Com coragem e totalmente aborrecida, Lucie encarou Leon e disparou:
— Está louco? Ou por acaso é bipolar? Se estou usando essa coisa ridícula, foi porque você me obrigou! Ou já esqueceu o seu "maravilhoso" bilhete, indicando que esse era o seu presente de casamento? — O quê? Eu lhe enviei essa coisa? — ele perguntou, franzindo a testa. — Sim, e posso provar! — respondeu ela, sem hesitar. Então, seguiu até onde Kassiani conversava com a mãe de Leon. Sussurrou algo ao ouvido da governanta e voltou até ele, entregando-lhe o bilhete que havia chegado com o vestido. Ao ler, Leon olhou para a porta de entrada do cassino, como se estivesse procurando alguém. Lucie acompanhou seu olhar, mas não havia ninguém lá. Ele franziu a testa, e seu olhar se encheu de ódio. Ela o ouviu murmurar entre dentes: — Maldito! Como ele ousa? Sempre querendo se divertir às minhas custas! — O quê? Do que está falando? — perguntou Lucie, intrigada com seu comportamento. — Nada, Lucie. Esqueça esse maldito bilhete e esse pedaço de pano. Você não vai se casar com ele, de forma alguma! — respondeu ele, decidido. Ela o encarou, incrédula, e falou de forma provocativa: — Como pretende que eu case, então? Nua? Pois saiba que agora sou eu quem quer usar esse vestido. Acho até que ele me caiu muito bem! Quando ela falou isso, o olhar de fúria de Leon recaiu sobre ela. Lucie se assustou tanto que deu dois passos para trás, mas ele a segurou pelo cotovelo e disse: — Não me provoque, Lucie. Já disse que não gosto de ser desafiado. Se não quiser saber o peso das consequências de suas provocações, é melhor que me obedeça. Suba agora para o quarto que fica neste cassino e me espere lá. Está me ouvindo? — Você é um maldito lunático, Leon Durand! Primeiro me obriga a usar essa coisa, e agora se arrepende? — Não me conteste, apenas me obedeça! — disse ele entre dentes, apertando seu braço com força. — Maldição, Senhor Durand! Obedecer é tudo o que tenho feito! Agora, largue o meu braço, está me machucando! E me diga onde fica esse maldito quarto! — respondeu ela, puxando o braço para longe dele e o encarando com raiva. Pela primeira vez, foi Leon quem pareceu assustado. Ele a encarou com um olhar perplexo e disse: — Seus olhos... O que houve com eles? Eles parecem diferentes! — Como assim? Do que está falando? Eu não... — começou Lucie, mas foi interrompida. Dona Laurent e Kassiani se aproximaram, percebendo a tensão entre os dois. Kassiani puxou Lucie para o seu lado, encarando Leon com raiva. Ele, no entanto, não demonstrou se abalar. Dona Laurent perguntou, preocupada: — O que houve, meus amores? Está acontecendo algum problema? Leon encarou Lucie mais uma vez, como se tentasse decifrar algo em seu rosto. Depois, pigarreou e olhou sério para a mãe: — Não está acontecendo nada, mãe. Estávamos apenas combinando algo. Me faz um favor? — Sim, querido, claro! Pode falar — respondeu Dona Laurent com um sorriso suave. — Poderia levar Lucie e Kassiani até o quarto 420 e fazer companhia a elas até eu chegar, oui? Ele olhou para Lucie, como se esperasse algum protesto, mas ela nem o encarou. A mãe de Leon respondeu: — Sim, querido, sem problema. Mas onde você vai? — Comprar um vestido decente para a minha noiva! — respondeu ele, saindo sem dizer mais nada. Dona Laurent as encarou, sorrindo sem graça, e disse: — Por favor, querida, releve o comportamento do meu filho, sim? Leon é controlador, assim como o pai. — Tudo bem, senhora. Já estou começando a me acostumar com o seu "suave" comportamento — respondeu Lucie, sarcástica, enquanto trocava olhares com Kassiani, que parecia tão confusa quanto ela. Dona Laurent então as levou até um quarto elegante e mobiliado. Ao entrarem, indicou um sofá para que se sentassem. Enquanto se acomodavam, ela encheu Lucie de perguntas sobre onde e quando havia conhecido Leon, e por que ele nunca havia falado dela. Apesar de se sentir mal, Lucie teve que mentir e dar respostas