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1. Incertezas

Nunca tinha passado pela dor da perda, tudo bem que tinha apenas dez anos, mas mesmo assim, sendo o mundo um lugar tão conturbado como era, havia centenas de crianças da sua idade que já tinham presenciado a morte de perto, sentiu-se meio que traído inicialmente por não ter sido preparado pra esse tipo de coisa, mesmo na escola, tinha coleguinhas que já tinham perdido parentes e amigos, enquanto ele nem sequer tinha ideia do que acontecia aos mortos.

E agora estava totalmente confuso, seu pai jazia num caixão à sua frente, sua mãe em estado de choque não conseguia derramar uma lágrima sequer, os irmãos, todos menores, cada um com um parente diferente, ele era o mais velho, não sabia como mas de alguma forma ele precisaria ajudar sua família.

Mas como uma garoto de apenas dez anos poderia ajudar em algo? Sua mãe nunca tinha trabalhado, era sempre seu pai quem provia tudo em casa, felizmente a casa vivia cheia de parentes e amigos então não faltariam pessoas pra ajudar uma viúva com quatro filhos pequenos.

Na beira do caixão, a única coisa que podia ver era um vislumbre do rosto de seu pai, os cavaletes de aço que sustentavam o esquife eram altos pra sua idade. Até que um parente qualquer o levantou do chão, e fez com que ele beijasse a face gélida do morto.

O rosto duro e frio feito uma escultura de gelo de quem outrora fora tão carinhoso e alegre estava estático, as narinas entupidas de algodão e ao descer do colo do parente, correu pra longe do esquife, encolheu-se no canto da parede sem saber o que estava sentindo ao certo.

Os parentes todos acharam perfeitamente natural aquela reação do filho preferido, não conseguiam entender porém por que a esposa que se dizia tão apaixonada pelo marido não derramava uma lágrima sequer, parecia não sentir dor alguma. Mas ele conhecia muito bem sua mãe, sabia o quanto ela sofria a falta do esposo.

Nos primeiros dias estava sendo normal, era estranho por não estar em casa há mais de um mês, haviam lhe dado uma folga da escola, a mãe viajou pra casa do irmão com os dois irmãos menores, ele estava na casa do padrinho enquanto sua irmã estava na casa de uma tia, era doloroso ver sua família despedaçada daquele jeito.

Por que o pai não se cuidou? Por que permitiu que essa maldita doença o levasse embora do seio de sua amada família e abandonasse a ele e a seus irmãos espalhados em casa de parentes?

Tudo o que sabia era que seu pai comia tanta besteira pelas ruas na falta de tempo, trabalhando muito que isso acabou lhe contraindo diabetes, e agora essa mesma doença o levara embora, isso marcou sua vida para sempre, já não era um garoto fanático por doces e outras guloseimas do tipo, coisa de se estranhar para alguém de sua idade, e agora, sabendo que isso custara a vida de seu pai, acabou transformando-o numa criança de difíceis hábitos alimentares.

Duas semanas mais tarde voltou pra escola, estava atrasadíssimo, muita matéria pra colocar em dia, felizmente pode contar com a solidariedade de vários colegas de sala, muita gente queria até mesmo fazer suas tarefas, os professores davam-lhe folga, nos primeiros dias praticamente podia sair da sala quando quisesse, as vezes até nem precisava pedir, tinham pena dele, o pai era conhecido, uma pessoa de influência. Isso começou a perturbá-lo, não queria viver como um coitadinho a vida toda, queria apenas ser ele mesmo.

Foram precisos dois anos inteiros pra que sua família se reerguesse da perda do pai, agora, com doze anos, continuava vendo o mundo da mesma forma, injusto, malvado, perigoso, tanta gente maravilhosa misturada a tanta gente ruim, como distinguir o falso do verdadeiro? Como separar o impuro do sincero?

Eram questões que frequentemente ele espantava de sua mente, dizia de si pra si mesmo: “Haniel, é muito cedo ainda pra você pensar nessas coisas”.

Sua casa fora vendida, estava agora definitivamente morando com a mãe e sua irmã caçula na casa do tio em outro bairro, seus outros dois irmãos estavam em casas de outros tios, irmãos de seu pai.

Charles era o que mais lhe fazia falta, estava sempre com ele, tinha apenas sete anos quando o pai se fora, contava nove agora, mas só podia vê-lo aos fins de semana, por quer não podiam morar juntos? Por que tudo tinha que ser assim?

