Capítulo 04

Cléo Sullyvan

Três dias após o ocorrido graças a Deus Mel acordou, mas logo veio mais um choque, saber que quem a atacou pretendia matar todas as pessoas que estavam lá no evento, isso nos deixou extremamente assustados.

Agora estamos lidando com terroristas!

E o pior foi saber que essa era a segunda tentativa dele contra meu filho. Algo que eu não sabia. Mas sentia. Eu sentia a todo momento que meu menino tinha que voltar para casa, só não contava que tinha tanta gente com inveja do seu sucesso.

Graças a Deus, mesmo depois de outra tentativa fracassada lá no hospital, esses delinquentes foram pegos e com isso pudemos ficar mais tranquilos. Os dias se passaram Mel estava se recuperando lindamente, mas para abalar nossa tranquilidade recebi a notícia da morte de Robert marido de minha irmã Elizabeth. Uma morte muito estranha já que ele era um homem muito saudável. E já previ problemas. Mas Neal já deixou claro que não queria nenhum contato com eles, restava saber de minha irmã se ela ia se tocar e nos deixar em paz.

E como esperado eles chegaram. Muito cedo um dia a pois o enterro de Robert, estavam os três, Elizabeth, Damon e Samantha na minha porta. Ainda bem que Neal estava em casa e ele mesmo cuidou daquilo.

Não queria nem vê-los, principalmente depois das suspeitas que o Neal nos falou. Eu não conseguia acreditar que Elizabeth tinha sido capaz de tamanha barbaridade. Mas claro que ela deu um jeito de novamente colocar mamãe no meio e ir até minha casa chorar miséria para o Neal, porém ele estava mais irredutível do que nunca e mostrou para mamãe que Elizabeth não era quem dizia ser.

Não demorou muito para vim a bomba sobre Elizabeth. Estava em casa conversando com papai quando o telefone tocou, era Erick nos infirmando que a polícia estava toda na casa de papai para prender Elizabeth. Corri junto com papai para lá e quando chegamos Elizabeth estava sendo colocada na viatura.

— Onde foi que eu errei com sua irmã minha filha?

— O senhor não errou em nada papai. Criou nós duas igualmente, sem nenhuma distinção. Mas ela é quem não presta, eu também estou com vergonha, mas não devemos nos culpar.

Fiquei com eles até se acalmarem, tentei conversar com Samantha que se mostrou muito revoltada com as atitudes da mãe. Já o Damon, esse parecia que nada tinha acontecido. Estava chegando a noite então voltei para casa junto com Bia. Fiquei tentando digerir toda aquela história. Achando tudo muito macabro, até onde é capaz de ir o ser humano para se dá bem na vida? Minha irmã ser uma pessoa fútil é uma coisa, agora ser uma assassina, isso eu nunca poderia imaginar nem em um milhão de anos.

Os dias vão se passando, as coisas foram se encaminhando calmamente, já tinham se passado dois meses. Samantha foi embora, Elizabeth estava presa e Damon parecia que pela primeira vez na vida ia começar a trabalhar.

Estávamos sentados para tomarmos café quando Mel falou para Gilma o que queria comer.

Na hora pensei! Meu Deus, isso só pode ser uma coisa!

Vi a cara de espanto e alguns e até cara de nojo para a mistura que Mel pediu para comer. E como esperado, assim que ela terminou correu para o banheiro. Neal estava desesperado e precisou fazê-lo se acalmar. Pedi para Bia ir pegar a escova de Mel para ela se escovar, quando ela melhorou fui convencer ela fazer um teste. Deixei Neal cuidando dela e voltei para cozinha. 

Eles voltaram e tomaram o café deles, mas Mel mais uma vez passou mal. E dessa vez Neal ficou desesperado. Convenci ele a levar Mel para o quarto, até Bia estava nervosa. Chamei Albert e falei para ele correr na farmácia.

— Eu tenho certeza do que é isso. Mas preciso que você vá na farmácia e compre um teste pra que eu possa tirar todas as dúvidas.

— Você acha que ela tá...?

— Tenho certeza que sim. Os remédios que ela tomou para sarar os ferimentos deve ter cortado os efeitos do anticoncepcional.

— Vou lá então. Eu nem acredito que vou ser vovô.

Albert saiu sorrindo feito bobo, e nem eu estava acreditando que seria vovó.

Fiquei no quarto com eles tentando acalmar Neal que estava muito nervoso. Mas logo Albert chegou e me entregou a sacola. Neal ao ver o que tinha nas sacolas ficou paralisado. Fiz ele voltar a si e ele levou uma Mel também assustada para o banheiro.

— Porque você trouxe tantos testes? — pergunto para Albert.

— Você não conhece seu filho? Se fosse só um era capaz dele duvidar. Com esses que trouxe ele não terá para onde correr quando vi o resultado.

Quando Neal me chamou e vi os resultados nos cinco testes que Mel fez, a felicidade tomou conta não só de mim, mas de todos a nossa volta.

Eles foram para o trabalho e deixaram uma Bia e uma tia brigando pelo posto de madrinha. Meu primeiro neto. Primeiro de muitos, pois se depender do amor daqueles dois eu vou ser abençoada com muitos netos.

Todavia como as coisas não são fácies para meu filho, além da Mel desenvolver uma certa tolerância aos alimentos e cheiros, o Neal também embarcou nessa. Eu sabia que era raro o homem passar pelas mesmas coisas que a parceira durante uma gravides, mas logo o Neal tinha que passar por aquilo. No começo foi bem complicado pois homem quando sente qualquer desconforto já pensa que vai morrer. Mas graças a Deus ele foi melhorando, e com os remédios e os cuidados na alimentação, tanto ele quanto Mel logo estavam conseguindo passar aquela fase.

Os dias foram se passando e lá veio mais um susto, só que dessa vez nos deixando mais apreensivos, pois como Mel estava grávida, sustos não são nada bons pra ela. Agora o que não esperávamos era a notícia maravilhosa que recebemos depois da tempestade. Saber que eu não ia ganhar só um neto e sim três me deixou nas nuvens de tanta felicidade, e claro que os cuidados com Mel iriam ser redobrados.

Chegou o dia da tal despedida de solteiro de Neal e Mel, resolvemos não ir. Ia ser um encontro entre amigos, então eu e Albert fomos para a chácara ficar com Sam e Ava.

Estávamos sentados em uma conversa boa lá na chácara quando uma agonia se formou em meu peito, vi que Ava também não estava bem.

— O que vocês duas tem? — pergunta Albert.

— Estou com um pressentimento ruim.

— Eu também. — diz Ava.

— Vou falar com os seguranças ver se eles estão sabendo de alguma coisa.

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