Henrique e Isabela se conheceram ainda na escola, mas o sonho de se tornar um jogador de hóquei famoso, fez com que seguissem caminhos diferentes. Oito anos depois, o destino trata de cruzar o caminho deles novamente, mas dessa vez, há um segredo, ou melhor um esperto garotinho.
Ler maisHENRIQUETer contado para Nicolas que eu sou o pai dele foi bem mais tranquilo do que eu poderia ter imaginado. Achei que seria um pouco mais dramático, afinal, ele era apenas uma criança e poderia não entender. O que mais me incomodou foi ter percebido que Isa não estava muito confortável ali no parque, ficava olhando ao nosso redor.Quando olhei na direção em que ela olhava, logo notei o motivo. Havia um homem por detrás de uma das árvores, com uma câmera nas mãos, com certeza tirando fotos nossas. Fiquei de pé em um segundo e fui em direção ao maldito, ele percebeu e começou a correr, fugindo, porém não exitei em ir atrás dele. Minha vontade era socar a cara dele.Quando finalmente alcancei o homem, o prendi contra a grade de proteção e exigi que me desse sua câmera, ele não cedeu, então não tive outra escolha a não ser segurá-lo pela gola da blusa. Graças a minha altura, ele ficou alguns centímetros acima do chão.— Me solte, por favor!— Só depois que você me entregar sua câmera.
ISABELALogo depois do almoço, Henrique e eu ficamos sentados no balanço da varanda e conversando e diante de tudo o que estávamos vivenciando, pelo modo carinhoso que os dois se davam, acabei tomando a decisão de que não demoraria muito mais para contar a verdade sobre ele ser o pai de Nicolas.— Sabe, eu andei pensando.— Sobre o quê?— Eu não quero adiar mais.— Está se referindo a contar a verdade para o Nicolas?— Sim.— O que te fez mudar de ideia?— Muitos motivos.— Quer me contar quais são?— Não!— E quando você pretende contar?— O que acha de contarmos, juntos, para ele hoje?— Por mim está ótimo, mas você está bem com isso?— Sim, ele merece saber a verdade logo, já escondi por tempo demais.Ele me surpreendeu ao entrelaçar nossos dedos e dando um leve aperto. Diante de seu gesto incentivador e carinhoso, sorri e retribui o aperto.— Pode contar comigo.— Obrigada, Henrique — apoiei a cabeça em seu ombro.— Você sabe que não precisa me agradecer.Era tão bom saber que eu
HENRIQUEPoder passar um tempo só com Nicolas era tudo o que eu mais queria, poder me conectar com ele sem interferências. Ele, como bom admirador de hóquei, ficou encantado com meus objetos de hóquei e os vários troféus na estante.— Você ganhou isso tudo, tio?— Sim.— Quando eu crescer quero ganhar um monte de troféus também.— Então você vai ter que se esforçar muito para ser o melhor jogador.— Eu vou.Baguncei seus cabelos e fui até o meu quarto, peguei algumas peças de roupa e coloquei tudo o que precisava na mochila. Logo que voltei para a sala, encontrei Nicolas sentado no sofá enquanto folheava uma revista com uma foto minha na capa.— O que está lendo aí?— Nada. Só estou vendo você na revista.— O que acha de tomar um sorvete?— Minha mãe não gosta de que eu tome sorvete antes do almoço.— Ela está certa, mas podemos ir de tarde. O que acha?— Eu quero muito.— E a gente pode dar um passeio no parque também.— Oba!Peguei Mira do tapete enquanto Nicolas deixava a revista s
ISABELADepois que Henrique saiu da cozinha para trocar a fralda da pequena afilhada, continuei tomando, tranquilamente, meu café da manhã. Só quando terminei de comer as deliciosas panquecas é que fui ao meu quarto para ver se ele tinha conseguido e, foi inevitável não rir da situação. Ele estava assistindo um vídeo para trocar a fralda da criança.— O que há de tão engraçado? — Ele quis saber assim que notou minha presença.— Se você dependesse de trocar fralda de criança para viver, seria um homem morto.— O que eu fiz de errado?Entrei no quarto, peguei a menina do braços deles e a coloquei deitada de novo enquanto tirava as tiras adesivas trocadas e colei-as no lugar certo. Aproveitei para fazer cócegas na barriga de Mira, que gargalhou enquanto mexia as perninhas gorduchas.— Saudade do tempo que Nicolas era desse tamanho — comentei.— Mesmo com toda a dificuldade que passou?— Sim. Apesar das dificuldades, foi uma época boa.— Nicolas também era uma bomba de cocô? Chorão?— Às
