Capítulo 02

Cléo Sullyvan

Fiquei muito feliz quando o Erick falou que Mel estaria à frente da reforma no prédio que o Neal comprou. E que ela estaria trabalhando diretamente com ele. Tentei sondar alguma coisa, mas parece que eles só se comunicam por e-mail e que nunca se viram. Eu preferia que não existisse profissionalismo nessas horas.

Chegou o dia do meu menino voltar pra casa e a felicidade não cabia em meu peito. Como eu pedi a Deus para esse dia chegar, e em fim chegou. Erick já foi para o aeroporto espera-lo, e eu não vejo a hora de ver meu menino entrando por essa porta, com aquele lindo sorriso que só ele tem. Ele nos fez prometer que não contaríamos para ninguém sobre a sua volta, e cumprimos com essa promessa, apesar da minha vontade ser gritar aos quatro cantos do mundo.

Quando o carro passa pelo portão não consigo ficar dentro de casa e saio para encontrá-lo. Ele desce do carro e tanto eu quanto o Albert vamos ao seu encontro, não acreditando que depois de tantos anos, por fim, nos reencontramos.

— Meu filho, quanta saudade meu menino! — Oh, Deus, obrigada por ter trazido meu filho de volta pra mim, sã e salvo.

— Também estava com saudades mamãe. — Ele me abraça apertado, e logo Albert se junta ao nosso abraço.

— Fi...lho! — é a única palavra que Albert consegue pronunciar e o abraça apertado. Ele não falava, mas eu sei que sentia muita saudade do nosso menino, assim como eu.

Albert se afasta e logo vem Bia gritando.

— Ele já chegou!?

Ela mal pergunta e já se j**a nos braços do irmão.

— Você chegou, você voltou. Eu estava com tanta saudade, meu irmão.

— Eu também minha bonequinha. — Diz ele distribuindo beijos por todo o rosto da irmã que faz o mesmo com ele. Ele abraça Bia e juntos entramos em casa.

Deus, muito obrigada, muito obrigada por permitir que essa mãe reencontrasse seu filho.

Ele está ainda mais lindo do que antes, parece confiante, seguro, determinado, meu menino cresceu, está um homem, e um homem muito bonito.

Ele nos conta por alto como foram esses anos longe de casa, e sei que meu bebê trabalhou muito, mas isso foi tudo que ele sempre quis. Sirvo o jantar e chamo eles feliz, por ter minha família completa. Fazia anos que não tinha uma refeição tão feliz, que não me sentia tão completa. Hoje, tenho de volta aquele pedaço que estava faltando em mim. Hoje me sinto inteira e feliz.

Ele combina com o Erick de visitar a empresa na manhã seguinte e também nos informa da chegada de um homem que irá trabalhar com ele e que será seu chefe de segurança. Agora é que me toco que meu filho é um homem rico e que precisa sim de segurança. Fico feliz que ele já tenha um. Só me assusto quando ele fala que o homem é um ex fuzileiro. Meu Deus, pra que isso!? Erick faz essa mesma pergunta para ele, que responde dizendo que é preciso e que novos seguranças serão contratados para todos.

Quando ele pede ajuda ao Erick para contratar pessoas qualificadas para trabalhar com ele, só me vem a Mel em minha cabeça, e pelo que vejo na cabeça do Erick, também. Ele não perde tempo e já liga para ela, mancando de se encontrarem na manhã seguinte na empresa. Observo Neal, enquanto Erick fala com Mel, mas não vejo nenhuma mudança na sua fisionomia, ele só questiona quando Erick chama Mel de Melzinha e sorrio internamente para sua observação.

Depois que eles combinam tudo para o dia seguinte, subimos com Neal até seu quarto, onde Erick vai fazendo suas gracinhas com o irmão e eu amo ver meus filhos tão unidos. Deixo meu menino em seu quarto para descansar e vou para o meu, feliz por saber que de hoje em diante ele estará junto a mim, todos os dias.

— Bom descanso meu filho. — Digo beijando seu lindo rosto antes de deixá-lo só.

Chego no meu quarto e Albert já está deitado.

— Você está sentindo a ar mais leve? Sente que está mais fácil respirar? — Pergunta Albert quando me sento em nossa cama.

— Sinto. Um pedaço meu que estava faltando voltou pra mim. Agora só vou agradecer a Deus por trazer meu menino de volta e vou dormir como a alguns anos não durmo.

— Eu também.

O dia amanhece e acordo cedo para preparar o café do meu menino. Quero mimar muito ele e fazer tudo o que sei que ele gosta. Gilma nossa governanta, me ajuda em tudo e quando todos já estão a mesa ele chega, todo lindo, como Erick diz; parecendo mais um modelo do que um engenheiro.

Tomamos nosso café e logo Erick sai com ele, falo para Gilma caprichar no almoço apesar que nem perguntei se ele virá almoçar em casa, não quero cobrar nada dele e nem sufocá-lo, então mesmo morrendo de vontade, decido que não vou ligar.

O tal de Michael Bennett chega e realmente ele é como o Neal falou, porém ele e Albert parecem terem se dado muito bem, pois já estão conversando como se fossem amigos de longa data.

