CristinaSete meses antes....À minha frente eu tinha quatro tons de bege que, aos meus olhos, eram iguais, mas, segundo a cerimonialista, não. Onde estava o noivo para ajudar na escolha? Olhei as horas no relógio de pulso e passava das oito. Cillian ainda não havia chegado. Ele havia me ligado por volta das quatro e dito que iria para um bar com alguns colegas de trabalho no fim do dia, mas não disse que chegaria tão tarde.Eu não me importava com isso. Pelo contrário, estava feliz que ele finalmente estivesse fazendo amigos na universidade, tendo em vista que Ed era seu único por aqui.A porta da frente fez barulho e George saltou da poltrona, correndo até lá.— Oi, garoto — disse Cillian com uma voz engraçada, pegando o nosso cãozinho no colo.Eu me levantei e fui até ele.— Oi, amor. — Selou os meus lábios.— Oi.Ele colocou George no chão e puxou-me para ele, segurando-me pela cintura.— Chegou um pouco tarde — disse, com medo parecer chata ou controladora.— Me desculpe.Acarici
CristinaCillian voltou para a sala, vestindo um conjunto de moletom preto e tênis de corrida. Ele ia sair para correr. Era assim que aliviava a sobrecarga emocional que sentia às vezes.Na cozinha, bebeu um pouco de água e veio até mim.— Volto em quarenta minutos.Beijou a minha testa e se foi.Eu odiava profundamente o que o seu passado causava a ele, mesmo que tenha superado tudo. Algumas pessoas devem achar que superar é esquecer, mas, na verdade, se resume apenas em não se afogar na dor causada pelos traumas, que jamais são esquecidos.Levou muito tempo para que Cillian conseguisse me contar o que seu pai fez com ele. Mais tempo ainda, para contar sobre a tortura e o abuso sexual que sofreu na escola. A cada dia, ele contava um pouco da sua história. Quando percebia que estava prestes a me desmanchar em lágrimas ele parava.Não acho que tenha demorado para falar ou que contava em partes para melhor conforto seu. Mas sim para um melhor conforto meu. Ele entendia e sabia que ouvir
CristinaEle beijou o meu pescoço e depois chupou o lóbulo da minha orelha. Gemeu rouco em meu ouvido, deixando-me com ainda mais tesão.Ele desceu seu clitóris até a minha entrada, e penetrou-me por alguns segundos até voltar para o meu ponto que pulsava cada vez mais forte.Eu senti o meu corpo se arrepiar e estremecer em seguida. Ele também sentiu. Olho no olho, gozei. Cillian não demorou muito e se desfez em prazer logo depois de mim.Agarrando ao meu corpo, ele me beijou cheio de cuidado e romantismo.— Eu amo o jeito como você me toca com tanto desejo — disse ele, levemente ofegante.— Eu amo o simples fato de poder tocar você. Seja com as minhas mãos ou a minha boca.Sorri, maliciosa. Ele sorriu de voltar e selou os meus lábios, mordendo de leve o inferior.— Cillian...Olhou-me.— Me foda mais. Preciso de mais de essa noite.Ele cheirou o meu pescoço e beijou o meu ombro, antes de se levantar.— Já volto. — Caminhou para o closet.Sorri para o teto, sabendo exatamente o que el
CristinaCillian ficou parado no meio do quarto, segurando o celular, encarando a janela.— Percebeu como a voz dela estava trêmula?— Bom... nós duas nunca conversamos, mas, sim. Parecia trêmula.Levantei-me da cama e fui até ele, abraçando-o por trás. Beijei as suas costas tensas e apertei mais os meus braços ao seu redor.— Você quer um café?— Vai colocar uísque dentro dele?— Acho que não devia beber agora.Ele assentiu.— Estou muito mais nervoso e angustiado do que quando estive aqui para o casamento dela. Eu não sei explicar o que estou sentindo. É um sentimento mais denso, pesado. É como se... — A sua voz morreu na garganta.— Como se... o quê? — encorajei-o a falar.— Como se eu estivesse sentindo que algo muito ruim fosse acontecer.Caminhei para frente dele e coloquei a minha mão sobre o seu coração. Ele batia muito rápido, pulsando forte. Olhei nos olhos de Cillian e percebi a tristeza neles.— Nada de muito ruim vai acontecer.— Acho que o que estou sentindo é medo.Abra