Estava acostumado a chegar da escola com todos, a mãe preparando o almoço, mandando-lhes tirar o uniforme da escola, fazer logo suas tarefas enquanto ela terminava os afazeres, depois da refeição em família que sempre era sem a presença do pai, podiam descansar ou brincar até mais tarde, quando a mãe designava pequenas tarefas pra cada um deles. Ela sempre dizia que desde cedo tinha que se aprender a ajudar em casa.

Agora chegava da aula e só via a mãe a noite, as vezes tinha almoço pronto, as vezes não tinha, ninguém mandava que ele tirasse o uniforme ou fizesse suas tarefas, coisa que ele fazia por conta própria, por que sabia que era o certo.

No começo tudo foi ótimo, era novidade ainda, o filhinho querido tinha perdido o pai, depois foram se acostumando e ele foi conhecendo quem realmente era sua família, o tio trabalhava como gerente em um supermercado, era uma pessoa maravilhosa, tinha adotado-o como filho, já a tia era indiferente, trabalhava todas as tardes como vendedora numa loja de roupas não muito distante de sua casa.

Tinha dois primos, Gustavo e Henrique, gêmeos, ambos inteligentíssimos, tinham catorze anos e estudavam em escola de tempo integral, só os via a noite também, a única refeição em família agora era o jantar e o almoço de Domingo, pelo menos o domingo era maravilhoso, seus irmãos passavam o dia com ele, sua mãe, seus primos, era um dia que ele passava a semana toda esperando.

Charles sempre estava diferente, sempre tinha novidades pra contar sua irmã também estava tão bonita, ela tinha cinco anos quando o pai se foi, contava sete agora, já estava no segundo ano na escola, ficava tão feliz ao vê-lo que sempre se emocionava, todos viam o quanto ela sentia a falta do irmão.

Essa agora seria sua vida, em poucos meses tinha se acostumado, a nova escola era um lugar fantástico, gente nova, pessoas novas, amigos novos só que o ensino era sempre mais difícil, tinha que estudar muito pra conseguir acompanhar o nível de seus novos colegas.

Com quinze anos mudou-se para a casa de outro tio, e consequentemente para uma nova escola, a vantagem é que teria sua irmã novamente.

Rapidamente fez amigos novos, em menos de duas semanas já tinha sua turma inseparável, que fazia da escola o lugar mais interessante do mundo, pra ele e pra cada um dos novos amigos, Douglas, Adriano, os irmãos Diego e Diogo, Ricardo, além das meninas que estavam juntas também, primeiro veio Andréia namorada de Douglas, depois Simone e Mariana.

Essa era sua turminha, tinham oficialmente criado um grupinho fechado no qual ninguém mais tinha a permissão de entrar, estavam divididos em três salas, mas todas as tarefas e trabalhos pra nota eram feitos em conjunto, ora na casa de um, ora na casa de outro.

Era raro o grupo vir a sua casa, já que sua tia não conseguia nem imaginar um grupo de dez crianças entre doze e quinze anos espalhados em sua sala de estar ou possivelmente fuçando em sua cozinha.

Os primos tinham inveja de sua turminha, queriam muito estudar em sua escola pra poder fazer parte, ele nem se incomodaria, seria ótimo tê-los por perto, porém estudavam em uma escola técnica, seus tios não permitiriam sua transferência de jeito nenhum.

Estudava em uma escola pública, a mãe agora trabalhava como diretora de uma escola particular em outro bairro, e o que ele ganhava não daria pra pagar uma escola técnica pra ele além de todas as despesas que os filhos lhe davam.

Ela também não queria que ele pensasse em trabalhar antes de pelo menos terminar o ensino médio, por isso se sacrificava todos os dias, para que o irmão ou a cunhada não reclamassem dos sobrinhos, pedia-lhes pelo amor de qualquer coisa que eles se comportassem, que ele cuidasse de sua irmã quando necessário.

A cunhada tinha um jeito extravagante de ser, não tolerava peraltice de outras crianças além das suas, tinha um apego quase que exagerado por sua cozinha, suas panelas e seus pertences, além da garota que vinha duas vezes por semana pra limpar a casa, só ele podia ficar na cozinha, desde que estivesse sozinho logicamente, havia conquistado esse privilégio depois de ajudar em várias coisas em casa.