HENRIQUEO sofá da casa de Isabela até que era muito confortável para dormir, mas teria sido ainda melhor dormir na cama com ela. Pela manhã quando acordei, notei que estava sozinho. Não sabia em que momento ela tinha conseguido se desvencilhar e ido embora do sofá.Fiquei por mais alguns minutos deitado até que comecei a ouvir um leve resmungo então tive que me levantar e fui até o quarto de Isabela. A porta entreaberta, o que facilitou minha entrada no ambiente ser menos barulhenta. Peguei o bebê conforto com Mira e voltei para a sala.— Bom dia, bomba de cocô do padrinho.Mira sorriu e deu um gritinho como estivesse entendendo o que eu estava falando. Entreguei a ela o mordedor de borracha que a babá tinha colocado na bolsa e logo fui surpreendido pela chegada repentina de Nicolas.— Tio Henrique?— Oi, campeão.— Por que você tá nosso sofá?— É que ontem eu precisei da ajuda da sua mãe.— De quem é esse neném?— Ela é filha do meu amigo.— Então porque você está com ela?— A mãe e
ISABELAVer Henrique, um homem alto e forte, segurando uma bebê era uma visão um pouco controversa e engraçada. Ele não tinha jeito nenhum com crianças, quase deixou a menina escorregar umas duas vezes, fazendo meu coração ficar preso na garganta de apreensão. Por outro lado, não podia deixar de reparar em Henrique seminu no box do meu banheiro, era tentador.Quando ele terminou de dar o banho, peguei uma toalha limpa e enrolei a menina antes de sair do banheiro. Coloquei ela deitada sobre a cama e comecei a enxugá-la antes de vesti-la com uma fralda e roupas limpas.Mira já estava quase dormindo quando terminei de arrumá-la, então só esquente a mamadeira e voltei para o quarto, onde já tinha a meia luz. Comecei a caminhar pelo ambiente enquanto cantarolava uma canção de ninar para Mira terminar de mamar e dormir. Não vi quando Henrique saiu, mas vi que o banheiro já estava desocupado, ou seja, ele devia estar na sala ou na cozinha.Quando a menina finalmente parou de lutar contra o so
HENRIQUEDepois que eu saí da casa de Isabela, Mira passou o restante da tarde tranquila, tomou a mamadeira que Isa tinha preparado, brincou e até dormiu. O problema veio quando ela acordou, eu estava devorando o yakisoba que tinha pedido no delivery quando um cheiro terrível chegou ao meu nariz.— Você só pode estar de brincadeira comigo, garotinha.Tirei-a do bebê conforto e levei até o meu quarto, mas logo que eu a deitei, ouvi barulhos de pum, que mais parecia uma metralhadora. Quando o barulho terminou, tirei sua calça e dei uma espiada para dentro da fralda, o que foi uma péssima ideia, o cheiro era tão terrível que eu quase acabei vomitando tudo o que tinha comido.— O que eu vou fazer com você, hein? — perguntei enquanto ia até o banheiro e pegava uma toalha de banho.Eu não fazia ideia de como dar banho naquele ser tão pequeno, ainda mais sem uma banheira apropriada para um bebê. Olhei o relógio em cima da mesa de cabeceira e vi que já era muito tarde para ligar para Isabela,
ISABELAHenrique tinha me colocado sentada na bancada da cozinha e se colocado entre as minhas pernas, aproveitei para envolvê-lo com as pernas e o beijei. Por um momento, eu tinha me esquecido que não estávamos sozinhos, a pequena menininha dormia no bebê conforto ao nosso lado.Quando a campainha soou, foi o sinal que eu precisava para voltar a realidade, então soltei-o e desci da bancada, avisando que precisava atender enquanto elemtratava de acalmar a afilhada que tinha acordado e voltado a chorar . Uma olhada rápida no espelho só para garantir que estava apresentável e então fui abrir a porta.Piper estava parada na porta junto com os meninos e logo que abri, Nicolas me abraçou e começou a me mostrar, com aquele entusiasmo infantil, os brinquedos que eles tinha ganhado no parque. Piper foi entrando antes mesmo que eu a convidasse.— Nicolas se comportou?— Ele é um anjo, não deu trabalho nenhum.— Obrigada por ter levado ele com vocês.— Ah, esses dois se divertem muito quando es
HENRIQUEPouco tempo depois de sair da casa de Gabriel, Mira acabou adormecendo com o balanço do carro e fiquei mais aliviado. Desde que ela permanecesse dormindo, eu não teria problemas. Mas minha tranquilidade acabou no segundo em que parei o carro na garagem do meu prédio e desliguei o motor. Mira simplesmente acordou aos berros.Meio sem jeito, a peguei no colo e subi para meu apartamento. Tinhas esperanças de que ela fosse parar, mas foi um tremendo engano meu. Ela só aumentou ainda mais o volume dos berros. Fiz uma pesquisa rápida na internet e recebi uma lista de motivos. Fome, fralda suja, calor ou frio, cólica. Como eu descobriria qual desses Mira estava sentindo?Lembrando do que a babá tinha falado, peguei a mamadeira que ela tinha deixado pronta do lado de fora da bolsa e tentei dar para a pequena chorona, mas ela recusou e continuou chorando, ainda mais alto. Hora verificar a fralda, mas como se fazia aquilo? Eu não tinha ideia e tive que assistir um vídeo para aprender.