Ela realmente não tinha escolha...Aline respirou fundo, levantou a cabeça para o juiz e respondeu com firmeza:- Sim, na noite de 6 de junho, às dez horas, eu estava no banco do passageiro do carro de Mateus e vi com meus próprios olhos ele atropelando uma pessoa até a morte.Mateus, no banco dos réus, ficou imediatamente tenso, e a luz de esperança em seus olhos se apagou num instante.- Réu Mateus, você tem algo a dizer agora?O homem olhou friamente, seus olhos vermelhos fixos em Aline, dando uma risada fria de desespero e ódio.Ele disse, pausadamente:- Não tenho nada a dizer.A mulher que ocupava todo o seu coração agora estava do lado oposto, acusando-o impiedosamente de ser o assassino.Todo mundo poderia trair Mateus, mas por que tinha que ser Aline!- BangO martelo do juiz soou novamente!- O réu Mateus Barros, por violar o artigo 133 do Código Penal, causando a morte do demandante Rodrigo Costa. Agora, este tribunal declara que o réu Mateus é condenado a três anos de prisã
Seis anos depois.No centro movimentado e barulhento de CBD de Aeminium, um grande painel de LED estava a exibir uma entrevista:[Recentemente, o Grupo SY foi listado publicamente na Bolsa de Valores de Nova York. O SY se transformou de uma startup para um imenso conglomerado de influência avassaladora em apenas seis anos.E o seu principal acionista e CEO, Mateus Barros, se tornou uma lenda na Bolsa de Nova York, figurando na capa da 'Time' há uma semana.Hoje temos a honra de entrevistar o Sr. Mateus, para que ele nos conte como criou um império empresarial com as próprias mãos nesses seis anos.]Aline, segurando um currículo, saiu desanimada do Centro da Era Dourada e viu o homem brilhante na tela.Na tela, ele estava vestido com um terno cinza frio, uma camisa preta meticulosamente abotoada com uma gravata cinza prateada. Com a pele clara, traços profundos e elegantes, mãos longas e bem definidas estavam casualmente cruzadas sobre as pernas. Diante da câmera, ele se mantinha relaxa
Antes, ela não queria ir lá por causa de sua dignidade barata. Mas agora, até mesmo cuidar da filha estava difícil, a filha da família Ribeiro, a apresentadora da Rede Televisiva Aeminium, sua dignidade e identidade, tudo isso não tinha valor algum....Às oito da noite, no Clube dos Sonhos Alados.Na suíte de luxo número 888.- Hoje aquela apresentadora imprudente fez uma pergunta absurda, por que tinha que mencionar a ex-namorada venenosa dele! Francisco, ela precisa ser ensinada uma lição!- Eu já a demiti. Hoje é o aniversário de Mateus, quando ele chegar, não mencione essas coisas desagradáveis.- Quem ousaria mencionar? Eu não tenho coragem! Aquela mulher é um azar só! Ela é uma área proibida para ele!Os dois homens falando eram Gustavo Fernandes e Francisco Silva, gestores do Grupo SY e melhores amigos de Mateus desde a universidade.Pouco depois, Mateus chegou, seguido por dois seguranças de terno preto.Gustavo colocou o braço em volta do ombro de Mateus:- Hoje é seu anivers
- Pare.A voz do homem era baixa e magnética, transbordando autoridade e uma ordem incontestável.Aline congelou, mas não olhou para trás, perguntando:- O Sr. Mateus tem mais alguma ordem?- Já que você veio para ganhar dinheiro, por que a pressa em ir embora?Aline apertou os punhos, sentindo um mau pressentimento...Mateus jogou um maço grosso de dinheiro na mesa.Ele ergueu uma sobrancelha, como se estivesse assistindo a uma anedota:- Beba esta garrafa de vinho e o dinheiro é seu.Beber vinho...Aline tremeu, engolindo em seco:- Desculpe, Sr. Mateus, eu sou alérgica a álcool.Mateus sorriu, despreocupado:- É mesmo? Não me lembro.A indiferença era extrema.Não se lembrar...Ela era alérgica ao álcool, até mesmo a bebidas de baixo teor alcoólico causavam erupções cutâneas por todo o corpo, e beber destilados poderia levar a um choque grave.Seis anos atrás, ela teve uma reação alérgica grave após beber acidentalmente uma bebida alcoólica. Naquela época, Mateus preocupado a levou
