Olhares Furtivos

Raul se balançava na rede quando ouviu a voz da Amanda soando um tanto irritada do outro lado. Disposto a descobrir o que de fato estava acontecendo, saiu de seu quarto com o Chico na guia e aproximou-se da porta do quarto da sua vizinha preferida.

— André, por favor, não temos mais nada para conversar. Saí alguns dias justamente porque precisava descansar.

Amanda falava e caminhava de um lado para o outro, impaciente e completamente encolerizada, com a insistência do ex.

— Não, de forma alguma. Não vou te passar endereço nenhum. Naquela noite coloquei um ponto final no nosso relacionamento, supus que tinha compreendido, já que sumiu. Mas estou vendo que as coisas nunca mudam, e você continua o mesmo de sempre.

O homem disse algo que a deixou ainda mais furiosa.

— Isso não te diz respeito, André... — Ele cortou sua frase e continuou falando num tom arrogante. — André, segue a sua vida.

Raul impaciente do outro lado, deu dois toques na porta. Amanda girou a maçaneta e, séria, deu um meio sorriso. O moreno notou que o teor da conversa a estava chateando em nível hard, então, resolveu ser o salvador da pátria.

— Vamos caminhar?

A ortopedista o olhou e por um segundo o achou o máximo, por interrompê-la e ajudá-la a sair de uma emboscada na qual não fazia questão de estar, por ser educada ao extremo e não acabar desligando o smartphone na cara do ex-namorado.

— André, estou de saída, tchau — ela finalizou a conversa deixando André a ponto de explodir.

— Interrompi alguma coisa? — Apesar de intuir do que se tratava, Raul resolveu ser gentil, se pudesse a envolvia nos braços e a acalentava.

— Nem faz ideia do quanto — retorquiu num tom polido. — Só um minuto. — Amanda pegou o cartão de débito, o colocou dentro da carteira de habilitação, enfiou-o no bolso traseiro de seu short jeans e voltou-se para o homem e seu cão. — Bora?

— Bora lá. — Raul fez menção com a mão para que ela passasse, fechou a porta atrás de si, e entregou o cartão magnético que acionava a fechadura nas mãos dela.

— Café da manhã numa padaria? — Raul inquiriu.

— Super topo, estou faminta. — Amanda abaixou-se, afagou Chico e sorriu para eles.

Raul gostou da empolgação dela, principalmente depois da discussão que presenciou. Se tivesse a chance massagearia os ombros tensionados da bela mulher, que estava estonteantemente linda usando aquele short.

Os dois, acompanhados pelo pug levado, caminharam e logo adentraram a bonita casa de pães que ficava nas proximidades, se fartaram com um desjejum diversificado e, dispostos a aproveitarem a manhã ensolarada, resolveram seguir diretamente para a praia.

Tudo estava perfeito, pensou Raul ao olhar de soslaio Amanda, sentando-se numa cadeira de plástico oferecida pelo quiosque Vida Mar que optaram em ficar. Ele persistia em olhá-la, admirá-la, a cirurgiã ortopedista era extremamente sensual, delicada, seus gestos e sorriso o encantaram de forma incomum, e isso talvez fosse um grande problema.

— Chico já se acomodou — a mulher comentou sorrindo ao ver o cãozinho se ajeitando na sombra do guarda-sol.

— Com certeza, ele não deseja outra vida. — Raul abaixou-se, soltou a guia do cão, desfez de sua camiseta e ajeitou-se na cadeira.

Nesse momento, Amanda se esqueceu completamente da discrição que tinha e apreciou o moreno e suas massas musculares nos lugares certos. Desde o primeiro instante, ela o achou bonito, charmoso, sexy ao extremo e talvez isso fosse um problema.

“Homens assim deveriam vir com uma placa sinalizadora com a descrição: PERIGO”, pensou.

Voltou-se para o mar onde alguns adolescentes e seus instrutores de surfe remavam em direção as ondas.

— Tem coragem? — Raul acompanhou seu olhar de interesse e inquiriu.

— Aprender a surfar?

Ele assentiu.

