HaydenDesde que coloquei os meus pés aqui no Brasil, especialmente ao ver Danilo nos esperando no aeroporto, sinto que o meu tempo com Emily está chegando ao fim. Não deveria, mas me apaixonei de verdade pela minha protegida. Minha missão era simples: encontrá-la e me aproximar, aos poucos fazendo-a enxergar quem realmente é o homem que ela chama de tio. Para isso, me disfarcei como um garoto de família rica que acaba de se mudar para Los Angeles e estuda na mesma escola, na mesma sala de aula. Ao meu lado, está um irmão que se passa por meu tio, sempre pronto para me proteger. Afinal, estou me metendo em um ninho de cobras e a segurança dos “filhos” é algo que o Don leva muito a sério.Conheço minhas obrigações e responsabilidades, mas não consegui resistir àqueles belos olhos azuis e acabei me deixando envolver, mesmo sabendo que não deveria. Agora, olho nos olhos de Danilo, que observa Emily, e não posso me dar ao luxo de dizer nada. Eu conheço as regras e as quebrei. Resta saber
**Danilo**À medida que as motos se aproximam, meu coração acelera, pulsando em um ritmo frenético que ecoa em meus ouvidos, como se estivesse prestes a explodir. A tensão no ar é palpável, e eu luto com todas as minhas forças para me desvencilhar delas, enquanto sigo em direção ao Campo de Marte — ou qualquer lugar próximo onde possamos finalmente nos livrar desses desgraçados que nos perseguem. A adrenalina corre nas minhas veias, uma corrente elétrica que me diz que não posso vacilar e que cada segundo conta.Os sons dos motores rugindo e os gritos de guerra dos motoqueiros se tornam ensurdecedores, uma sinfonia caótica que anuncia a aproximação do perigo. Logo, eles começam a disparar, tentando nos forçar a parar. Mas eu sou obstinado. A cada metro que me aproximo do meu destino, um barulho maravilhoso ressoa aos meus ouvidos: é Tyler, engatilhando as armas, preparado para entrar em ação. A visão dele, com a determinação estampada no rosto, me enche de coragem e esperança, como um
Perdido em minhas lembranças, adentro a sala e, ao voltar à realidade, encontro dois lindos pares de olhos azuis me observando, um pouco surpresos. O ar parece pesado, carregado de um turbilhão de perguntas não ditas. Olho para o nosso nono, que tem os olhos lacrimejantes. Ele se aproxima devagar, envolvendo-as em um abraço amoroso e caloroso, um abraço repleto de saudade e amor reprimido. Elas se perguntam o que está acontecendo, mas recebem o nono em seus braços, como se sentissem a conexão familiar que sempre esteve ausente.Uma delas, aproveitando aquele momento de ternura, me olha por alguns segundos. Seus olhos brilham com uma mistura de confusão e esperança, antes de voltar a se entregar ao abraço, sem saber quem a envolve. É como se, naquele instante, o tempo parasse e todas as dores do passado se dissipassem.Vou até elas e me junto a esse abraço, incapaz de conter as lágrimas que escorrem pelo meu rosto. Minhas meninas, minhas princesas, a quem prometi cuidar e proteger, est
ChloeEstamos todos reunidos na sala após a saída do Danilo. Ele disse que ia buscar as surpresas e, embora o aeroporto não seja tão longe, a impaciência começa a me consumir. Algo me incomoda profundamente. A atmosfera parece carregada, como se algo estivesse prestes a acontecer. Decido sair da sala e vou para a área externa, mas a sensação pesada persiste, como uma sombra que não me abandona.A conversa animada e as risadas na sala me irritam. Enquanto ando de um lado para o outro, tentando encontrar um pouco de paz, percebo que a inquietação dentro de mim só aumenta. O que está acontecendo? Por que essa ansiedade? Depois de um tempo sozinha, decido que preciso de um conselho. O seu Ary sempre foi tão atencioso e, quem sabe, ele possa me ajudar a entender o que se passa comigo.Volto para a sala e sigo direto para o quarto dele, mas dou de cara com a porta fechada. Que frustração! O velho ditado sobre a desgraça ser pouca parece se aplicar a mim. Volto para a sala e, para minha irri
