**Kara Grecco**Nasci na Itália e, desde então, vivi com meu pai. Sempre tive uma vida bem feliz; como criança, vivia correndo pela linda cidade de Terni. Tinha um moleque que eu não gostava muito, mas ele sempre estava presente em minha casa. Nunca liguei pra isso, sempre tive vários amigos. Minha pele costumava se destacar; todos sempre falavam o quanto eu era bonita, mas também moleca... Não conhecia a minha mãe, e meu pai não gostava de falar dela. Não sei o que aconteceu entre eles, mas o fato é que eu nunca a conheci. Quando eu perguntava, meu pai dava um jeito de se sair da pergunta e sempre fiquei sem respostas...Conforme fui crescendo e entendendo as coisas, comecei a prestar atenção nas conversas e percebi que morávamos em uma comunidade da máfia e que meu pai era muito próximo do Don, que ele respeitosamente chama de O Chefe. E o pior, eu descobri aos 13 anos: eu fui prometida em casamento ao Capeta que eu detesto, chamado Richard, moleque nojento. Me pergunto como meu pai
Faço a ligação e, no primeiro toque, meu pai atende. Sinto a ansiedade em sua voz...— Alô, filha, onde e como você está?— Oi, pai. Estou ligando porque estou com saudades. Queria saber como o senhor está e como estão as coisas aí.— Filha, eu estou bem, mas preciso que você volte, meu amor. Você sabe que é necessário...— Pai, eu estou ótima, mas não tenho planos de voltar pra ser obrigada a me casar com aquele nojento. O senhor sempre soube que eu não o suporto. Tentei de todas as formas persuadir o fim desse casamento, pai. Eu não o amo e não consigo me casar com ele. Eu nunca seria feliz. Tenta entender...— Filha, sua escolha terá consequências e você sabe disso. Sem falar que ele poderá te procurar quando assumir o posto dele no clã. Eu tentei evitar que isso acontecesse, mas, infelizmente, não tem como fazer, meu amor. Os laços foram feitos quando vocês nasceram...— Por isso mesmo eu não pretendo voltar, pai. Estou vivendo muito bem aqui e não precisa se preocupar. Eu aprendi
Sou Tyler Campbell, melhor dizendo, Dominic Grecco Montanaro. Quando eu tinha 4 anos, fui enviado por meus pais para um colégio interno com um nome falso, segundo eles, para a minha segurança. Eu só poderia sair de lá com a autorização deles ou de alguém da minha família. Desde então, eu nunca mais os vi. Aos 12 anos, entrou um professor de luta, especificamente para me treinar, e desde então aprendi Muay Thai, Krav Maga, Kung Fu e Karatê, além de aprender a lutar com armas brancas. Nunca entendi o porquê de toda essa preparação até completar 20 anos e ser retirado daquele colégio.Sei que tenho duas irmãs. Quando fui enviado para o colégio, minha mãe, Kara, estava grávida. Tenho essa lembrança: a minha linda mãe com a barriga enorme. Pouco depois de ter sido enviado ao internato, recebi a visita dos meus pais e, com eles, dois bebês lindos. Elas tinham acabado de nascer, e eu as vi e as peguei pela primeira e última vez em meu colo. Fiquei encantado com tanta beleza, tão pequenas e t
Meu nome é Andrew Montanaro e sou filho do Don da Khazar. O meu pai nunca foi um homem que tivesse pena de ninguém e nunca permitiu um traidor em sua casa. Desde adolescente, vi homens clamarem por piedade, e ele apenas olhava nos olhos deles enquanto cortava suas gargantas, e isso por pouca coisa. Não foi à toa que ele construiu o que chamamos de império Khazar.Fui treinado desde muito novo, primeiro a lutar, lutar muito, depois a atirar, sempre treinando todos os dias. Meu pai dizia que eu não deveria errar um único tiro e não devia desperdiçar nenhuma bala; cada uma delas tinha um destino certo. Meu pai me preparou para o substituir, mas não ainda. Depois que eu estava pronto, ele me mandou conhecer o mundo e fazer associações, e assim eu fiz.Quando eu fiz vinte anos, retornei à minha cidade natal, a bela Calábria, e trouxe comigo uma linda mulher que, claro, não sabia do meu envolvimento com a máfia. No início, meu pai ficou furioso comigo, pois esse seria o meu ponto fraco, e m
