Capítulo 10
Na manhã seguinte, Antônia soube que Julieta estava doente e foi imediatamente visitá-la no hospital.

Ela chegou carregando uma sacola grande de lanches e brinquedos:

- Ai, minha querida Julieta, como você emagreceu!

- Madrinha!

Julieta tinha sido apadrinhada por Antônia desde seu nascimento.

- Vem cá, me deixe abraçar meu tesouro! Minha pobrezinha, suas mãozinhas estão inchadas por causa do soro!

Julieta quase sufocou com Antônia apertando seu rosto:

- Madrinha! Você é tão entusiasmada! Meu rosto dói!

- Desculpa, desculpa! Olha, veja o que eu trouxe para você, um monte de comidas e brinquedos, gostou?

Aline:

- Você comprou demais, não é uma doença grave, não a mime tanto.

Antônia, despreocupada:

- Crianças devem ser mimadas. Certo, Julieta?

Julieta, com seus olhos brilhantes de felicidade, piscou para Antônia:

- Eu te amo!

- Amo você também! - Antônia respondeu, fazendo um coração com os dedos.

Julieta brincava de trocar a roupa da Barbie enquanto Antônia puxava Aline para fora do quarto para conversar.

- Você encontrou com Mateus no clube ontem à noite?

Aline, surpresa:

- Como você sabe?

- Francisco me contou. Disse que Mateus te fez beber e você teve uma reação alérgica. Ele pediu para eu ver como você estava. Mateus foi muito cruel! Ele sabia que você é alérgica ao álcool e mesmo assim...

- Estou bem, já tomei remédio. Aquela garrafa de bebida me rendeu três mil e quinhentos reais, não saí perdendo.

Antônia, franzindo a testa:

- O que você está falando? Se tivesse azar, poderia ter morrido com a alergia! Que bobagem! Eu não deveria ter te dado essa ideia de ganhar dinheiro. Se você não tivesse ido trabalhar no clube, não teria reencontrado aquele homem!

Aline suspirou:

- É o destino, não dá para evitar. Se não fosse dessa vez, seria outra, não é?

Antônia olhou para ela com pena:

- E agora, o que você vai fazer? Nos últimos seis anos, você não o viu e ele fez você perder o emprego, proibindo que outras empresas do setor te contratassem. Ontem foi o seu primeiro encontro com ele depois de tanto tempo, e ele quase te matou. E se acontecer de novo, não será pior?

Ela balançou a cabeça:

- Também não sei, só posso improvisar. Agora, não posso me preocupar com isso.

- E sobre a Julieta? Você vai continuar escondendo a existência dela de Mateus?

Aline sorriu amargamente:

- Se não esconder, devo levar Julieta para conhecê-lo? Ele vai pensar que estou usando Julieta para chantageá-lo a me perdoar. Eu e ele, já acabamos há seis anos. Conheço bem o caráter de Mateus; todos podem traí-lo, mas eu, se o fizesse, ele me mataria por pouco.

Antônia, um pouco assustada:

- Esse homem é tão aterrorizante!

Aline, acostumada:

- Ele sempre foi assim, obsessivo. Ama profundamente e odeia sem limites.

Seis anos atrás, Aline trabalhava em um bar durante as férias e um cliente bêbado tocou sua mão. Mateus, ao saber disso, arrastou o homem para um beco e quebrou sua mão.

Aline, com medo de que o homem se vingasse de Mateus, chorou abraçada à cintura dele, implorando para ele parar. Se ela não o tivesse impedido, Mateus poderia tê-lo matado.

Depois disso, Mateus não permitiu que ela continuasse a trabalhar lá, lavando a mão que tinha sido tocada várias vezes até ficar vermelha. Só então ele a beijou, tratando-a como um tesouro.

Naquela noite, Mateus estava possuído pelo desejo, pressionando-a na cama e beijando cada parte do seu corpo.
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