※※※※30 de novembro. ※※※※
A febre não cedeu durante toda a noite. Nem mesmo as dores ou as alucinações.
As dores se espalhavam por todo o corpo, mas não começavam em nenhum ponto específico.
As alucinações eram estranhas, mas pelo menos não me fizeram atacar ninguém. Eu via Sarah falando comigo, sobre a escola, namorados ou sobre qualquer coisa. Mesmo com dor e febre, adorei vê-la, conversamos por quase uma hora, até que o rosto dela se dissipou e eu percebi que ela não estava ali de verdade.
Eu não fiquei sozinha em nenhum momento. Stella estava sempre comigo, conversando ou apenas me ouvindo falar sozinha.
Mason e Andrea passaram a tarde toda comigo. Eu estava com saudade da companhia de Kelsy, mas esqueci de perguntar sobre ela. Andrea não soltou a mão de Mason nem por um segundo enquanto eles estavam lá. Mason se surpreendeu quando eu mencionei a visita do seu irmão no dia anterior.
Ele tentou segurar a minha mão, m
Megan estava com muita dor e por isso Amélia a deixou dormir. Não tinha o porquê chamar a atenção da menina por ter matado um vampiro. Amélia prometeu a si mesma que iria esquecer disso e não tocar mais no assunto com ela ou com as amigas dela. Amélia leu e releu a carta de despedida de Megan. Se era isso o que ela queria, Amélia leria com todo o prazer, mas na verdade ela estava meio desconfortável com aquelas palavras e com os pedidos de Megan. Ela ainda acreditava que Kiyamet conseguiria achar uma saída para Megan, um modo de fazê-la continuar viva, como devia ser. Um encontro estava marcado para aquela noite na sala de Amélia. E ela queria muito ver Kiyamet entrando com alguma coisa em mãos. Um livro de feitiço, uma poção, um objeto mágico... qualquer coisa. Amélia estava disposta a pagar o preço por usar a magia, mesmo sabendo que ela era proibida. Os minutos passavam devagar, fazendo Amélia ficar mais nervosa a cada batida constante do relógio na parede
- Ela vai morrer na mesma hora em que nasceu ou pode ser a qualquer momento? – perguntou Amélia, fechando a porta do quarto. - Segundo os livros que eu li, ela deve morrer na mesma hora em que nasceu. - Então temos até depois do pôr do sol. – Amélia respirou fundo e deu as costas para Mariyah, querendo ficar sozinha. Mariyah se afastou e deixou Amélia sozinha no corredor. Minutos depois Amélia entrou no quarto. As roupas de cama haviam sido trocadas e o quarto estava com um ar renovado. Stella não estava ali. Megan mexia os olhos por trás das pálpebras e Amélia, dessa vez intencionalmente, entrou na mente dela para ver com que estava sonhando. ※※※※ Era um lindo dia na casa do lago. O sol brilhava e refletia sua luz no lago. Megan e Melanie pareciam ter uns dez anos de idade e estavam brincando no píer, correndo para lá e para cá. Elas estavam rindo e se divertindo. Mary e Garyson estavam parados na porta do chalé, so
Amélia olhou para o chá ao lado e não sabia se deixava onde estava ou se obrigava Megan a tomar.- Obrigada por estar aqui, tia Amélia. Obrigada por ter ido me buscar e me trazido para a Academia. Eu só queria ter mais tempo para lhe conhecer melhor.- Você vai, Megan. – Amélia segurou em sua mão. Ela também estava chorando. Aquela máquina maldita ao lado da cama de Megan não parava de registrar seus batimentos cardíacos, e eles estavam muitos baixos.O sol já estava quase se pondo lá fora e o tempo de Megan estava acabando.- Tire isso de mim – pediu Megan, apontando para os cateteres. Amélia se levantou, secou as lágrimas, tirou o cateter e colocou um pequeno curativo no local. – Não quero ficar grogue até meu tempo acabar.Amélia voltou a se sentar e segurou a mão dela. As duas ficaram se ol
A dor era insuportável. Amélia não conseguia se concentrar em mais nada e tudo que estava no quarto, menos a cama onde Megan estava, foi lançado contra as paredes com um grito silencioso de Amélia. Ela estava novamente usando seus poderes sem nem perceber. Tudo estava fora de seu controle. Ela não chegara a tempo e agora tinha outras coisas para se preocupar. Megan morreu. Uma gota fina de sangue escorria de seu nariz, manchando sua pele pálida. Seus olhos haviam perdido o brilho da vida e, agora que estava morta, Amélia conseguia ver seu real estado. Ela estava muito magra por não ter comido nada nos últimos dias e seus olhos estavam com bolsas escuras. As mãos de Amélia tremiam e ela não conseguia se mexer, e quase não conseguia respirar também. Era como se ela estivesse sentindo toda a dor de Megan. Amélia até tentou entrar na cabeça da garota, mas não havia nada lá. Era como um precipício escuro, sem vida e sem fim. Amélia tentou c
