Minha curiosidade sobre os últimos acontecimentos em Los Angeles atinge um nível máximo após as palavras do senhor tão atencioso. Ele afirma conhecer Richard e deixa claro que ele não presta. Mas por que não fala sobre a moça da foto? Por que deixar perguntas sem respostas?Saímos do quarto, deixando-o ali descansando. Notei que, apesar de tudo estar bastante claro, ele tem manchas na pele que parecem machucados, como se tivesse sido espancado. Fico pensando em tudo isso e, sem perceber, chegamos à sala, onde todos nos olham com sorrisos bobos. Hayden vem até mim e me abraça. Tentei retribuir, mas percebo que ele se esquiva um pouco. Estranha essa reação, mas decido conversar com ele mais tarde; não quero ter uma DR na frente de todos.Passamos um tempo ali, batendo papo e jantando, quando minha irmã me chama para conversar. Ela diz que quer me conhecer melhor, e isso me parece ótimo. A conexão que sinto com ela é intensa, como se a conhecesse há muito tempo. Faz apenas algumas horas
HaydenDesde que coloquei os meus pés aqui no Brasil, especialmente ao ver Danilo nos esperando no aeroporto, sinto que o meu tempo com Emily está chegando ao fim. Não deveria, mas me apaixonei de verdade pela minha protegida. Minha missão era simples: encontrá-la e me aproximar, aos poucos fazendo-a enxergar quem realmente é o homem que ela chama de tio. Para isso, me disfarcei como um garoto de família rica que acaba de se mudar para Los Angeles e estuda na mesma escola, na mesma sala de aula. Ao meu lado, está um irmão que se passa por meu tio, sempre pronto para me proteger. Afinal, estou me metendo em um ninho de cobras e a segurança dos “filhos” é algo que o Don leva muito a sério.Conheço minhas obrigações e responsabilidades, mas não consegui resistir àqueles belos olhos azuis e acabei me deixando envolver, mesmo sabendo que não deveria. Agora, olho nos olhos de Danilo, que observa Emily, e não posso me dar ao luxo de dizer nada. Eu conheço as regras e as quebrei. Resta saber
**Danilo**À medida que as motos se aproximam, meu coração acelera, pulsando em um ritmo frenético que ecoa em meus ouvidos, como se estivesse prestes a explodir. A tensão no ar é palpável, e eu luto com todas as minhas forças para me desvencilhar delas, enquanto sigo em direção ao Campo de Marte — ou qualquer lugar próximo onde possamos finalmente nos livrar desses desgraçados que nos perseguem. A adrenalina corre nas minhas veias, uma corrente elétrica que me diz que não posso vacilar e que cada segundo conta.Os sons dos motores rugindo e os gritos de guerra dos motoqueiros se tornam ensurdecedores, uma sinfonia caótica que anuncia a aproximação do perigo. Logo, eles começam a disparar, tentando nos forçar a parar. Mas eu sou obstinado. A cada metro que me aproximo do meu destino, um barulho maravilhoso ressoa aos meus ouvidos: é Tyler, engatilhando as armas, preparado para entrar em ação. A visão dele, com a determinação estampada no rosto, me enche de coragem e esperança, como um
Sou Tyler Campbell, melhor dizendo, Dominic Grecco Montanaro. Quando eu tinha 4 anos, fui enviado por meus pais para um colégio interno com um nome falso, segundo eles, para a minha segurança. Eu só poderia sair de lá com a autorização deles ou de alguém da minha família. Desde então, eu nunca mais os vi. Aos 12 anos, entrou um professor de luta, especificamente para me treinar, e desde então aprendi Muay Thai, Krav Maga, Kung Fu e Karatê, além de aprender a lutar com armas brancas. Nunca entendi o porquê de toda essa preparação até completar 20 anos e ser retirado daquele colégio.Sei que tenho duas irmãs. Quando fui enviado para o colégio, minha mãe, Kara, estava grávida. Tenho essa lembrança: a minha linda mãe com a barriga enorme. Pouco depois de ter sido enviado ao internato, recebi a visita dos meus pais e, com eles, dois bebês lindos. Elas tinham acabado de nascer, e eu as vi e as peguei pela primeira e última vez em meu colo. Fiquei encantado com tanta beleza, tão pequenas e t
