- Pare.A voz do homem era baixa e magnética, transbordando autoridade e uma ordem incontestável.Aline congelou, mas não olhou para trás, perguntando:- O Sr. Mateus tem mais alguma ordem?- Já que você veio para ganhar dinheiro, por que a pressa em ir embora?Aline apertou os punhos, sentindo um mau pressentimento...Mateus jogou um maço grosso de dinheiro na mesa.Ele ergueu uma sobrancelha, como se estivesse assistindo a uma anedota:- Beba esta garrafa de vinho e o dinheiro é seu.Beber vinho...Aline tremeu, engolindo em seco:- Desculpe, Sr. Mateus, eu sou alérgica a álcool.Mateus sorriu, despreocupado:- É mesmo? Não me lembro.A indiferença era extrema.Não se lembrar...Ela era alérgica ao álcool, até mesmo a bebidas de baixo teor alcoólico causavam erupções cutâneas por todo o corpo, e beber destilados poderia levar a um choque grave.Seis anos atrás, ela teve uma reação alérgica grave após beber acidentalmente uma bebida alcoólica. Naquela época, Mateus preocupado a levou
Aline pegou o dinheiro, segurou o violino e cambaleou em direção à porta da suíte.Mateus não olhou para ela, apenas ergueu a cabeça e bebeu uma taça de champanhe de um gole só, com uma voz fria e autoritária advertindo Aline:- Além disso, Srta. Aline, esse anel de prata no seu pescoço me enoja.Aline ficou parada na porta, de costas para Mateus. Ela tocou o anel de prata simples e rústico pendurado em uma corrente no seu pescoço, um anel de compromisso que Mateus havia comprado seis anos atrás. Era de prata, não valia muito, mas Aline sempre o tratou como um tesouro.- Eu me acostumei a usar. Já que o anel foi dado a mim há seis anos, ele é meu. E se é meu, se eu uso ou não, não tem nada a ver com o Sr. Mateus.Era o Mateus de seis anos atrás que lhe dera, o Mateus que a valorizava e cuidava dela. Ela queria egoisticamente manter alguma lembrança boa, mesmo que essas memórias a machucassem profundamente durante a noite. Mas, sem razão, Aline decidiu ser teimosa dessa vez. Sua obs
Francisco assentiu:- Claro.O pior incidente foi quando Mateus foi esfaqueado na prisão, a facada quase atingiu seu coração, ele quase morreu....Aline não sabia como tinha chegado em casa num estado tão confuso. No caminho de volta, vomitou várias vezes até se sentir um pouco melhor. Passando pela farmácia, comprou remédios para ressaca e alergia e os tomou. Quando chegou em casa, as erupções em seu corpo já haviam diminuído bastante, mas o cheiro de álcool nela era forte e inconfundível. A luz ainda estava acesa em casa.Ela largou a bolsa, trocou de sapatos, mas Julieta não correu para seus braços como de costume.- Julieta?Sem resposta. Será que ela estava dormindo?Aline entrou no quarto e imediatamente viu Julieta encolhida na cama, com o rosto pálido, respirando com dificuldade.O coração de Aline parou por um instante, ela se aproximou rapidamente:- Julieta, o que aconteceu?- Mãe... Estou me sentindo mal, meu peito dói muito.A voz da menina estava extremamente fraca!-
Era tarde da noite, na área de emergência do hospital.Julieta foi levada para a sala de ressuscitação, e Aline, toda molhada, foi impedida de entrar pela enfermeira:- Senhora, você não pode entrar!Aline olhava ansiosamente para dentro, se sentindo completamente impotente, suas mãos tremiam enquanto seguravam as da enfermeira, com uma voz rouca e fraca, ela implorava:- Por favor, salvem minha filha, eu imploro!Sua voz estava carregada de soluços.A enfermeira tentou acalmá-la:- Vamos fazer o nosso melhor, tente se acalmar.Aline só pôde concordar, se mantendo tensa o caminho todo, mas agora que havia chegado ao hospital, se sentiu sem forças e se apoiou na parede, descendo lentamente até ficar agachada.Suas pernas estavam bambas.O sentimento de quase perder Julieta, quando ela desmaiou em seu ombro, era como se o mundo inteiro estivesse desmoronando, uma escuridão sem fim.Ela estava tremendo.Ela sentiu algo parecido seis anos atrás, quando Mateus terminou tudo com ela na prisã