— Coragem tenho, não tenho é equilíbrio. Dá uma olhada como o instrutor domina a prancha, isso não consta no meu DNA, pode apostar. — Ela sorriu. — Gosto muito do esporte, inclusive, às vezes, acompanho o campeonato e só, não nasci com esse dom, skate, patins, prancha não foram feitos para mim. Por isso escolhi a minha profissão. — O moreno a olhou curioso e ela explicou: — Aos nove anos, caí dos patins, o tombo não foi tão feio assim, entretanto, a queda me levou a ficar de gesso por quase oito semanas. Fraturei o tornozelo, eu me desequilibrei e beijei o chão. No meu caso foi indicado tratamento conservador, a fratura teve pouco desvio. Mas essa fragmentação me fez descobrir o que mais tarde seria uma das minhas paixões.

— Então, neste caso vamos apenas tomar um banho de mar. — Raul fez graça. — Interessante, sua paixão surgiu através de uma queda, algumas pessoas ficariam traumatizadas, você desenvolveu entusiasmo. E ouvi-la dizer termos que, para um leigo como eu, é quase incompreensível é fascinante.

— É nítido, não é? Sou maluca pelo que faço. E você, alguma maluquice de infância?

— Algumas. — Raul a observou e sorriu enternecido. — Essa aqui. — Mostrou uma cicatriz no ombro esquerdo. — Um tombo de bicicleta aos dez. — Essa outra. — Apontou uma no joelho direito. — Caí sobre um caco de vidro. Fora as luxações, as cacetadas e as pancadas da vida. — Os dois se entreolharam.

— Essas são inevitáveis — Amanda comentou e se lembrou da conversa hora antes com André. — E aí, vamos encarar esse mar? — inquiriu tentando jogar para longe o monte de asneiras que seu ex havia lhe dito.

— Eu topo o desafio.

— E o Chico? Eu me esqueci dele.

— O velho Chico está no décimo sono, não se preocupe. — Raul levantou-se, tirou a carteira do bolso da bermuda de tactel, e a escondeu embaixo da camiseta e, ao se virar, quase se engasgou ao ver a mulher à sua frente se desfazendo do short e da regata que usava. Raul sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Amanda usava um biquíni comportado para os padrões atuais, no entanto essas peças deixaram-na perfeita.

— Vamos? — Amanda o tirou do transe que ela mesma, sem saber, o havia colocado.

Ainda afetado, Raul sorriu e juntou-se a moça de curvas que caminhava ao seu lado e arrancava olhares dos marmanjos à medida que passavam por entre os guarda-sóis.

“Estou completamente fodido”, pensou e olhou-a mais uma dezena de vezes.

Amanda colocou os pés primeiro e em seguida o olhou com um sorriso travesso, sem muito no que pensar e querendo aproveitar cada minuto, literalmente chutou a água sobre o homem que avançava com cautela.

— Ah, é assim que as coisas funcionam por aqui? — Raul repetiu, seguidamente com as mãos deixando a moça encharcada.

— Não vale, Raul. Suas mãos parecem duas raquetes. — A médica suspirou  e sentiu um prazer indescritível, e como não gostava de perder nem sequer em um jogo de cartas, ela, com todas as forças que dispunha, começou a chutar as ondas que se aproximavam sem cessar.

Raul aproximou-se e a conteve num abraço de urso. Sua boca estava a poucos centímetros dos lábios dela. E por longos instantes permaneceram inertes, encarando-se, desejando que o outro desse o primeiro passo. Uma onda mais forte estourou neles e foram separados.

Embora continuassem próximos permaneceram onde estavam, confusos, cada um reagindo ao seu modo. Amanda pulando as ondas que vinham e Raul se culpando por ter perdido a oportunidade de provar o gosto dela.

Eles permaneceram por quase meia hora, conversando assuntos aleatórios e mergulhando, a química era notória, quem os olhasse tinha a nítida impressão de que formavam um casal. A congruência era perfeita. Saíram da água assim que notaram que Chico havia acordado e parecia impaciente.

— Vou pedir uma água de coco, você aceita? — Amanda inquiriu, enxugando-se com a regata que vestia antes.

— O que acha de uma porção de peixe meca para acompanhar?

— Hum, parece bom.

Raul fez sinal para o caiçara que atendia as mesas com um sorriso maroto e bem-humorado.

— Pois não, casal, o que vão pedir?

A palavra casal soou engraçado, afinal eles mal se conheciam.

