Cerca de mil anos atrás, o primeiro vampiro e o primeiro lobisomem surgiram. O vampiro se chamava Abaddon, o estripador. Ele era um assassino. Matou milhares de pessoas, inocentes ou não, apenas porque gostava de ver o sangue jorrar dos pescoços das suas vítimas. Como ele se transformou? Nem meu povo conseguiu descobrir. Mas a partir de seu sangue ele começou a criar outros vampiros. Os Vampiros Criados queimavam ao sol, portanto eles eram chamados de Filhos da Noite. Mas em um certo momento Abaddon, de alguma forma, engravidou uma humana. A pobre moça morreu durante o parto, mas seu filho nasceu com a força de Abaddon e se tornou o seu sucessor após sua morte, dando origem aos Vampiros Nascidos. Os Filhos do Dia.
Já o lobisomem, um completo covarde chamado Baruch que, mesmo tendo a força do lobo na forma humana, ainda trabalhava para os humanos, sendo escravo deles como outro qualquer. Ninguém sabia seu sobrenome, ele ainda é desconhecido pelo meu povo. Nós apenas descobrimos sobre sua existência depois de alguns anos, quando Baruch já tinha seu próprio clã de lobisomens. Foi fácil matá-lo. Alguns de seus filhos conseguiram fugir e cada um criou seu próprio clã.
Até meu povo surgir.
Quem somos?
Somos os Hunters. Nós, literalmente, nascemos do coração de uma bruxa, que se sacrificara para dar poder a um humano para que ele pudesse matar tanto os vampiros quanto os lobisomens. Deu certo, e com a chegada da primeira lua de sangue, Marcos, o primeiro Hunter, obteve mais poder. A cada nova geração de caçadores que surgia, ao completar dezoito anos eles despertavam com um novo instinto: matar seres da noite.
Duas gerações depois de Marcos, os humanos já não nos consideravam como sendo semelhante a eles, e nos rotularam de Guardiões, Guerreiros da Noite, Caçadores das trevas, Nefilins, Protetores e tantos outros nomes que é até impossível citar todos eles. Tudo o que sei foi o que meus pais me contaram ou o que eu li em livros antigos guardados na biblioteca no subterrâneo da minha casa quando era mais jovem. Meus filhos leram os mesmos livros que eu, antes mesmo do Despertar eles já sabiam o que seriam ao completarem dezoito anos de idade. Seriam como eu e seu falecido pai. Seriam Hunters.
Aquela sexta-feira à noite estava calma demais. Os únicos sons que se podia ouvir era o ronco de George em uma das celas próximas da sala da policial Callie, que fora preso por ter sido pego dirigindo embriagado, e o tic-tac do relógio. Callie começou a cochilar depois das onze horas da noite, ela estava cansada, mas prometera ao xerife que passaria a noite toda na delegacia. O sono a venceu depois de duas horas sem ter o que fazer. Sentada em uma cadeira de frente para sua mesa super organizada, ela deitou a cabeça sobre os braços cruzados e adormeceu. O telefone ao seu lado começou a tocar e ela levantou a cabeça, assustada. Esfregando o rosto, Callie pegou o telefone. - Policial Johnson. Em que posso ajudar? - perguntou ela. O telefone chiou por uns segundos antes de uma voz feminina falar: - Oi Callie, aqui é Vanessa Franklin. - Oi Vanessa. Tudo bem? - perguntou Callie apoiando o rosto em uma das mãos e bocejando. - Creio que não. Sabe aqu
No hospital, Stella esperava pacientemente na sala de espera enquanto aguardava alguém vir informá-la do estado de sua sobrinha. Pareceu demorar séculos até que uma enfermeira apareceu na porta com uma prancheta em mãos. Seus olhos não diziam nada além de que ela estava cansada de tanto trabalhar. Stella se levantou de onde estava sentada e deu dois passos à frente parando em frente a mulher de meia idade. - Como ela está? A enfermeira ergueu uma das sobrancelhas delineadas, não era a primeira vez que ela lidava com pessoas apressadas e impacientes. - A paciente acaba de ser sedada, ela está dormindo no momento… - Posso vê-la? – Stella interrompeu a enfermeira sem querer ser mal-educada. A enfermeira respirou fundo e acompanhou Stella até um quarto particular. - Você tem cinco minutos - avisou ela. Stella entrou no quarto e ofegou. Sua sobrinha tinha quebrado uma das pernas na queda e agora estava engessada. Seu braço d
A dor invadia meu corpo e minha mente a registrou como consequência da queda. Eu mal sentia o meu corpo, mas sentia a dor. Os remédios que me deram não estavam fazendo tanto efeito quanto eu desejava que estivessem. Eu ouvia aquela máquina ao lado da cama hospitalar que registrava os batimentos do meu coração. Esse era o único som que eu ouvia, pelo menos até a porta do quarto ser aberta e uma mulher usando um jaleco branco entrar e sorrir para mim. Minha cabeça parecia que tinha entrado em um redemoinho. Eu não estava conseguindo focar a visão na mulher, minha vista estava ficando embaçada e o quarto parecia girar. Pisquei várias vezes para tentar enxergar apenas uma pessoa ao invés de quatro. - Oi, Megan - disse ela. A mulher que segurava uma prancheta nas mãos puxou uma cadeira que estava encostada na parede do quarto para perto da minha cama e se sentou. Voltou a sorrir pra mim e continuou:- Meu nome é Verônica Carter, sou assistente social. Verônica era
