O Escritório do ChefeVolto até onde o Chefe está, sentado em sua cadeira de couro, cercado por papéis espalhados sobre a mesa. A luz fraca do abajur cria sombras profundas em seu rosto, destacando as linhas de preocupação que se aprofundam a cada dia. Ele parece absorto em seus pensamentos, mas levanta os olhos quando me aproximo. Informo-lhe que já está tudo providenciado para o garoto voltar para sua casa e ficar com o seu pai, antes que ele seja descoberto. Tratando-se da Khazar, tenho certeza de que, se ainda não descobriram, estão muito perto de chegar. Esses caras nunca foram fáceis de pegar, e agora estão ainda piores. Depois do ataque que sofreram quando chegaram, com certeza estão com muito ódio.O Chefe me olha com uma expressão séria, mas antes que ele possa responder, o telefone dele toca. Ele atende, e eu o vejo arregalar os olhos com o que escuta. Ele leva a mão à cabeça, franzindo o cenho, e o vejo exalar ódio com os olhos. Com certeza é alguma coisa. Ele pega o contro
RichardDepois de horas de viagem, finalmente estou de frente para Renzo, que me parece tenso demais. Isso não é normal, tratando-se dele, que é tão frio, tão calculista… Enquanto me encara, pelo que eu julgo ser tempo demais, ele finalmente abre a boca.— Meu velho amigo, finalmente chegou! Estamos precisando de você aqui — fala, me dando um abraço camarada.— É, finalmente cheguei. Agora vamos, quero que me falem toda a merda que está acontecendo aqui. Quero entender o que caralho está acontecendo, porque não é possível recebermos tantos golpes um atrás do outro sem nem ao menos termos notado de onde estavam vindo tantos golpes... Me conte. Como o Chefe reagiu aos últimos acontecimentos?— Simples, mandou trazer o moleque para casa. Ele está achando que ele está correndo perigo desde que mandou atacar o velho na chegada ao Brasil, e o moleque participou pessoalmente do ataque.— Eu sempre disse para manter esse peste longe dos olhos do velho Don. E o que ele fez? O colocou no meio d
**Chloe**A cada dia que passa, sinto-me mais à vontade com Benjamin. Ele se revelou um grande amigo e, nesta manhã, percebi que ele está se esforçando para se aproximar ainda mais de mim. Quando ele me deixou tocá-lo, mesmo que de forma sutil, meu coração disparou. Não posso negar que adoro essa conexão; sua presença me faz sentir uma paz que eu simplesmente amo.Ao acordar e descer as escadas, vi meu irmão com um ar cansado. Não fazia ideia do que ele havia feito, mas ao passarmos, percebi que ele tinha ido dormir. A casa estava silenciosa, e ninguém parecia estar acordado. Enquanto eu admirava a beleza ao meu redor, ouvi passos e, ao olhar, fui surpreendida por Benjamin, trazendo canecas de café fumegante e um sorriso encantador. Um calor se espalhou pelo meu coração com esse gesto carinhoso. Ao me entregar a caneca, ele me tocou de forma discreta, mas íntima. Apesar de ter gostado, afastei-me um pouco; ninguém nunca me tocou assim. Dei um meio sorriso e me sentei; ele se juntou a
Depois de um tempo me acalmando, finalmente consigo respirar tranquilo para começar a contar a história da nossa família. Percebi que, com o que contei até agora, as meninas ficaram bastante interessadas, mas eu sei que as novas informações vão atingi-las em cheio...Me arrependo até hoje do dia em que deixei que um antigo membro da Khazar saísse. Nós começamos praticamente juntos; ele era o meu homem de confiança e, por isso, permiti sua saída. Só não imaginava que ele se voltaria contra mim. Cometi esse erro por pensar que ele seguiria uma vida diferente com a família. Não esperava que se tornaria o meu maior problema, o meu maior pesadelo desde então...Andrew e Kara se amavam muito. Todos conseguiam ver que o amor deles era verdadeiro, tanto que enfrentaram os riscos ao quebrar as regras. A cumplicidade entre eles era visível e, apesar da pouca idade de ambos, meu filho aumentou o poder da nossa organização, fazendo-a crescer cada vez mais. Kara sempre esteve ao seu lado, ajudando
EmilyOuvir tudo o que o meu nono Giorgi estava falando me fez ver o quanto a minha família foi feliz, mas também sofreu. Eu vi o meu nono ofegar com as lembranças dolorosas e percebi o quanto isso o machucou. Eles ainda não nos falaram exatamente o que a nossa família faz, mas eu já notei que não é nada legal. Se tudo o que nos aconteceu tem a ver com esse tal de "O Monopólio", com certeza eles vão pagar pelo que fizeram com a nossa família...As lágrimas do nono Ary me comoveram de forma absurda. Não me conformo que tenham feito tanta maldade, mas sei que ainda há outras histórias por vir; teremos que descobrir aos poucos, afinal, elas causam dor. E o mais inacreditável, que não sai da minha cabeça, foi descobrir que eu fui sequestrada com apenas dois meses de vida. Então, isso só pode significar uma coisa: o homem que eu sempre chamei de tio faz parte de toda essa sujeirada; ele é o meu sequestrador. O que mais eu ainda descobrirei a respeito deste homem, homem não, deste monstro?