— Duas águas de coco, uma água natural bem gostosa para o cãozinho fofo aqui e... — Ela olhou para Raul.

— Uma porção de peixe meca no capricho, por favor. Mais alguma coisa? — Raul voltou-se para Amanda.

— Por enquanto é só. — Sorriu para o rapaz. — Obrigada.

— Já retorno — comentou o caiçara e saiu ligeiro.

Totalmente à vontade um com a companhia do outro, passaram o restante do dia, tarde e o começo da noite, desfrutando da praia e se conhecendo melhor.

Raul contou a Amanda que aproveitou o casamento do amigo para pegar alguns dias de folga e esse era o motivo pelo qual tinha vindo antes, os demais chegariam na sexta. Por diversas vezes, o desejo de convidá-la para acompanhá-lo comichou, privá-lo de sua presença era um crime.

Retornaram para a pousada e, exaustos, decidiram dividir uma pizza e uma garrafa de Merlot.

— Na varanda? — ela perguntou com a garrafa nas mãos e dois copos de vidro cedidos pela copa do local.

— Vamos rachar a rede também — Raul afirmou e Amanda sorriu, era prudente dividir uma rede ao invés da cama, seria muito estranho.

Estavam no quarto dela, o som que vinha de fora era um deleite para os ouvidos, barulho de mar, barulho das ondas bailando em um vai e vem relaxante.

Sentaram-se na rede, serviram-se de vinho e com guardanapos de papel um pedaço de pizza.

— Hmmm... muito boa. — Amanda mordeu generosamente a fatia. — Não sei se é a fome ou se a pizza está deliciosa.

— Um pouco dos dois — ele comentou olhando-a por cima do copo e admirando cada contorno de sua face.

— Poderia fazer isso por mais dez dias — Amanda falou vertendo sua bebida. — Eu realmente precisava sair um pouco, mudar o meu cotidiano, não sei por que não fiz isso antes.

Na verdade, ela sabia, aliás, tinha total certeza.

— Vai embora quando? — Raul viu nessa conversa a chance de ao menos ter o contato dela.

— Na segunda. Oito dias nessa vida boa, uma hora tem que acabar, não? E você?

— Pode ser no domingo, na segunda, sei lá depende. — Encararam-se e, sem querer, Amanda roçou seu braço na perna dele ao se servir de mais um pedaço de pizza.

O momento poderia ter sido constrangedor, mas não foi o que aconteceu, agiram naturalmente, ignorando a fagulha acesa dentro deles e com um único toque.

— O que pretende fazer amanhã? — Raul especulou.

— Não sei, tem alguma sugestão?

— O que acha de fazermos um passeio de lancha?

— Nossa! Não tinha pensado nisso, ainda. Tá aí, gostei.

— Ao fazer o check-in, vi um panfleto e achei interessante. Se concordar podemos agendar.

— Será que tem horário disponível?

— Estamos fora de temporada, acredito que sim, mais tarde vou checar.

— Perfeito! Mais vinho? — Amanda ergueu a garrafa e encheu os copos.

A noite terminou com uma caixa de pizza vazia e uma garrafa quase. Quando Raul ia saindo, voltou-se e a encarou.

— Você poderia me passar o seu contato? Vou verificar a reserva e te envio uma mensagem confirmando.

Amanda titubeou, por fim passou a ele e ele o número a ela.

— Vamos torcer os dedos.

A moça, achando graça, fez figa com as mãos e foi surpreendida ao receber um beijo quente e inesperado no rosto.

— Durma bem, Amanda. Assim que tiver uma reposta, eu te aviso.

Embora fosse controlada, e o beijo a tenha pegado desprevenida, algo dentro dela foi ativado e a atração que sentia aflorou de vez. Se ele ousasse um pouco mais, ela de forma alguma se oporia.

Tanto quanto Raul, Amanda queria sentir os lábios dele tocando os dela, queria sentir a sensação de ser beijada por alguém que mexia com ela com tamanha intensidade.

— Você também, boa noite — retribuiu a médica e acenou assim que ele destravou a porta do quarto ao lado.

Naquela madrugada, ambos não conseguiram dormir, ele confirmou o passeio, desejou uma ótima noite mais uma vez e, assim como ela, Raul se controlou para não bater em sua porta e enchê-la de beijos, como desejava.

