu um sorriso amargo e resignado: - Esposa? Eu não tenho esse título. Eu não sou esposa dele, nós... isso já se tornou impossível há muito tempo. - Então, o que vocês eram? - Nós namoramos durante a universidade, apenas ex-namorados. Mas se fossem apenas ex-namorados, por que Mateus faria um esforço tão grande para vir a S. Vitor só para pedir que o procurassem? Um esforço que ele claramente estava disposto a pagar qualquer preço. Marcelo,
S. Vitor é uma cidade do sul, tão próspera quanto Aeminium, com uma noite clara e alta visibilidade. Ela podia até ver o centro da cidade não muito distante, iluminado brilhantemente. O edifício icônico em forma de esfera era o Hotel Península. Ela ficou olhando para ele por um longo tempo... Na manhã seguinte, ela partiria para o País M para receber tratamento. Mais de dez mil milhas náuticas de distância... Daqui para frente, separados por uma distância tão vasta, seria difícil para eles se encontrarem novamente. Ela silenciosamente fechou a janela e puxou a cortina. Se ela decidiu não ser mais Aline, então tudo relacionado a Aline deveria ser deixado no passado. ... Dentro do Hotel Península. Pedro bateu na porta e entrou: - Sr. Mateus, eu pedi sua refeição, logo o garçom do hotel a trará. Mateus guardou a foto que estava segurando. - Alguma notícia da Aline? Pedro balançou a cabeça: - Por enquanto... ainda não. Sr. Mateus, agora que pedimos ajuda ao