Papai, papai, que barulho é esse, papai? —Fica calma, filha, e fica abaixada… (tiros, tiros) Papai, eu tô com medo… —Só fica calma, meu bebê, vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem… (mais tiros)... Amor, você está acelerando muito… —Se não for assim, não teremos nenhuma chance… Amor, curva mais à frente… Mais tiros, muitos tiros, luzes, carros em alta velocidade, frenagem brusca, capotagem…Acordo toda suada e assustada. Olho para o relógio na pequena mesinha de cabeceira ao lado da cama; são exatamente 4:00 da manhã. Respiro fundo, meu corpo inteiro está tremendo e tento me acalmar. Levanto da cama e vou até o meu minúsculo banheiro. Olho-me no espelho por alguns minutos e depois jogo água no rosto. Fico ali em pé, me olhando, tentando me lembrar. Forço, mas nada. Minha cabeça começa a latejar, desisto, tiro o meu micro pijama de algodão velho e vou para o chuveiro. Ligo a água fria e deixo-a cair sobre o meu corpo, que ainda treme por conta do sonho. Enquanto estou
Apesar de estar super cansada, fico virando de um lado para o outro na cama. Tento, mas, infelizmente, o sono não vem. Ao contrário, aqueles pensamentos de angústia, por ter sido abandonada, vêm à minha mente como um raio, e sinto as lágrimas começarem a pinicar os olhos. Por mais que eu tente, aos poucos elas transbordam e escorrem pelo meu rosto. Minhas noites nunca foram fáceis, mas, desde que os sonhos — ou melhor, os pesadelos — começaram, a tristeza me invade constantemente.Percebo que meus dias têm se tornado ainda piores e, por mais que eu me esforce, sinto um vazio enorme no peito. Não aguento mais. Levanto e vou tomar uma ducha fria. Eu preciso reagir. Sei que minha mente é totalmente fodida, mas não posso e não vou me deixar abater por esses pensamentos. Tiro meu pijama e entro embaixo do chuveiro frio, deixando a água cair sobre a minha cabeça. Fico ali por vários minutos e, aos poucos, sinto a tensão que se instalou sobre o meu corpo indo embora. Depois de estar um pouco
As horas passam e nada de notícias. Apenas vemos as enfermeiras de um lado para o outro e nada, absolutamente nada de notícias. Depois de uma longa espera, vemos o médico se aproximar.— Doutor, como está a minha amiga? Ela melhorou? Essas dores de cabeça são muito constantes e, segundo ela, de uns três anos para cá, têm se intensificado muito...— Já medicamos a sua amiga, e ela, neste momento, se encontra dormindo. Aparentemente, está melhor, mas só posso ter certeza após ela acordar. Também fizemos alguns exames para descobrir o porquê das dores... E a família dela, conseguiram contatar eles?— Não, doutor. A minha amiga é órfã, ela não tem ninguém, apenas nós e o patrão dela…— Eu sinto muito... Faremos o nosso melhor...— Faça o que for preciso e não se preocupe, assumimos toda a responsabilidade...— Ok, mas vocês não precisam ficar aqui. Ela não vai acordar por algumas horas...— Tudo bem, voltaremos mais tarde...Irmão, vamos passar no seu Ari para avisar que a Ayla não vai tr
O dia finalmente terminou e, logo depois que fui deixada sozinha, adormeci. Mais uma vez, tive uma noite tranquila; acredito que seja por conta das medicações. Ao acordar, deparei-me com o doutor Eduardo me observando. Olho para ele sem entender. Ele apenas diz que preciso fazer novos exames. Pergunto o porquê e ele responde que só vai me liberar do hospital quando tiver certeza de que realmente não corro nenhum risco. Afinal, ele presenciou as minhas dores e tem certeza de que elas têm algum fundamento. Não sei por que tive a impressão de ver em seus olhos, por alguns segundos, algo como "pena, preocupação". Só posso estar vendo coisas; isso é impossível.Minutos depois, chega um enfermeiro com uma cadeira de rodas, onde logo eu me sento, e seguimos para a área de exames. De início, fiz uma tomografia e, depois, fiz mais alguns exames. Logo voltamos para o quarto, e o doutor Eduardo saiu. Meus amigos chegaram e ficaram comigo por mais um tempo até o médico voltar com os resultados, q