Aline.Ele a chamava carinhosamente pelo nome, sussurrando em seu ouvido com uma voz tão suave e cheia de paixão, mas dizendo as palavras mais dolorosas.Com os olhos vermelhos, Aline sorriu.Mateus, com o rosto abaixado, Aline ergueu levemente a cabeça, encontrando seu olhar zombeteiro:- Se eu não tivesse escapado esta noite, Mateus, você teria um pingo de compaixão por mim?Teria corrido de volta ao hotel para a salvar?Mesmo que fosse só um momento de hesitação para me salvar...O rosto bonito de Mateus ficou extremamente frio, seus olhos sem emoção fixos nela, silenciosos por um longo tempo.Aline parecia saber a resposta, mas a relutância ainda perturbava seu coração.Lágrimas escorriam silenciosamente de seus olhos, sua voz rouca:- Mateus, eu quero saber a resposta.Sim ou não.Deu a ela uma resposta definitiva, para que ela finalmente pudesse desistir da última esperança.De repente, Mateus disse:- Aline, você sabe que eu já morri uma vez? Não, na verdade, duas vezes. Sabe qu
Aline nem teve tempo de reagir, e o cobertor já havia sido removido do seu corpo.O frio a envolveu instantaneamente.Uma voz feminina, desdenhosa e irritante, soou:- Foi você que seduziu o Mateus? Até que é bonita. Mas ele só vai usar você uma vez. Você é como um guardanapo usado e descartado, já vi muitas mulheres como você.Aline se apoiou nos braços para se sentar, cobrindo o corpo com um travesseiro:- Quem é você?A mulher, sentada em um sofá de couro ao lado, brincava com suas unhas recém-feitas, dando apenas um olhar para Aline:- Eu? A noiva de Mateus, Clara.Na noite anterior, Mateus entrou no hotel com esta mulher, e os jornalistas capturaram tudo.Naquela manhã, o escândalo já havia se espalhado pela alta sociedade.Como a noiva oficial de Mateus, Clara se sentiu humilhada. Após investigar, encontrou este hotel e descontou toda sua raiva em Aline.Ela ficou muito surpresa com isso. Mateus detestava profundamente a aproximação das mulheres, e normalmente, quando ela tentava
- Não importa o motivo, você bater na cabeça de Manuel está errado! Ainda bem que ele foi generoso o suficiente para não levar isso adiante. Aline, volte imediatamente para Viso e peça desculpas na mansão Pinto!Pedir desculpas?Por que ela deveria se desculpar?As emoções reprimidas durante toda a noite explodiram após as injustas repreensões de Gabriel. Aline respondeu friamente:- Voltar para Viso? Pai, você esqueceu? Foi você quem me expulsou de Viso e agora quer que eu volte para pedir desculpas a Manuel. Mesmo que Manuel me tivesse estuprado, eu deveria pedir desculpas?Gabriel hesitou por um momento, mas logo continuou como se nada tivesse acontecido:- Aline, você entendeu errado. Manuel agiu impulsivamente apenas porque gosta de você. Hoje de manhã, ele foi à casa dos Ribeiro para pedir sua mão em casamento novamente. Ele disse que só quer casar com você. Aline, é uma sorte para você que Manuel esteja interessado. Volte para casa, e ah, não traga aquela bastarda com você. Não
Enquanto isso, o celular de Mateus tocou.Era Clara ligando.Ele olhava atentamente para duas pessoas que riam e conversavam à distância, atendendo o telefone:- O que aconteceu?- Eu já cuidei da mulher que estava te incomodando ontem à noite, Mateus. Ela não vai mais te perturbar. E quanto aos rumores, Dandara já tratou de tudo. Você não precisa se preocupar.- É mesmo? E como você lidou com ela?Ele perguntou com curiosidade.Clara, achando que tinha feito algo que o agradou, respondeu com orgulho e alegria:- Ela é só mais uma que se deslumbra com dinheiro. Dei um milhão de reais a ela e ela concordou em não te incomodar mais. Mateus, mulheres como Aline são tolas e míopes, você não precisa se preocupar com ela.Os olhos de Mateus gelaram.Ele sorriu levemente:- Fez bem.Clara, ao ouvir o elogio, ficou ainda mais animada:- Mateus, esta noite nós...Ela foi interrompida quando ele desligou o telefone sem expressão alguma.Seus olhos sombrios carregavam um tom ameaçador.Um milhão