Dava para ouvir a luta toda de dentro do salão na ala Leste. Os três Guardiões que foram solicitados para guardar o corpo de Megan estavam sentados em um banco, sem nada para fazer. Um deles se levantou e andou de um lado para o outro por um bom tempo, outro se levantou e ficou perto da porta, para ouvir caso alguém se aproximasse e o terceiro foi para a janela, tentar ver um pouco da ação lá fora. Se pudessem, os três estariam lá fora lutando, como devia ser, mas eles não podiam deixar seus postos apenas para poderem se divertir matando alguns vampiros. Eles tinham que ficar ali com a garota morta. - Quanto tempo acham que isso vai demorar? – perguntou o que estava na janela, seu nome era Eliel e ele era Hunter Guardião há quase dez anos. Seus amigos, Gael e Noah, o olharam de onde estavam. - Da última vez durou mais de três horas – disse Noah, sentado ao lado da porta. - É, mas da última vez não era tantos vampiros assim – interveio Gael, an
Havia muitos corpos no chão, mas ainda não havia acabado. Horas haviam se passado e todos estavam cansados e feridos, mas os vampiros não davam trégua, mesmo muitos deles já estando mortos. Amélia já havia perdido sua espada há muito tempo no meio daquela tempestade e pilhas de corpos. Ela achou uma arma no chão que ainda estava cheia de balas e começou a atirar para todo lado, tentando não acertar nenhum Guardião ou instrutor sem querer. Ela quase caiu em cima de um lobisomem morto. O corpo ainda não havia voltado ao normal, mas não demoraria muito. Raios e trovões soavam acima de sua cabeça. Amélia matou o último vampiro e caiu de joelhos no chão, cansada. Connor estava com um corte feio no braço e se aproximou dela, achando que estava ferida. Os Guardiões e instrutores que conseguiam andar se aproximaram de Amélia para saber qual seria o próximo passo. Amélia respirou fundo e se assustou quando uma cabeça de vampiro veio voando e caiu aos seus pés.
※※※※ DEDICATÓRIA: ※※※※ Dedico este livro ao meu namorado Roberto, à minha mãe Rosângela e à minha irmã Stephani (Teti). Obrigada pelo apoio e por todo o entusiasmo para conhecer esta história. Espero que gostem. Quando minhas sobrinhas tiverem idade para ler este livro, espero que elas gostem também. ※※※※ AGRADECIMENTOS : ※※※※ Quero agradecer a minha mãe que, mesmo não me dando muito apoio no início, disse que se esse fosse o meu sonho, ela faria de tudo para me ajudar a realizá-lo. Te amo mãe. Obrigada por tudo o que a senhora fez por mim. Também quero agradecer ao meu namorado Roberto, que me deu o meu primeiro notebook para que eu pudesse escrever o livro ao invés de continuar escrevendo em um caderno escolar. Você foi quem mais me deu apoio e eu te amo muito por isso. Minha irmã Stephani (Teti) e meus amigos, Gustavo e Gabriela. Amo todos vocês. ※※※※ SIGNIFICADO DA CORUJA: ※※※
Cerca de mil anos atrás, o primeiro vampiro e o primeiro lobisomem surgiram. O vampiro se chamava Abaddon, o estripador. Ele era um assassino. Matou milhares de pessoas, inocentes ou não, apenas porque gostava de ver o sangue jorrar dos pescoços das suas vítimas. Como ele se transformou? Nem meu povo conseguiu descobrir. Mas a partir de seu sangue ele começou a criar outros vampiros. Os Vampiros Criados queimavam ao sol, portanto eles eram chamados de Filhos da Noite. Mas em um certo momento Abaddon, de alguma forma, engravidou uma humana. A pobre moça morreu durante o parto, mas seu filho nasceu com a força de Abaddon e se tornou o seu sucessor após sua morte, dando origem aos Vampiros Nascidos. Os Filhos do Dia. Já o lobisomem, um completo covarde chamado Baruch que, mesmo tendo a força do lobo na forma humana, ainda trabalhava para os humanos, sendo escravo deles como outro qualquer. Ninguém sabia seu sobrenome, ele ainda é desconhecido pelo meu povo. Nós