evasivas. Percebeu que era melhor poupar Dona Laurent daquela sordidez. Kassiani também ajudou a esconder a verdade. Lucie imaginou que Leon demoraria, mas, quinze minutos depois, ele mandou entregar no quarto um novo vestido. Este era lindo, discreto e de bom gosto, com detalhes rendados. Ao vesti-lo, Lucie sentiu-se mais à vontade. Quinze minutos depois, percebeu que havia chegado a hora de o circo começar. Agora, mesmo que quisesse, não poderia mais fugir de ser a atração principal. Então, comentou: — Acho que está na hora do casamento. — Ó, sim, querida! — disse Dona Laurent, pegando a mão de Lucie. — Gostaria de dizer que foi um grande prazer conhecê-la. Tenho certeza de que você é a pessoa certa para o meu Leon. E, por favor, não me faça perder tempo. Quero ser vovó! Lucie corou, sentindo-se uma completa mitomaníaca. Como podia mentir para uma pessoa tão gentil como aquela senhora? Mas decidiu não se culpar por isso. Sabia que os únicos culpados eram Leon e o pai dele — que, aliás, ainda não havia conhecido. No entanto, como se o tivesse chamado com o pensamento, alguém bateu na porta. Dona Laurent disse: — Entre! Um senhor entrou. Era uma versão mais velha de Leon, sem dúvidas, Maxime Durand, o homem responsável por toda aquela farsa. Maxime avaliou Lucie dos pés à cabeça, como se estivesse inspecionando um objeto recém-comprado. Pareceu satisfeito com o que viu, pois disse: — Você está linda, querida! Agora entendo por que Leon está tão nervoso lá embaixo. Eu também ficaria, com medo de que uma noiva tão linda fugisse de mim. Lucie entendeu perfeitamente a ameaça velada em suas palavras. Seus olhos eram frios e calculistas, e ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Aquele homem era um predador impiedoso, e sua maldade estava escondida sob uma camada de gentileza e bons modos. Mesmo assim, Lucie olhou para Kassiani, que o encarava com raiva, e respondeu com um sorriso tão falso quanto o dele: — Muito obrigada pelos elogios, Senhor Durand. E seu filho não precisa se preocupar. Não vou fugir. Sou uma mulher que cumpre sua palavra. Maxime, para disfarçar a tensão da conversa que Dona Laurent ouvia atentamente, apenas disse: — Você já está pronta, chérie? — Sim! — respondeu Lucie, decidida. — Ouça, Maxime, nunca vou te perdoar por ter conhecido Lucie antes de mim e não nos ter apresentado — queixou-se Dona Laurent. — Não me culpe! Culpe o seu filho, que escondeu o amor de sua vida de todos nós — respondeu Maxime, sorrindo para Dona, que o encarava com um olhar de falsa raiva. Ele então se virou para Lucie e disse: — Querida, soube que seu pai não poderá vir homenagear seu casamento. Ele está internado, não é? De repente, Lucie viu nos olhos obscuros daquele homem um brilho de malícia, como se ele soubesse exatamente o motivo pelo qual seu pai estava internado. — Sim — foi a única palavra que ela conseguiu dizer. — Sinto muito, querida — disse Dona Laurent, demonstrando genuína compaixão. — Tudo bem, senhora. Era algo que ele precisava fazer. Agora, vamos, por favor. Não posso deixar meu noivo esperando — disse Lucie, desejosa de fugir daquela conversa. — Ó, sim! Se bem conheço meu filho, ele deve estar angustiado com a demora, esperando sua linda noiva — respondeu Dona Laurent, empolgada. Enquanto desciam para o salão onde a cerimônia aconteceria, Lucie sentiu um frio na espinha. Sabia que, a partir daquele momento, sua vida nunca mais seria a mesma. Leon e Maxime eram homens perigosos, e ela estava prestes a se tornar parte de um jogo que não entendia completamente. Mas, no fundo, sabia que precisava ser forte — não apenas por ela, mas por seu pai e por Kassiani, que a observava com um olhar de preocupação. "O que mais esse casamento reserva para mim?" pensou Lucie, enquanto caminhava em direção ao altar, onde Leon a esperava com um olhar que misturava desejo e controle.Quando desceram, o salão principal já estava organizado com cadeiras e o local