Julieta sorriu com sua boquinha aberta:- Eu também quero purê de batata.Assim que ela falou, uma voz masculina ressoou:- Purê de batata chegando!Rui entrou segurando comida:- Eu comprei mingau e purê de batata, alimentos bons para o estômago. Você e Julieta comam um pouco.- Obrigada, Doutor Rui.Rui acariciou a cabeça de Julieta e disse:- Julieta, se recupere bem e não deixe sua mãe preocupada.- Sim, sim!- Julieta é mesmo uma boa menina.Aline usou uma colher para pegar o purê de batata e alimentar Julieta.Rui notou as erupções na mão dela:- Você está com alergia, não está? Eu comprei uma pomada anti-alérgica na farmácia agora há pouco, passe um pouco depois.Aline ficou surpresa:- Obrigada, sempre te dou trabalho quando venho ao hospital.- Não é trabalho nenhum. Não é fácil para você cuidar de Julieta sozinha, eu só estou dando uma mãozinha, não é nada. Aline, você não precisa carregar tudo sozinha, se precisar, pode me procurar a qualquer momento. Se eu puder ajudar, far
Na manhã seguinte, Antônia soube que Julieta estava doente e foi imediatamente visitá-la no hospital. Ela chegou carregando uma sacola grande de lanches e brinquedos:- Ai, minha querida Julieta, como você emagreceu!- Madrinha!Julieta tinha sido apadrinhada por Antônia desde seu nascimento.- Vem cá, me deixe abraçar meu tesouro! Minha pobrezinha, suas mãozinhas estão inchadas por causa do soro!Julieta quase sufocou com Antônia apertando seu rosto:- Madrinha! Você é tão entusiasmada! Meu rosto dói!- Desculpa, desculpa! Olha, veja o que eu trouxe para você, um monte de comidas e brinquedos, gostou?Aline: - Você comprou demais, não é uma doença grave, não a mime tanto.Antônia, despreocupada: - Crianças devem ser mimadas. Certo, Julieta?Julieta, com seus olhos brilhantes de felicidade, piscou para Antônia:- Eu te amo!- Amo você também! - Antônia respondeu, fazendo um coração com os dedos.Julieta brincava de trocar a roupa da Barbie enquanto Antônia puxava Aline para fora do
Mateus havia dito: - Aline, não deixe mais ninguém além de mim tocar em você, eu não suportaria.Ele é assim, obsessivo. Ama e odeia com a mesma intensidade.Aline expressou sua preocupação:- Antônia, eu tenho medo que ele tire a Julieta de mim e use ela para se vingar.Antônia, chocada, respondeu:- Ele é tão doentio que realmente seria capaz disso!Então o celular de Antônia tocou, era do trabalho.- Alô, chefe?- Onde você está?! O escândalo de Mateus atingiu o topo das tendências no Twitter! Nossa revista perdeu outra grande notícia exclusiva para os concorrentes!Após desligar, Antônia imediatamente acessou o Twitter.A manchete no topo das tendências era: “Mateus Barros e Clara Barbosa ficaram noivos!” A notícia estava atraindo atenção sem precedentes.- Droga! O que é isso?! - Antônia exclamou, chocada.Aline, pensando que era algo do trabalho, perguntou:- O que aconteceu?Antônia passou o celular para ela:- Veja a grande notícia de Mateus!Clara Barbosa era uma desconhecid
- Procure um cirurgião cardíaco renomado para fazer a cirurgia de ponte de safena no meu pai, o mais rápido possível.Mateus estava ao telefone com seu assistente Pedro, perto da janela, quando uma adorável menina se aproximou, olhando para ele com seus grandes olhos expressivos.Rapidamente, seu segurança se aproximou, tentando afastar a menina desconhecida.A garotinha agarrou as calças de Mateus:- Senhor, eu não sou má! Não deixe ele me pegar!Mateus, surpreso ao ver que era apenas uma criança, fez sinal para o segurança recuar.- Você precisa de alguma coisa?Julieta, levantando seu rostinho angelical:- Não, senhor, você é muito bonito! Posso conversar com você?Ela era incrivelmente desinibida e alegre.Mesmo com Mateus mantendo uma expressão séria, ela não se intimidou.Mateus, que não estava acostumado a lidar com crianças, ficou meio sem graça:- Você não tem medo de mim?Julieta balançou a cabeça:- Você é tão bonito, por que eu teria medo?- E se eu fosse um homem mau?- Vo