A noite está linda, e sentada aqui, acompanhada de Danilo, não poderia ser mais perfeita, apesar do flagrante que ele me deu no quarto dele, babando em seu corpo. Até que ele disfarçou bem e nem tocou no assunto, para o meu alívio. O tempo passou muito rápido e logo Benjamin se aproximou, nos chamando para jantarmos. Nos levantamos e entramos na casa, e como sempre, todos estavam reunidos em volta da mesa para o jantar. Vi o olhar de Hayden para Tyler e depois para Danilo, mas nada além disso; o clima continuou normal entre conversas e risadas.Assim que o jantar terminou e todos se dispersaram, vi quando Tyler se juntou ao pai no escritório. Acredito que irão conversar sobre o problema em que Hayden se meteu. Fui até onde Benjamin estava e deitei-me, colocando a minha cabeça em seu colo. Ele colocou sua mão em meus cabelos e começou a fazer carinho. Sinto falta dos dias em que ficávamos apenas nós dois no apartamento. Desde que meu pai morreu em um ataque na nossa casa, somos apenas
**Kara Grecco**Nasci na Itália e, desde então, vivi com meu pai. Sempre tive uma vida bem feliz; como criança, vivia correndo pela linda cidade de Terni. Tinha um moleque que eu não gostava muito, mas ele sempre estava presente em minha casa. Nunca liguei pra isso, sempre tive vários amigos. Minha pele costumava se destacar; todos sempre falavam o quanto eu era bonita, mas também moleca... Não conhecia a minha mãe, e meu pai não gostava de falar dela. Não sei o que aconteceu entre eles, mas o fato é que eu nunca a conheci. Quando eu perguntava, meu pai dava um jeito de se sair da pergunta e sempre fiquei sem respostas...Conforme fui crescendo e entendendo as coisas, comecei a prestar atenção nas conversas e percebi que morávamos em uma comunidade da máfia e que meu pai era muito próximo do Don, que ele respeitosamente chama de O Chefe. E o pior, eu descobri aos 13 anos: eu fui prometida em casamento ao Capeta que eu detesto, chamado Richard, moleque nojento. Me pergunto como meu pai
Faço a ligação e, no primeiro toque, meu pai atende. Sinto a ansiedade em sua voz...— Alô, filha, onde e como você está?— Oi, pai. Estou ligando porque estou com saudades. Queria saber como o senhor está e como estão as coisas aí.— Filha, eu estou bem, mas preciso que você volte, meu amor. Você sabe que é necessário...— Pai, eu estou ótima, mas não tenho planos de voltar pra ser obrigada a me casar com aquele nojento. O senhor sempre soube que eu não o suporto. Tentei de todas as formas persuadir o fim desse casamento, pai. Eu não o amo e não consigo me casar com ele. Eu nunca seria feliz. Tenta entender...— Filha, sua escolha terá consequências e você sabe disso. Sem falar que ele poderá te procurar quando assumir o posto dele no clã. Eu tentei evitar que isso acontecesse, mas, infelizmente, não tem como fazer, meu amor. Os laços foram feitos quando vocês nasceram...— Por isso mesmo eu não pretendo voltar, pai. Estou vivendo muito bem aqui e não precisa se preocupar. Eu aprendi