onde o juiz celebraria o casamento. Apesar de simples, tudo foi preparado com bom gosto e sofisticação. Lucie notou que havia poucas pessoas presentes — talvez uma dúzia. Não sabia se eram amigos da família ou parentes, mas, naquele momento, não havia tempo para apresentações. O casamento começou, e o juiz proferiu as palavras. Ambos disseram os votos. Apesar de estarem se casando, Leon não a encarava nos olhos. Lucie acreditou que fosse pela forma como o havia desafiado minutos antes, com relação ao vestido. Aparentemente, aquele homem era terrivelmente sensível ao ser contrariado e ainda estava aborrecido com ela. "Não consigo entender Leon. Ele muda de opinião tão rápido assim? Meu Deus, e se esse homem tiver dupla personalidade?" — pensou Lucie, assustada. Enquanto refletia, passou a analisá-lo melhor. Notou que não havia se enganado: Leon era acostumado a ter tudo o que queria com um simples est
Dona Laurent, que até então parecia prender o fôlego, aproximou-se de Lucie e disse: — Querida, eu jamais imaginei que essa mulher fosse aparecer e causar todo esse caos. Provavelmente, ela se aproveitou por ser cliente VIP do cassino e enganou os seguranças. Desculpe, meu anjo. Se ela soubesse o que Lucie realmente pensava naquele momento. Enquanto tomava um gole de champanhe e olhava para a porta por onde Charlotte havia saído, pensou: ”Maldição, por que ela não entrou antes? Dessa forma, teria impedido o casamento e me poupado desse destino sombrio!” No entanto, ao olhar novamente para Leon, que agora era seu marido, percebeu que nada nem ninguém teria conseguido impedir aquele casamento. Em seu semblante, havia uma resolução incrível. Algo que, ao mesmo tempo que a assustava, também a fascinava. E, como se lesse seus pensamentos, Leon se aproximou e disse: — Nunca ninguém impediria o nosso casamento, meu amor. Nem mesmo a louca da Charlotte. Você agora é minha, e ninguém vai t
Quando Lucie encarou Leon, ele estava parado de braços cruzados, observando-a com um olhar profundo e luxurioso. Ela não fazia ideia de quanto tempo ele estava ali. Com um olhar assustado, ela perguntou: — Par Dieu, Leon! O que você está fazendo aqui? Ele sorriu de forma extremamente sensual, como se fosse o próprio demônio em pessoa, e então pediu desculpas: — Pardon, chérie. Te assustei? Ela apenas sacudiu a cabeça, enquanto ele a encantava com aquele maldito sorriso. "Droga, por que Leon tem que ter esse sorriso avassalador?" pensou Lucie, irritada consigo mesma. — "Ele deve usar isso sempre que quer seduzir uma mulher. Quantas promessas ele terá feito àquela pobre moça que apareceu no casamento, chorando desesperada?" Enquanto refletia, Leon se aproximou lentamente, como um predador cercando sua presa. Lucie percebeu que, apesar do frio, ele estava sem camisa. "Que corpo perfeito..." — pensou ela, mas rapidamente desviou o olhar, envergonhada. Ao se aproximar, Leon v
Lucie gritou, sua voz ecoando pelo quarto como um trovão. A raiva fervia em suas veias, mas algo dentro dela lutava contra sua própria vontade. Seu corpo, traiçoeiro, respondia aos toques brutos de Leon de uma forma que a envergonhava e a aterrorizava. — O que está acontecendo comigo? — pensou, desesperada. — Estou gostando disso? Sou uma louca? Uma masoquista? Leon, no entanto, parecia alheio à sua luta interna. Seus lábios e mãos exploravam seu corpo com uma voracidade animal, sugando, lambendo e mordiscando os bicos de seus seios com uma intensidade que misturava dor e prazer. Lucie nunca havia feito sexo antes, nunca havia conhecido os limites do próprio corpo. Mas agora, sua sanidade mental estava à beira do colapso. Ela percebeu que não era apenas a sensualidade de Leon que a dominava. Havia algo mais profundo, algo dentro dela, como se seu próprio corpo estivesse sendo consumido por um desejo irracional, primitivo. Seu corpo queria se entregar, mas sua mente lutava ferozmente