Meu nome é Andrew Montanaro e sou filho do Don da Khazar. O meu pai nunca foi um homem que tivesse pena de ninguém e nunca permitiu um traidor em sua casa. Desde adolescente, vi homens clamarem por piedade, e ele apenas olhava nos olhos deles enquanto cortava suas gargantas, e isso por pouca coisa. Não foi à toa que ele construiu o que chamamos de império Khazar.Fui treinado desde muito novo, primeiro a lutar, lutar muito, depois a atirar, sempre treinando todos os dias. Meu pai dizia que eu não deveria errar um único tiro e não devia desperdiçar nenhuma bala; cada uma delas tinha um destino certo. Meu pai me preparou para o substituir, mas não ainda. Depois que eu estava pronto, ele me mandou conhecer o mundo e fazer associações, e assim eu fiz.Quando eu fiz vinte anos, retornei à minha cidade natal, a bela Calábria, e trouxe comigo uma linda mulher que, claro, não sabia do meu envolvimento com a máfia. No início, meu pai ficou furioso comigo, pois esse seria o meu ponto fraco, e m
Papai, papai, que barulho é esse, papai? —Fica calma, filha, e fica abaixada… (tiros, tiros) Papai, eu tô com medo… —Só fica calma, meu bebê, vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem… (mais tiros)... Amor, você está acelerando muito… —Se não for assim, não teremos nenhuma chance… Amor, curva mais à frente… Mais tiros, muitos tiros, luzes, carros em alta velocidade, frenagem brusca, capotagem…Acordo toda suada e assustada. Olho para o relógio na pequena mesinha de cabeceira ao lado da cama; são exatamente 4:00 da manhã. Respiro fundo, meu corpo inteiro está tremendo e tento me acalmar. Levanto da cama e vou até o meu minúsculo banheiro. Olho-me no espelho por alguns minutos e depois jogo água no rosto. Fico ali em pé, me olhando, tentando me lembrar. Forço, mas nada. Minha cabeça começa a latejar, desisto, tiro o meu micro pijama de algodão velho e vou para o chuveiro. Ligo a água fria e deixo-a cair sobre o meu corpo, que ainda treme por conta do sonho. Enquanto estou
Apesar de estar super cansada, fico virando de um lado para o outro na cama. Tento, mas, infelizmente, o sono não vem. Ao contrário, aqueles pensamentos de angústia, por ter sido abandonada, vêm à minha mente como um raio, e sinto as lágrimas começarem a pinicar os olhos. Por mais que eu tente, aos poucos elas transbordam e escorrem pelo meu rosto. Minhas noites nunca foram fáceis, mas, desde que os sonhos — ou melhor, os pesadelos — começaram, a tristeza me invade constantemente.Percebo que meus dias têm se tornado ainda piores e, por mais que eu me esforce, sinto um vazio enorme no peito. Não aguento mais. Levanto e vou tomar uma ducha fria. Eu preciso reagir. Sei que minha mente é totalmente fodida, mas não posso e não vou me deixar abater por esses pensamentos. Tiro meu pijama e entro embaixo do chuveiro frio, deixando a água cair sobre a minha cabeça. Fico ali por vários minutos e, aos poucos, sinto a tensão que se instalou sobre o meu corpo indo embora. Depois de estar um pouco
As horas passam e nada de notícias. Apenas vemos as enfermeiras de um lado para o outro e nada, absolutamente nada de notícias. Depois de uma longa espera, vemos o médico se aproximar.— Doutor, como está a minha amiga? Ela melhorou? Essas dores de cabeça são muito constantes e, segundo ela, de uns três anos para cá, têm se intensificado muito...— Já medicamos a sua amiga, e ela, neste momento, se encontra dormindo. Aparentemente, está melhor, mas só posso ter certeza após ela acordar. Também fizemos alguns exames para descobrir o porquê das dores... E a família dela, conseguiram contatar eles?— Não, doutor. A minha amiga é órfã, ela não tem ninguém, apenas nós e o patrão dela…— Eu sinto muito... Faremos o nosso melhor...— Faça o que for preciso e não se preocupe, assumimos toda a responsabilidade...— Ok, mas vocês não precisam ficar aqui. Ela não vai acordar por algumas horas...— Tudo bem, voltaremos mais tarde...Irmão, vamos passar no seu Ari para avisar que a Ayla não vai tr