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7. O Mundo é Menor do que Parece

Levanto o olhar e vejo minha noiva entrando na sala com um sorriso suave nos lábios. Impecável como sempre, o vestido cinza abraça suas curvas tentadoras, e o cabelo castanho cai em ondas suaves, emoldurando seu rosto delicado.

— Henry, está tudo bem por aqui? — Harper pergunta, lançando um olhar curioso para os papéis espalhados sobre a mesa. A desordem contrasta com a habitual organização a que ela está acostumada.

— Está tudo bem. Apenas lidando com alguns problemas do trabalho — respondo, tentando soar casual.

— Você sempre resolve tudo tão bem. Tenho certeza de que logo isso passará.

— Espero que sim. O que está fazendo aqui? — pergunto, vendo-a se aproximar. Ela me dá um beijo na bochecha, senta-se no meu colo e passa os braços ao redor do meu pescoço.

— Vim te lembrar que hoje é o coquetel anual da Associação Empresarial, lembra? — responde, enquanto seus dedos deslizam suavemente pelo meu pescoço. — Sabia que você se esqueceria.

— Pensei que tinha deixado claro que não estava interessado em ir, Harper.

— Sei disso, querido. Mas… — ela abaixa o olhar, esboçando um sorriso sem jeito. — Imagine o que diriam se eu aparecesse num evento desses sem o meu noivo? Além disso, papai fez questão de confirmar nossa presença.

— Harper, não sei se…

— Henry, por favor — minha noiva pede, fazendo um biquinho. — Ultimamente estamos nos vendo tão pouco, e eu sinto falta de você… — ela continua, beijando meu pescoço enquanto sua mão desliza pelo meu peito até chegar à minha calça. — Que tal deixarmos a história de conveniência de lado por alguns minutos? Posso te convencer a ir.

— Me mostre como planeja me convencer a ir a esse coquetel — murmuro, sentindo a tensão dar lugar ao desejo.

Harper se afasta ligeiramente, me dando um olhar cheio de malícia. Ela se levanta lentamente, gira minha cadeira para o lado e desliza as mãos pela minha barriga até alcançar o cinto. Agachando-se à minha frente, por alguns minutos prazerosos, minha noiva me faz esquecer todo o estresse de antes.

— Você realmente sabe como convencer alguém… — murmuro, com a respiração ofegante, enquanto fecho a calça. Harper passa o dedo pelo canto da boca, abrindo um sorriso convencido logo em seguida. — Passo na sua casa às 19 horas.

— Não se preocupe com isso, Henry — ela responde, ajeitando o vestido antes de dar um passo para trás. — Vou com meu pai. Ele quer chegar mais cedo para conversar com alguns investidores.

— Como queira. Então, nos encontramos lá, Harper.

— Combinado. Agora preciso ir ao cabeleireiro me preparar. — Ela se aproxima, dando-me um beijo leve na bochecha. — Vou estar deslumbrante para você.

Ela sorri e sai da sala, deixando o leve aroma de seu perfume enquanto a porta se fecha silenciosamente. Volto ao notebook, tentando me concentrar nos relatórios pendentes. O tempo passa mais rápido do que percebo, e a irritação vai sendo sufocada pelo foco no trabalho.

Algum tempo depois, ao ver as horas, percebo que já está na hora de ir para casa e me arrumar. Fecho o notebook, organizo os documentos espalhados e solto um longo suspiro. Embora eu não tenha a menor vontade de comparecer ao evento, dei minha palavra e não há como voltar atrás.

Saio da sala, ajustando o paletó enquanto pego o celular no bolso. Discar o número é quase automático, e a espera parece mais longa do que deveria.

— Benjamin? — digo assim que ele atende. — Conseguiu encontrar algo?

— Você vai ter que me recompensar muito bem por me colocar para trabalhar até tarde numa sexta-feira, Henry Blackwood — resmunga Benjamin. — Há uma inconsistência nos acessos que me chamou a atenção, mas vou precisar de mais tempo.

— Mas que… porra! Está bem, Ben. Me avise assim que encontrar algo verdadeiramente interessante.

— Pode deixar, Henry. Continuarei investigando. Mantenha a cabeça no lugar, OK?

— Isso depende do que você me trouxer — resmungo, encerrando a ligação enquanto entro no elevador.

Esfrego a testa com os dedos ao colocar o celular de volta no bolso. A sensação de que estou sendo encurralado aumenta a cada segundo sem respostas. O som do elevador chegando ao térreo me traz de volta à realidade, e logo estou no carro, indo para casa.

[…]

Ao chegar ao evento, sou imediatamente cercado por sorrisos falsos e apertos de mão interesseiros. Homens em seus melhores ternos e mulheres com vestidos glamorosos fazem o salão parecer uma vitrine de luxo. Ando pelo espaço com uma calma forçada, tentando focar no que realmente importa, mas o ambiente não ajuda.

Percorro o olhar pelo salão à procura de Harper. Quando a encontro, uma cena me faz parar no meio do caminho. Perto de uma das mesas de champanhe, vejo James Evers, pai de Harper, ao lado de sua filha, conversando com ninguém menos que Sebastian Morgan. Me aproximo, tentando manter a calma, mesmo com uma incógnita se formando em minha mente.

— Ah! Oi, meu amor! — Harper me cumprimenta com um beijo na bochecha, sorrindo enquanto segura meu braço.

— Henry, rapaz! — James exclama, apontando para o homem ao seu lado, que abre um sorriso presunçoso. — Já conhece o Sebastian Morgan?

— Sim, nos conhecemos — Sebastian se adianta, estendendo a mão para mim. — O mundo é menor do que parece.

— Exatamente — respondo, num tom irônico, apertando sua mão. — Tão pequeno que nossos caminhos insistem em se cruzar.

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