Aline pegou o dinheiro, segurou o violino e cambaleou em direção à porta da suíte.Mateus não olhou para ela, apenas ergueu a cabeça e bebeu uma taça de champanhe de um gole só, com uma voz fria e autoritária advertindo Aline:- Além disso, Srta. Aline, esse anel de prata no seu pescoço me enoja.Aline ficou parada na porta, de costas para Mateus. Ela tocou o anel de prata simples e rústico pendurado em uma corrente no seu pescoço, um anel de compromisso que Mateus havia comprado seis anos atrás. Era de prata, não valia muito, mas Aline sempre o tratou como um tesouro.- Eu me acostumei a usar. Já que o anel foi dado a mim há seis anos, ele é meu. E se é meu, se eu uso ou não, não tem nada a ver com o Sr. Mateus.Era o Mateus de seis anos atrás que lhe dera, o Mateus que a valorizava e cuidava dela. Ela queria egoisticamente manter alguma lembrança boa, mesmo que essas memórias a machucassem profundamente durante a noite. Mas, sem razão, Aline decidiu ser teimosa dessa vez. Sua obs
Francisco assentiu:- Claro.O pior incidente foi quando Mateus foi esfaqueado na prisão, a facada quase atingiu seu coração, ele quase morreu....Aline não sabia como tinha chegado em casa num estado tão confuso. No caminho de volta, vomitou várias vezes até se sentir um pouco melhor. Passando pela farmácia, comprou remédios para ressaca e alergia e os tomou. Quando chegou em casa, as erupções em seu corpo já haviam diminuído bastante, mas o cheiro de álcool nela era forte e inconfundível. A luz ainda estava acesa em casa.Ela largou a bolsa, trocou de sapatos, mas Julieta não correu para seus braços como de costume.- Julieta?Sem resposta. Será que ela estava dormindo?Aline entrou no quarto e imediatamente viu Julieta encolhida na cama, com o rosto pálido, respirando com dificuldade.O coração de Aline parou por um instante, ela se aproximou rapidamente:- Julieta, o que aconteceu?- Mãe... Estou me sentindo mal, meu peito dói muito.A voz da menina estava extremamente fraca!-
Era tarde da noite, na área de emergência do hospital.Julieta foi levada para a sala de ressuscitação, e Aline, toda molhada, foi impedida de entrar pela enfermeira:- Senhora, você não pode entrar!Aline olhava ansiosamente para dentro, se sentindo completamente impotente, suas mãos tremiam enquanto seguravam as da enfermeira, com uma voz rouca e fraca, ela implorava:- Por favor, salvem minha filha, eu imploro!Sua voz estava carregada de soluços.A enfermeira tentou acalmá-la:- Vamos fazer o nosso melhor, tente se acalmar.Aline só pôde concordar, se mantendo tensa o caminho todo, mas agora que havia chegado ao hospital, se sentiu sem forças e se apoiou na parede, descendo lentamente até ficar agachada.Suas pernas estavam bambas.O sentimento de quase perder Julieta, quando ela desmaiou em seu ombro, era como se o mundo inteiro estivesse desmoronando, uma escuridão sem fim.Ela estava tremendo.Ela sentiu algo parecido seis anos atrás, quando Mateus terminou tudo com ela na prisã
Julieta sorriu com sua boquinha aberta:- Eu também quero purê de batata.Assim que ela falou, uma voz masculina ressoou:- Purê de batata chegando!Rui entrou segurando comida:- Eu comprei mingau e purê de batata, alimentos bons para o estômago. Você e Julieta comam um pouco.- Obrigada, Doutor Rui.Rui acariciou a cabeça de Julieta e disse:- Julieta, se recupere bem e não deixe sua mãe preocupada.- Sim, sim!- Julieta é mesmo uma boa menina.Aline usou uma colher para pegar o purê de batata e alimentar Julieta.Rui notou as erupções na mão dela:- Você está com alergia, não está? Eu comprei uma pomada anti-alérgica na farmácia agora há pouco, passe um pouco depois.Aline ficou surpresa:- Obrigada, sempre te dou trabalho quando venho ao hospital.- Não é trabalho nenhum. Não é fácil para você cuidar de Julieta sozinha, eu só estou dando uma mãozinha, não é nada. Aline, você não precisa carregar tudo sozinha, se precisar, pode me procurar a qualquer momento. Se eu puder ajudar, far