Chega a hora do almoço e nada de Neal e nem de Erick chegarem. Estou prestes a ligar para Erick quando ele adentra a sala como sempre faz, parecendo um vendaval.

— Fanília, cheguei!

— E seu irmão, meu filho?

— Deixei ele na empresa com Mel. Eu achei melhor sair fora, inventei uma desculpa qualquer e me mandei.

— Porquê?

— A senhora tinha que ver a cara dos dois quando se viram, a atmosfera pesou, um campo gravitacional foi construído ao redor deles, foi muito esquisito. Deixei eles lá, dei uma desculpa e me mandei. E já que ele não me ligou para ir buscá-lo deve estar muito concentrado no trabalho, ou na Mel, quem sabe!

— Vamos almoçar então. Mel está de carro, sei que ela não vai deixar meu menino ficar com fome nem a pé.

— Não vai mesmo.

Passo a tarde pensando no que o Erick falou e então tenho a ideia de convidar Mel para jantar conosco, não será nenhum absurdo, já que ela vez ou outra vem almoçar ou jantar aqui em casa. Só que ao invés de ligar para ela, ligo para Neal, como quem não quer nada. Ele atende todo sério e acho que nem viu que era eu que estava ligando.

— Sullyvan!

— Filho, você ainda está na empresa?

— Oi mãe, estamos saindo agora. — Estamos? Isso significa que Mel ainda está com ele. — Algum problema mãe?

— Problema nenhum meu filho, Mel ainda está aí? — Melhor me fazer de desentendida.

— Está sim.

— Pensei em convidar ela para jantar, já que meu filho alugou ela o dia inteiro. — Ouço-o sorrir.

Ele pede um tempo e sei que é para consultar a Mel. Logo ele me confirma que ela vem e que só vai passar em casa.

Ótimo!

Quero ver com meus próprios olhos se o que o Erick falou procede.

Quando ele chega em casa, logo me chama e vou ao seu encontro, seus olhinhos estão brilhando de felicidade e ele fala o quanto sua empresa está linda. Erick logo vem e toca no assunto que mais me interessa. Não que eu também não esteja feliz com sua realização profissional, essa parte eu sei que ele tira de letra, mas o que quero mesmo saber, é a outra parte, a sentimental.

— E aí mano, como foi passar o dia com Melzinha?

Observo o seu jeito quando ele vai responder para Erick, ele bem que tenta soar profissional, mas a mim ele não engana, e quando Erick insiste falando na cara que os dois fizeram ao se encontrarem, ele corta logo a conversa e sobe para o seu quarto.

— Eu a convidei para jantar aqui em casa hoje. — Digo baixinho para Erick.

— Sério!? Vou chamar minha loira também.

— Perfeito!

****

Quando Neal desce Mel e Karol já tem chegado e estão conversando sentadas no sofá. Observo de um canto onde eles não podem me ver, e posso ver o olhar dos dois, eles bem que tentam disfarçar, porém é impossível. Encho umas taças e levo uma bandeja com bebidas para eles, acho que isso vai deixá-los mais relaxados e assim também tenho um pretexto para voltar a sala e observar as coisas.

Estou tão feliz por ver meus filhos em casa e se Deus quiser, logo, logo, mais uma filha.

*****

Depois do jantar nos sentamos a sala e Erick pergunta sobre a empresa e ver o jeito que Neal e Mel já se entendem, eles já falam como se... se conhecessem a anos. Eles se empolgam tanto discutindo os projetos, que nem percebem quando saímos da sala e os deixamos sozinhos.

— Caramba! Eles nem viram a gente sair. — Fala Karol depois que subimos as escadas.

— Eu falei. — Diz Erick.

— Seu santo é forte em mulher! — Comenta Albert e todos sorrimos.

Sorriu para Albert e cada um segue para seu quarto, e mais uma vez vou conversar com o meu Deus, ele que tudo sabe, tudo pode e tudo ver, vai poder guiar meu menino em seu novo caminho.

Passa um tempo e quando já estou me ajeitando para dormir a porta do meu quarto se abre em um rompante quase me matando de susto.

— O que é isso menina, que jeito é esse de entrar nos quartos.

— Desculpa mãe, mas eu não ia conseguir dormir sem falar com alguém.

— Falar o que?

— Eu acabei de ver os dois se pegando no sofá!

— Você está falando sobre o que menina? Quem estava pegando quem? E que linguajar é esse, mocinha?

— A mãe, presta atenção ao que interessa. E pai, eu não sou bebê. Mãe, estou falando do Neal e da Mel.

— Oh, Deus! Obrigada. Obrigada meu Deus!

— É dona Cléo, sua reza é forte.

— Forte é o meu Deus!

****

Tudo ficou perfeito no meu mundo, meu filho em casa, começando sua empresa, ver a felicidade em seu rosto, e saber que além da realização profissional ele também estava feliz por ter encontrado uma nova paixão e posso até jurar que também encontrou o amor. Tudo isso me deixou mais que realizada, pois tudo que uma mãe e um pai deseja para seus filhos, é vê-los felizes. Tudo estava perfeito, até que minha irmã resolveu nos fazer outra surpresa.

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