Na manhã seguinte, Amanda acordou animada, não só pela companhia que vinha se mostrando agradabilíssima, mas também porque nunca tinha feito um passeio de lancha e ela apreciava e muito, novas experiências, novos desafios, sair fora de sua zona de conforto e esse seria um dia atípico. 

Pati, você tinha toda razão, esse lugar é um pedacinho do paraíso.

A médica poderia contar tudo para a amiga, porém iria ocultar um detalhe: o moreno do quarto ao lado.

Era totalmente desnecessário, Patrícia iria dizer que ela foi boba, que deveria ter aproveitado, que era isso que faltava em sua vida, cometer algumas maluquices, ser mais liberal e menos racional.

Apesar de que o receio ainda estava imbuído nela, não queria passar novamente pelo que passou, não que o Raul fosse um clone do André, ela não achava isso, no entanto, as dúvidas estavam lá, fazendo-se presentes em seu cérebro o tempo todo. Em contrapartida, a vontade que sentia de se jogar nos braços dele e prová-lo como ansiava era nítido.

Recebeu uma mensagem de Raul.

Raul: Bom dia, está pronta?

Amanda: Oi, bom dia, quase. Se quiser ir descendo, já estou indo.

Raul: Eu te espero para tomarmos o café da manhã.

Amanda: Combinado, daqui a pouco bato na sua porta.

Raul: Até breve.

Até breve! Que merda é essa que eu escrevi? Raul achou muito impessoal.

Amanda: Até.

Que fofo. Amanda achou o contrário.

Ela não demorou e logo dava toques sutis em sua porta, a postos Raul girou a maçaneta e recebeu a mulher deslumbrante com um sorriso largo.

Amanda vestia uma saída de praia tie dye azul com amarelo e por baixo um maiô branco tomara que caia.

Raul a comeu com os olhos, ele a achava linda, mas naquela manhã a moça havia se superado.

— Quer que eu coloque a sua carteira e óculos de sol na minha bolsa de praia?

— Cabe um sachê de frango do Chico? — Raul inquiriu, mostrando a ela o saquinho com o almoço do cãozinho.

— Com certeza, né, Chico? Cabe até três. — Amanda abaixou-se e beijou a cabeça do pug, que já havia se familiarizado com ela.

— Obrigado. — O moreno charmoso, fechou a porta e entregou o sachê, a carteira e a caixinha dos óculos para Amanda. — Temos ainda quarenta minutos até que o rapaz da lancha venha nos buscar, dá tempo para tomarmos um café reforçado.

— O que acha de almoçarmos em outra praia, já que alugamos a lancha pelo dia todo? Estou super a fim de comer camarão fresco, chego a salivar só de pensar. — Amanda fechou os olhos e passou a língua pelos lábios, fazendo com que Raul se perdesse em seu gesto. Ela os abriu e sorriu ao vê-lo a cobiçando de modo descarado. — Raul, tudo bem? — A moça brincou e passou uma das mãos na frente do rosto dele.

— Tudo... — Continuou a olhando. — Na verdade, tudo ótimo. — Trocaram um sorriso e seguiram para o restaurante.

Não demorou e dentro de pouco tempo o dono da lancha entrava na recepção da pousada à procura deles.

***

— Que lugar incrível. — Deslumbrada, Amanda aceitou a mão do piloto e pisou na areia branquinha que ficava numa praia reservada no qual o homem tinha livre acesso.

— Podem aproveitar, quando quiserem ir para outro local basta me avisarem.

— Combinado. — Raul entregou o cão para Amanda e desceu em seguida.

Caminhando lado a lado se afastaram da lancha e totalmente a sós no pedacinho que escolheram, não protelaram e, após se desafazerem das peças que vestiam e ficando apenas com as roupas de banho, entraram no mar, enquanto Chico os observava latindo e com receio de colocar a pata na água.

— Vem, cão coragem — Raul chamou o cachorro, e nada, Chico não se arriscou.

— Olha isso, Raul. — Com os olhos brilhando, ela apontou mais à frente e o que viram arrancou sorrisos dos dois, uma tartaruga colocando a cabeça para fora.

— Cacete, nunca tinha visto isso. Acertamos quando resolvemos ficar um pouco aqui.