Ao levantar o olhar, Lucie deparou-se com uma criatura colossal a pouco mais de trinta centímetros de distância dele. O coração disparou em seu peito, e ela sentiu um frio cortante percorrer sua espinha. Instintivamente, sentou-se no chão e empurrou-se para trás, até que suas costas colidiram com a grossa casca de uma árvore. A criatura, no entanto, não se moveu. Permaneceu ali, imóvel, como uma estátua viva, observando-a com olhos que brilhavam como brasas douradas. Lucie fitou a criatura, tentando processar o que via. Assemelhava-se a uma corça, mas era como se a natureza tivesse decidido criar uma versão majestosa e sobrenatural do animal. Ela lembrava-se de ter estudado sobre corças comuns em algum momento de sua vida. Sabia que eram animais pequenos, com no máximo um metro e meio de altura e pesando menos de quarenta quilos. Mas a criatura diante dela era diferente. Era enorme, quase do tamanho de um cavalo adulto, com uma presença que emanava poder e mistério. E não era apenas
Então a corça percebeu que Lucie havia se perdido dela, por isso voltou. E quando a viu outra vez, incentivou Lucie a segui-la novamente. E assim ela, voltou a correr atrás dela, sem nem ao menos saber porque estava fazendo aquilo. Porém, por algum motivo, acreditou que aquele animal, era única chance para sair viva daquele lugar tenebroso. Mas enquanto corria se assustou novamente, pois ouviu um grande pio seguido de um guincho ensurdecedor, e algo passou por sobre ela batendo asas, devido ao susto ela correu na direção contrária a que, a corça tomava, e enquanto olhava para a enorme coruja que passou sobrevoando sobre ela, nem sequer observou onde pisava foi então que ela tropeçou em uma grande raiz, e caiu no que parecia uma enorme descida semelhante a um barranco. Lucie protegeu com as mãos, sua cabeça e seu rosto, porém bateu o corpo no que parecia ser um tronco de uma enorme árvore. E ainda zonza, e sentindo falta de ar, muita dor, e uma forte pontada na costela, ela levantou
Enquanto isso algumas horas depois que Lucie fugir da mansão Durand... Leon acordou, porém, totalmente zonzo, e sentindo uma forte e latejante dor na cabeça, não conseguiu falar e nem abrir os olhos naquele momento. E aquela dor insistentemente parecia querer o empurrar novamente para inconciencia. E para não sucumbir aquele sono infernal novamente, se pôs a pensar: — Droga o que aconteceu comigo? Por que estou nessa situação? E por que demônios a minha testa está doendo dessa forma infernal? Então ouviu a sua governanta perguntar baixinho para alguém, que estava com ele dento do quarto: — Então doutor, como o senhor Leon está? Por favor diga que ele ficará bem? Falou a mulher aflita, Leon então ouviu a voz grave do seu grande amigo e médico particular doutor Sidney, que calma pacientemente a respondeu: — Não se preocupe Julia, ele ficará bem, porém sentirá um pouco de dor quando acordar, mas eu já o mediquei, então a dor será menos intensa a medida que os remédios fizer e
Então Lucie ainda descobrindo o seu próprio mundo...Observou o sorriso sarcástico da sua amiga, que lhe respondeu: — E desde quando Eleni já esteve bem? A sua irmã é como um vulcão adormecido próximo a entrar em erupção! — Com ainda mais raiva ela falou: — Maldição Eleni não tem jeito, não custa tentar manter a calma e parar de cair nas provocações de Pandora! E se algo acontecer... — Não se preocupe amiga, Eleni é muito mais forte e hábil que Pandora, nada irá lhe acontecer. — Sei disso Despina, não estou preocupada com Eleni e sim com a própria Pandora, e é justamente por saber que ela não tem a mínima chance contra a minha irmã, se Eleni quiser pode dá realmente uma boa lição nela, e não que garota não mereça, porém... — Porém, sabemos que se algo acontecer a encrenqueira da princesa Pandora. As Náiades ficarão de vez contra a liderança de Eleni. Mas é justamente isso que Pandora deseja amiga — Pois é mas isso não pode acontecer, e muito menos agora, quando estamos em