A familiaridade daqueles braços, embora eu nunca os tenha visto, me deixa sem entender o que estou sentindo ali, mas sinto-me acolhida, querida; tem amor naquele abraço. Retribuo com vontade e acaricio o ombro do rapaz. Sinto que ele gostou do toque, mas também percebo algo em seu ombro; parece estar machucado, mas a roupa encobre. Disfarcei e aproveitei aquela sensação que estava sentindo no momento. Aos poucos, vamos nos afastando, mas não paro de olhar para aquele rapaz, tão jovem, tão bonito e tão "familiar". Era exatamente o que estava sentindo no momento. Pouco depois, vejo Chloe tocar o rosto dele e logo após ele encosta a cabeça na dela e escuto ele dizer baixinho para a Chloe que finalmente a encontrou e a chama de baixinha. Tem algo; ela começa a fazer perguntas, mas é interrompida por Sarah e depois ele sobe dizendo que, quando voltar, responderá às nossas perguntas. E assim espero, porque eu tenho muitas.O senhor bonito fica conosco ali, mas, apesar do momento feliz, do
CalábriaAlexAssim que Tyler dá a ordem e se retira, eu volto para dentro do galpão. O desespero do merdinha ao me ver é palpável; ele escuta cada palavra proferida pelo meu irmão. Em questão de instantes, somos dez dentro do galpão, espalhados como predadores que fomos treinados para ser. Libertamos nossa presa para dar início ao nosso jogo.— Hora de brincar, cara. Conhece o jogo do gato e o rato? Bem, nós somos os gatos e você... você é o nosso ratinho. Agora corre. Não deixe ninguém te pegar.Ele tenta correr, mas está debilitado. Tyler fez questão de lançar seus kunais nas pernas dele, bem próximas aos ligamentos, para evitar qualquer possibilidade de fuga. Entre um passo e outro, na sua tentativa frustrada de escapar, começamos a "caçar". Nossa vítima não tem para onde ir; começamos a nos divertir, empurrando-o de um lado para o outro. Quando ele se aproxima de um dos seguranças, leva um soco. Cambaleando na direção de outro, recebe um chute. A cada golpe, uma gargalhada ecoa p
BrasilAinda no escritório, acertamos tudo nos mínimos detalhes e ficamos ali conversando amenidades, esperando dar o horário para jantarmos e descermos a serra para fazer o ataque no navio. Já eram dezessete horas quando saímos do escritório. Fizemos a bagunça de sempre, chamando a atenção de todos que estavam por perto. Logo em seguida, meu telefone toca. Olho para o ecrã e vejo que é Alex, provavelmente para me falar sobre a encomenda que deixei para ser entregue, e com certeza foi. Imagino que já saibam que estamos no Brasil; afinal, meu avô veio comigo.Minhas irmãs, a Amanda, pouco tempo depois, desceram para se juntarem a nós em nossa bagunça. A casa está uma alegria só; nosso nono Giorgi não consegue disfarçar tamanha alegria que sente. Notei que o nono Ary ainda não se juntou a nós, então vou até seu quarto e o encontro ali deitado, descansando. Não vejo a hora de que ele esteja totalmente recuperado para conseguir aproveitar os netos reunidos. Me aproximo da cama e o toco, c
Assim que adentramos o portão, já se passavam das oito da manhã. Acreditei que todos na casa ainda estivessem dormindo, mas assim que meu carro passa pela porta, vejo meu nono Ary na área. Ele estava sentado, mas não pude deixar de notar o ar de preocupação que ele demonstra, e isso me deixa um pouco intrigado sobre o porquê de ele estar assim tão cedo. Será que ele descobriu que eu fui atacar de forma cruel as finanças do nojento e está com medo de retaliação? Peço ao Benjamin que pare e desço indo de encontro ao meu avô, que, ao me ver, respira aliviado e me dá um abraço forte. Senti nesse abraço o medo que ele estava sentindo, e também o conforto, e aproveitando desse conforto entro na casa com ele.— Nono, por que estava lá fora? Achei que todos estivessem dormindo. É cedo e o senhor deveria estar descansando para se recuperar o mais rápido possível. Queremos o nono pronto para aproveitarmos ao máximo, as meninas e eu. —dou um sorriso a ele, que retribui com o amor que só um av