Capítulo 62

Cristina

Cillian ficou parado no meio do quarto, segurando o celular, encarando a janela.

— Percebeu como a voz dela estava trêmula?

— Bom... nós duas nunca conversamos, mas, sim. Parecia trêmula.

Levantei-me da cama e fui até ele, abraçando-o por trás. Beijei as suas costas tensas e apertei mais os meus braços ao seu redor.

— Você quer um café?

— Vai colocar uísque dentro dele?

— Acho que não devia beber agora.

Ele assentiu.

— Estou muito mais nervoso e angustiado do que quando estive aqui para o casamento dela. Eu não sei explicar o que estou sentindo. É um sentimento mais denso, pesado. É como se... — A sua voz morreu na garganta.

— Como se... o quê? — encorajei-o a falar.

— Como se eu estivesse sentindo que algo muito ruim fosse acontecer.

Caminhei para frente dele e coloquei a minha mão sobre o seu coração. Ele batia muito rápido, pulsando forte. Olhei nos olhos de Cillian e percebi a tristeza neles.

— Nada de muito ruim vai acontecer.

— Acho que o que estou sentindo é medo.

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