Julieta, passo a passo, caminhava em sua direção...No corredor, a luz era fraca.Aline levantou a cabeça, olhando nos profundos olhos de Mateus, e de repente se levantou nas pontas dos pés, beijando seus lábios.Independente da indiferença de Mateus, ela segurou o rosto dele com as mãos, virando-o para um lugar mais escuro, bloqueando também seu próprio rosto.Quando Julieta chegou à porta, olhou para dentro por um momento, mas não viu as pessoas no canto, e então se afastou.Aline respirou aliviada.O beijo que ela havia iniciado também a fez perder o foco.Mateus apenas observava, como se estivesse vendo que tipo de jogo ela estava jogando.Mateus era muito inteligente, e Aline temia que ele percebesse alguma falha, então decidiu levar a encenação até o fim.Ela beijou até seu ouvido, sussurrando:- Mateus está com ciúmes do médico, não é? Seis anos se passaram, você ainda não me esqueceu?Ela falou com um tom propositalmente frívolo.Mateus olhou para os lábios dela, zombando:- Vo
Após um tempo, outra mensagem chegou.[Senhor, por que você não me responde? Não foi combinado que, se eu decorasse seu número, poderia te apresentar a mulheres bonitas?]Mateus ficou sem palavras.Julieta, persistente:[Senhor, por favor, me responda! Se você me responder, eu apresento minha mãe a você!]Mateus ficou em silêncio.Parece que era isso que ela estava tramando.Naturalmente, Mateus não iria dar atenção a ela.Talvez a mãe da criança tivesse ensinado ela a enviar essas mensagens.Nos últimos anos no mundo dos negócios, Mateus havia visto muitas mulheres tentando chamar sua atenção dessa maneira.Ele guardou o celular.Mateus perguntou a Pedro, que estava dirigindo:- Você descobriu o que eu pedi?- Aquele médico, Rui Mendes, é o médico-chefe da Pneumologia. Por que, Sr. Mateus? Ele te incomodou?Pedro lançou um olhar cauteloso para Mateus pelo retrovisor.O rosto de Mateus continuava frio, sem mostrar emoção.- Não, ele é bom.Mas não é adequado para Aline.Nem deveria con
Aline rapidamente voltou ao hospital.Antônia disse:- Julieta queria iogurte, então eu a levei à loja de conveniência no térreo para comprar. Acabei de pagar e ela sumiu!Aline ainda estava calma:- Vamos verificar as câmeras de segurança na loja de conveniência.O dono da loja, uma pessoa gentil, ao saber que elas haviam perdido uma criança, prontamente mostrou as gravações das câmeras.Nas imagens, um homem bem-vestido levou Julieta embora...Antônia perguntou preocupada:- Aline, quem é esse homem? Você o conhece? Devemos chamar a polícia? Será que é alguém de Mateus?Aline, pálida, balançou a cabeça:- Não, esse homem é o assistente de Gabriel. Tem que ser Gabriel!Ela só havia pensado que Gabriel encontraria Maria e a usaria para ameaçá-la.Mas nunca imaginou que Gabriel, para agradar à família Pinto, sequestraria uma criança de seis anos!Aline imediatamente ligou para Gabriel, gritando fora de controle:- Gabriel, o que você quer fazendo Julieta desaparecer?Do outro lado da li
Aline sorriu friamente:- Até sequestrar a própria neta, essa é a sua educação?- Aline! - Gabriel ficou furioso, com a expressão distorcida.Thiago interveio:- Irmã, não fale bobagens! Como o pai poderia sequestrar Julieta? Ela já tem seis anos e você nunca a trouxe para nos visitar. O pai só queria vê-las.- Seis anos atrás, vocês me expulsaram desta casa, e desde então eu me desliguei da família Ribeiro. O que temos agora?Gabriel olhou para ela com superioridade, num tom educativo:- Laços de sangue não são algo que você pode simplesmente cortar. Vá perguntar ao tribunal de Viso se é possível cortar relações pai-filha assim.Aline sorriu com desprezo:- O tribunal de Viso, onde você manda! Thiago atropelou e matou alguém, mas você fez Mateus assumir a culpa e ir para a prisão. Gabriel, governador, distorcer a verdade é o que você faz de melhor! Por que perguntar a mim?Gabriel, num acesso de raiva, deu um tapa forte no rosto de Aline.- Mulher desprezível!O canto da boca de Aline