CristinaNós nos sentamos e Cillian pegou imediatamente a minha mão sob a mesa. Caroline jogou o seu cabelo para trás dos ombros e ergueu a mão, chamando o garçom, que prontamente se pôs a caminhar na nossa direção.— Qual é a dos óculos? — Cillian perguntou, curioso.Ela virou o rosto para ele, forçando mais um sorriso. Falar dos óculos que cobriam quase metade da sua face a incomodava.— Meus olhos estão um pouco irritados.Cillian apertou um pouco a minha mão. Olhei-a para ele e o vi encará-la com olhos estreitos.— O que aconteceu?— Não sei. Acho que talvez uma reação alérgica.— Então eu devia levá-la ao hospital. — O tom dele soou mais duro.— Não precisa. Não é grave. — Ela continuava a sorrir.— Deixe-me ver! — Desencostou-se da cadeira, ficando mais tenso.Caroline perdeu o sorriso.— Eu disse que está tudo bem! — A voz já não soou mais tão suave e delicada.— Tire. Os óculos — falou ele, pausadamente.Ela engoliu em seco e abriu a carta de vinhos.— Qual vinho prefere, Cris
CristinaEu nunca tinha contado para Cillian sobre as minhas relações passadas. Eu podia sentir a sua surpresa em me ouvir e os eu olhar queimar em cima de mim.— Não! — disse alto. — Gerard me ama! Ele diz isso todas as manhãs. Me pediu em casamento! Isso é prova de amor! — Tenteou ser convincente. Caroline fez uma careta para a sua última frase, mostrando que ela duvidava das próprias palavras.— Você está errada. Amor não dói.Rapidamente a fúria tomou conta da face dela. A respiração ficou ofegante e os ombros inflaram.— Quem você pensa que é para dizer que estou errada a respeito do meu casamento? — gritou, colocando-se de pé.— Caroline! — Cillian a repreendeu.— Você não me conhece, não sabe nada sobre mim! — Olhou para o seu irmão. — Não devia ter trazido alguém tão intrometida! Você não devia ter vindo!— Senhoras... senhor. — disse outro garçom, parado ao nosso lado. Ele não estava com uma cara nada feliz. — Vou ter que pedir que deixem do restaurante! Estão perturbando a p
CillianVesti-me rapidamente e me despedi dela com um beijo rápido. Na rua, estava tudo congelando com tamanho o frio. Não levaria muito mais tempo para a neve cair.Dirigi até a casa da Caroline, uma pequena mansão do outro lado da cidade. Ao chegar, abaixei o vidro e apertei o interfone que ficava ao lado dos enormes portões. Ela atendeu e logo abriu quando ouviu o meu singelo oi. Parei o carro em frente à entrada da casa. Assim que meus pisaram o primeiro degrau da escada que levava até a porta, ela foi aberta e a figura devastada de Caroline surgiu.Aos prantos, ela se jogou nos meus braços. O seu corpo baixinho e magro se balançava e tremia enquanto se debulhava em lágrimas. Ela estava descalça e as pedras dos degraus devia estar congelando os seus pés. Peguei-a nos braços e levei-a para dentro de casa, fechando a porta com o calcanhar.Carreguei-a até o sofá na sala de estar e acomodei-a lá, sentando-me ao seu lado. Ela continuou agarrada ao meu casaco, com o rosto afundado no m
CillianOs olhos amendoados de Caroline estavam arregalados e encarava-me atentamente. Seus lábios trêmulos se moveram para dizer algo, mas ela nada disse, porque uma voz alta e áspera a calou, causando-a tamanho espanto.Ela se colou de pé em um pulo. Eu me levantei e permaneci ao seu lado. Gerard estava perto da porta, nos encarando com olhos e face repleta de desgosto e um pouco de raiva.— Querido. Você chegou — disse, secando o rosto com as mãos e sorrindo.Gerard desviou por alguns segundos os olhos de mim para ela, antes de voltar a me encarar rudemente.— Meio tarde para visitas, não acha, Caroline?Retirou o seu casaco, aproximando-se de nós.— Ele já estava de saída.— E porque olhos tão vermelhos, meu amor? Estava chorando? — perguntou fingindo inocência, como se não soubesse exatamente o porquê ela estava naquele estado.Ela ficou em silêncio.— Foi bom te ver... Cillian. — Pronunciou o meu nome em um tom mais baixo. — Mas acho que está na hora de você ir.Toquei o braço d