Uma vez eu amei alguém, mais do que amo a mim mesma. Essa pessoa era tudo para mim. Melanie sempre foi a pessoa que faria tudo por mim e eu por ela. A dor que eu senti ao saber da sua morte ainda queimava em meu peito, tanto que as vezes era impossível respirar, como se eu estivesse vivendo a sua morte. Enquanto eu pensava nela, meu peito doía com a saudade. Quando minha irmã gêmea, e melhor amiga morreu, era como se ela tivesse levado consigo uma parte de mim. Ela e eu sempre fomos ligadas e eu senti a dor dela quando ela morreu, mas naquele dia eu achei que era só o medo que ela sentiu na hora, ou que havia se machucado. Nunca se passou pela minha cabeça que ela tivesse sido consumida pelas chamas enquanto tentava me salvar. Eu sentia como se a culpa pela sua morte fosse toda minha. Eu não deveria tê-la deixado sair do quarto sem mim. Cinco anos havia se passado desde a sua morte e a dos meus pais. Cinco anos havia se passado desde a minha morte. A
Naquela tarde, depois que eu voltei para casa, tive um tempo sozinha antes da minha tia chegar em casa. Tomei banho e coloquei uma roupa leve para ficar em casa. Peguei um dos livros da prateleira e me deitei na cama para ler um pouco. Orgulho e Preconceito, as páginas estavam gastas de tanto serem viradas e havia manchas de café em algumas folhas de quando, sem querer, eu derrubei café nele. Foram só algumas gotas e para minha sorte não havia borrado as letras. Eu li dois capítulos antes de pegar no sono.※※※※Sabe aquele momento que você está sonhando e sabe que está sonhando, mas que o sonho parece tão real que você começa a duvidar da sua própria percepção de sonho? Bom, era exatamente isso que estava acontecendo comigo naquele instante. Uns minutos antes de alguém me acordar, eu me vi dentro de um sonho o
Amélia acordou de repente, com o corpo coberto de suor. Seus pesadelos estavam cada vez piores. Eles sempre a levavam para aquele terrível dia que sua irmã morrera. Mesmo sem querer admitir, Amélia amava sua meia-irmã. E sentia muita falta dela. Mary fazia falta na família. Seus pais nunca mais foram os mesmos depois da morte dela e do marido. Mesmo Mary não sendo filha legítima de seus pais, ela estava na família desde muito pequena. Mary era só um bebê quando se juntou aos Collins. Amélia nasceu um ano depois disso, as duas cresceram e se tornaram mulheres lindas, Mary com seus cabelos castanhos e Amélia com seus gloriosos cachos negros. As duas não eram apenas irmãs, eram melhores amigas, mas a vida as separou. Como tudo que começa tem que acabar. Um barulho no elevador chamou a atenção de Amélia. Ela se levantou, colocou o hobby de seda preto e saiu do quarto. A porta do elevador, que dava para o interior de seu apartamento, se abriu. Kiyamet estava com suas trad
Mason dormia profundamente em sua cama no dormitório masculino. Ele dormia no quarto ao lado de seu irmão, Jason. Os dois eram muito parecidos fisicamente, mas completamente o oposto um do outro em se tratando de personalidade. Jason, por exemplo era sempre quieto e gostava de ficar na dele, andava com os amigos, mas dificilmente puxava assunto, era inteligente e muito bonito. Jason havia puxado vários traços de seu pai, mas os olhos e cabelos escuros eram da mãe. Mason também tinha os cabelos escuros, mas seus olhos eram castanhos claros com um leve toque de dourado e não pretos como os da mãe. Os dois irmãos eram grandes e fortes, devido aos treinamentos na Arena da Academia. Eram quatro horas da manhã ainda. Mason puxou os cobertores até o queixo e se virou de lado. Em seu sonho ele viu a garota por quem estava apaixonado desde que a conhecera aos quinze anos quando a mãe dela a levou até a casa onde ele morava com a mãe. Os cabelos louros de Andrea
Amélia tentava prestar atenção na estrada à sua frente, mas os pensamentos de seus filhos entravam na sua cabeça sem permissão. Os pensamentos de Mason eram constrangedores, ele não parava de pensar em Andrea. Pelos pensamentos de seu filho, ele ainda era virgem, mas não demoraria muito até que ele e Andrea se unissem. Ele não parava de pensar nos lábios da garota que deixara para trás. Os pensamentos de Jason, por outro lado, eram mais sanguinolentos do que os do irmão mais novo. Ele pensava em guerra, quando tudo o que os Hunters queriam era paz. Ela freou de repente, as rodas do carro derrapando na rua de cascalho. - O que há com vocês? - perguntou ela, virando-se no banco para encarar ambos os filhos. Mason parecia perdido olhando pela janela, mas quando sua mãe falou ele a olhou. Ela estava linda como sempre. - Você estava fazendo aquilo de novo? - perguntou Jason bloqueando seus pensamentos. - Eu já disse que não consigo evitar, por isso