Capítulo 6
Aline pegou o dinheiro, segurou o violino e cambaleou em direção à porta da suíte.

Mateus não olhou para ela, apenas ergueu a cabeça e bebeu uma taça de champanhe de um gole só, com uma voz fria e autoritária advertindo Aline:

- Além disso, Srta. Aline, esse anel de prata no seu pescoço me enoja.

Aline ficou parada na porta, de costas para Mateus.

Ela tocou o anel de prata simples e rústico pendurado em uma corrente no seu pescoço, um anel de compromisso que Mateus havia comprado seis anos atrás. Era de prata, não valia muito, mas Aline sempre o tratou como um tesouro.

- Eu me acostumei a usar. Já que o anel foi dado a mim há seis anos, ele é meu. E se é meu, se eu uso ou não, não tem nada a ver com o Sr. Mateus.

Era o Mateus de seis anos atrás que lhe dera, o Mateus que a valorizava e cuidava dela.

Ela queria egoisticamente manter alguma lembrança boa, mesmo que essas memórias a machucassem profundamente durante a noite.

Mas, sem razão, Aline decidiu ser teimosa dessa vez.

Sua obstinação pareceu desencadear a ira de Mateus:

- Saia.

Aline foi embora. O copo na mão do homem foi esmagado instantaneamente!

O champanhe rico, misturado com o sangue vermelho vivo da palma da mão, caía gota a gota no chão.

Gustavo e Francisco se assustaram, não esperavam que a aparição de Aline causasse tamanha emoção em Mateus.

- Mateus, a culpa é minha esta noite, não pensei direito!

Sob a luz fraca, Mateus olhava friamente para as gotas de sangue caindo de sua mão, com um resmungo gelado nos olhos vermelhos:

- Essa é a surpresa que você preparou? Sem graça.

- Desculpa, não pensei direito.

Francisco, embora amigo de Mateus, sabia que Mateus ainda era seu chefe. Nos últimos anos, Mateus se tornou mais silencioso e imprevisível. Às vezes, Francisco não ousava desafiá-lo.

- Da próxima vez, não tome iniciativas por conta própria, especialmente em relação à Aline.

Mateus falou, e Francisco teve que obedecer. Afinal, essa era uma questão pessoal entre Mateus e Aline, e os outros realmente não deveriam se intrometer.

Gustavo olhou para Mateus se afastando e colocou o braço sobre o ombro de Francisco, dizendo:

- Francisco, você é sempre tão perspicaz, como pôde ser tão tolo esta noite?

- Achei que, depois de seis anos, Mateus já teria superado. Naquela época, eles eram um par tão perfeito, e seu amor era uma lenda na Universidade de Aeminium. Não quero que Mateus viva sempre no ódio. Nos últimos seis anos, ele não só se distanciou de Aline, mas também se afastou de nós.

Gustavo discordou, brincando:

- Mateus sempre foi frio por fora e quente por dentro, de poucas palavras, mas com muitos pensamentos! Mas é estranho, como Aline veio parar aqui cantando?

- Um mês atrás, Mateus mandou alguém contatar a Rede Televisiva Aeminium, e foi assim que Aline foi demitida sem motivo. Aline era a estudante mais bonita e talentosa do curso de Rádio e TV, e Mateus acabou com a carreira dela assim, não foi um pouco demais?

- Tsk, você está lamentando por Aline! Francisco, não me diga que você também está encantado por essa mulher! Cuidado, se você se aproximar demais desse azar, pode acabar na prisão também!

Francisco pegou seu casaco e se preparou para ir embora:

- Eu nunca cobiçaria a mulher de um amigo.

- Menos, Francisco! Não se esqueça do quanto Mateus sofreu na prisão! Tudo por causa de Aline!
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