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8. Você Que Preferiu Continuar

O aperto de mão entre nós dura um pouco mais do que o necessário, enquanto nossos olhares permanecem fixos. Sebastian mantém um sorriso presunçoso no rosto, como se estivesse desfrutando de uma piada interna. Meu maxilar se tensiona, mas mantenho a expressão neutra. Ao meu lado, Harper se mexe desconfortavelmente, seu olhar alternando entre mim e Sebastian, como se tentasse decifrar a estranha dinâmica que paira no ar.

— Vocês… realmente se conhecem? — Harper pergunta. Solto um riso seco, desviando brevemente o olhar para ela antes de responder:

— Está com algum problema auditivo, querida? — pergunto, deixando clara a ironia na minha voz. Harper pisca algumas vezes, como se processasse a pergunta, enquanto Sebastian, à minha frente, tenta esconder um sorriso.

— Não precisa ser rude, Henry — ela murmura, desconfortável, soltando meu braço com um leve movimento. — Só achei… estranho.

— O que há de estranho? Mas, respondendo à sua pergunta, sim, já tivemos o desprazer de nos cruzar algumas vezes no passado — digo, com um toque de sarcasmo. — Não é verdade, Sebastian?

Sebastian dá de ombros novamente, como se minha provocação não tivesse o menor efeito sobre ele. Harper, agora visivelmente desconfortável, evita meu olhar, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha. James abre a boca, provavelmente com a intenção de acalmar os ânimos, mas Sebastian se adianta:

— Desprazer é uma palavra forte, Henry. Eu diria que foram apenas… circunstâncias infelizes. — Ele continua. — Mas vamos deixar o passado onde ele está e focar no presente. Afinal, agora que estou à frente da Majestic, voltaremos a nos encontrar.

— Ah, então você finalmente conseguiu assumir a Majestic? Engraçado, sua esposa estava tão empolgada na apresentação há algumas semanas. O que aconteceu? — pergunto, realmente surpreso com a notícia. 

— Sim, Evie estava bem empolgada, mas não conseguiu aguentar o estresse. Ela precisou se afastar para descansar.

— Descansar, é? — continuo, saboreando a oportunidade de desestabilizá-lo ainda mais. — Bom, espero que você possa lidar com algo tão grandioso quanto a Majestic Ashford. Afinal, não estamos falando daquela pequena empresa que você quase levou à falência no passado.

— Ora, ora, rapazes! — James intervém, tentando aliviar a tensão. — Não precisamos transformar uma noite agradável em um debate sobre negócios antigos. Estamos todos aqui para aproveitar o evento, certo?

— James, você sabe como é... Isso acontece quando velhos conhecidos se encontram. Não é nada pessoal, apenas… inevitável não comentar. — respondo, sentindo o aperto desconfortável de Harper em meu braço.

— Ah, Henry… Muitas coisas mudaram desde então — Sebastian retruca, com um tom carregado de ironia. — Os anos passam, a maturidade e a capacidade evoluem. Não sou mais o mesmo de cinco anos atrás, e te garanto que, à frente da Majestic, vou te dar muito trabalho.

— Estarei ansioso por isso, Sebastian. Mas, se falir mais uma vez, pode me procurar — digo com um sorriso sarcástico. — Adoro comprar empresas à beira do colapso. É quase um hobby.

— Veremos como as coisas se desenrolam, Henry. Quem sabe, no futuro, seja você quem esteja mais interessado em me procurar. — Ele responde, tentando encerrar por cima. Mas, claro, eu não resisto a uma última provocação:

— Ah, Sebastian, quase me esqueci… — continuo, irônico. — Quando conheci sua esposa em Genebra, algo me intrigou. Evie Ashford… Interessante ela ter mantido o sobrenome de solteira, não?

O sorriso de Sebastian finalmente desaparece. Ele aperta o maxilar, claramente tentando manter a compostura, mas o golpe atingiu seu ponto fraco.

— Questões familiares, sabe como é. — Ele responde, dando de ombros, mas permanece sério.

— Claro, claro… só estava curioso. Afinal, é algo incomum, especialmente para um homem com a sua… confiança. — Concluo, no mesmo momento em que James limpa a garganta, tentando intervir novamente. Mas a conversa, assim como a noite, já terminou para mim. — Bem, agora, se me derem licença, preciso pegar uma bebida.

Sem esperar por respostas, me afasto com um sorriso vitorioso, sentindo o olhar pesado de Sebastian em minhas costas. O clima tenso da conversa ainda paira sobre mim, mas uma bebida deve aliviar a tensão.

No bar, peço um whisky, ignorando o burburinho ao meu redor enquanto tomo um gole. Algumas pessoas se aproximam para me cumprimentar. Retribuo com sorrisos forçados e acenos curtos, mas não estou no clima para socializar. O ambiente se tornou insuportável, e como sempre, cada rosto parece uma máscara falsa, cheia de sorrisos vazios.

Quando finalmente termino minha bebida e decido ir embora, Harper se lembra da minha presença e se aproxima.

— Finalmente te encontrei. — comenta, com um sorriso. — Por que me deixou lá?

— Avisei que viria para cá, você que preferiu continuar. — Respondo, levantando-me antes que ela diga algo. — Estou indo embora, quer ir para o meu apartamento?

— Eu… não posso ir com você, amor. — Ela comenta, acariciando meu ombro. Abaixando o tom, continua: — Queria muito, mas não posso.

— É mesmo? Pensei que quisesse deixar a conveniência de lado esta noite — respondo, desinteressado, mas curioso. Harper morde o lábio, desviando o olhar.

— A minha… menstruação desceu… um pouco antes de eu vir para o evento. Sinto muito, meu amor.

— Tudo bem. Aproveite a festa, então. — digo, dando-lhe um beijo rápido na bochecha. Ela sorri e ameaça se afastar, mas eu a seguro, sussurrando em seu ouvido: — Se comporte, é o meu nome que está em jogo entre nós. Não queremos que algo afete os negócios do seu pai… caso eu descubra que você fez algo que não deveria.

— Não, claro que não, meu amor.

— Foi o que pensei. — respondo, soltando-a e dando um sorriso frio. — Nos vemos depois, Harper.

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