— Que coisa mais linda.

Raul estendeu a mão e Amanda aceitou de pronto, e juntos seguiram por entre um caminho repleto de pedras rochosas que enalteciam a paisagem primorosa do lugar.

— Ui. — A mulher de olhos cor âmbar escorregou, mas por sorte o moreno estava lá para segurá-la com força.

— Se machucou? — ele perguntou, olhando-a com desejo latente e uma vontade incontrolável de beijá-la.

Eles estavam a pouquíssimos centímetros de distância, as respirações praticamente estavam sendo compartilhadas. Olhos cravados, corações acelerados e aquele calor gostoso emanando quando se está atraído por alguém.

— Não, só escorreguei nessa pedra mais lisa. — Amanda mordeu os lábios e isso fez com que Raul ficasse ainda mais tentado. — Que bom que me segurou, caso contrário me estatelaria.

— Amanda, eu não sou de ferro. Embora esteja tentando ser.

— Eu também não — ela balbuciou.

Raul puxou-a totalmente para si, levou uma das mãos em sua nuca e com a outra a segurou firme pela cintura e, antes que invadisse sua boca com a dele, olhou-a com ternura. Nesse instante, Amanda assumiu o controle e tomou os lábios dele num beijo feroz, desmedido, repleto de tesão.

As línguas bailavam, se roçavam, descobriam cada cantinho oculto um do outro. À medida que a beijava, Raul acariciava seu corpo, envolto apenas pelo maiô, provocante. A química fora intensa, eles possuíam o encaixe perfeito e sabiam disso, porque, caso o beijo não superasse as expectativas, eles teriam se afastado e não foi o que aconteceu, permaneceram o restante do dia e da tarde, aos beijos e carinhos e, assim que voltaram para a pousada, seguiram a contragosto para os seus quartos.

Amanda não queria avançar o sinal, queria ser paciente e Raul queria o mesmo que ela, mesmo tendo voltado com as bolas doendo e extremamente excitado.

Eles ficaram longe um do outro por pouquíssimo tempo, menos de duas horas depois já estavam sentados na rede do quarto dela dividindo uma yakissoba grande. Em meio aos hashis e o saquê, beijos gulosos eram dados e olhares cobiçosos eram lançados. Raul continuava com a ideia de levá-la com ele para a cerimônia de casamento dos amigos, de modo algum queria ficar longe dela.

— O que você acha de me acompanhar no casamento no sábado? — inquiriu colocando o cabelo dela para trás e beijando uma linha imaginária em seu pescoço.

— Melhor não. A única pessoa que conheço é você e o seu cachorro fofo, ficaria completamente desconfortável lá. E não trouxe nada apropriado para a ocasião.

— Isso podemos dar um jeito, não deve ser difícil encontrar algo que lhe caia bem, tudo lhe cai muito bem, Amanda. — Raul passeou os olhos pelo corpo dela.

— Eu sei, o comércio local é maravilhoso, isso é a parte mais simples da questão, fico com a primeira parte: o desconforto em estar num ambiente em que conheça apenas uma pessoa.

— Pense, com carinho. — O moreno de boca macia segurou o queixo dela e engoliu seus lábios.

Amanda não mudaria de ideia, isso era fato. Conhecer recentemente o Raul, ficar com ele era uma coisa, acompanhá-lo numa festa era outra totalmente diferente. Ela não tinha essa cara de pau toda.

Ficaram aos beijos e carícias até que o sono os perturbasse e ainda que quisessem muito conhecer-se intimamente, seguraram a onda e despediram-se com um beijo menos acalorado.

— Durma bem — Raul desejou e entrou em seu quarto.

O homem seguiu às pressas para o banheiro, estava excitado demais, o dia tinha exigido dele um controle sobre-humano, um banho de água fria e um cinco contra um resolveria o problema de imediato, mas não totalmente.

— Desejo do caralho. Só uma chuveirada gelada para aplacar o que sinto por ela.

Ele a queria, desejava ardentemente se enterrar nela, vê-la gemer, atingir o cume e levá-la ao orgasmo.

Amanda também se refrescou debaixo do chuveiro, a noite estava quente e seu corpo ainda mais. Depois de rolar muito na cama e pensar no dia atípico que tinha vivido, adormeceu.

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