Haniel tinha essa mágica, não sabia bem o porquê, mas era fácil gostar dele, tinha um temperamento tranquilo, moderado, não era de risos altos nem de piadas escandalosas, brincadeiras extravagantes ou nada que chamasse a atenção, na verdade era assim, odiava chamar a atenção.

Também tinha um senso de proteção quase que exagerado, três vezes na escola recebeu castigo em nome dos colegas para que estes não se vissem em apuros. Tinha pena do espírito irrequieto deles.

Em contra partida, os colegas já evitavam qualquer brincadeira que o colocasse em situação difícil, já que era sempre ele que iria de castigo, seu senso de proteção aos colegas era inigualável.

Poucas semanas depois de iniciadas as aulas, uma escola próxima decidiu que era hora de fazer uma reforma, haviam tido o longo período de férias e nada fizeram, quando iniciaram as aulas iniciaram a reforma muito a contra gosto de centenas de pais e mães de alunos o que obrigou o prédio a fechar e os alunos serem transferidos para escolas próximas.

Sua sala normalmente tinha 33 alunos se não faltasse ninguém, agora o número tinha saltado para 53, a escola toda estava abarrotada de alunos, sua escola era a mais próxima da escola em reformas, consequentemente, esta recebeu a maior parte dos alunos transferidos.

Era empolgante ver os novos rostos, tanto em sua sala quanto nas outras, os corredores estavam repletos, seu famoso grupinho de amigos demorou dias pra se reunir novamente, todos estavam mais preocupados fazer novos amigos.

O tempo todo via seus amigos conversando com gente nova, principalmente as meninas, Andréia, Simone e Mariana eram as únicas que não se desgrudavam e ainda mais agora que pareciam estar formando seu próprio grupinho.

Quatro outras garotas novas andavam com elas para todos os lados, uma branquinha de óculos e cabelos lisos, outra gordinha de cabelo cacheado, morena clara, uma japonesinha baixinha que estava o tempo todo falando, tagarelava sobre qualquer coisa e uma morena clara, magrinha e de cabelos ondulados.

A primeira era diferente, não conseguia parar de olhar pra ela, pela clara devia ser nova ainda, talvez tivesse doze ou treze anos, tinha algo em seu rosto que o perturbava profundamente.

Sempre que Andréia e seu grupinho passava por ele, não podia deixar de olhar a garota de óculos, precisava descobrir alguma coisa dela, pelo menos seu nome, mas como se elas jamais se desgrudavam?

Nunca tinha se interessado por garotas, quer dizer, não até aquele momento, era normal da idade, junto com o interesse veio também a timidez, como chegar até uma delas se mal podia se mexer?

O jeito era esperar a aula terminar e falar com uma delas, Andréia era a mais indicada, já que era vista pelas outras como uma espécie de líder e também fazia parte de sua limitada lista de amigos.

A aula terminou rápido naquele dia, o último tempo de história voou com uma velocidade impressionante, num instante estava no corredor olhando Andréia e sua turma, bem como a misteriosa garota de óculos e rosto iluminado que o tempo todo olhava pra ele também, o que o deixava desconcertado, no outro já podia ouvir o barulho de cinco mil estudantes saindo todos ao mesmo tempo pelos portões da escola.

Correu pra casa já com certeza do que faria, na hora da saída era praticamente impossível falar com alguém, depois do almoço porém, seria mais fácil pegar o telefone e ligar pra Andréia, sua tia passava todas as tardes fora, ele sempre ficava sozinho, além do que não iria demorar nada, só precisava saber o nome dela.

Tão logo teve oportunidade, pegou o telefone e ligou pra Andréia, por sorte ela mesma atendeu, o que facilitou as coisas:

            Como vai você, moça?

Que bom que você ligou, eu estava com saudades, ultimamente a gente quase não tem se falado mais na escola.

Verdade, também com esse tanto de gente nova fica meio difícil.

Fica mesmo, nossa turma quase não se reúne mais pra conversar.

Eu queria perguntar uma coisa pra você.

Muito bem, qual delas?

Como assim?

Ora essa, qual delas você quer conhecer?

Como sabe disso?

– Ora Hanny, até parece que eu não vi você olhando pra gente o tempo todo, qual delas você quer conhecer?

A de óculos, como se chama?

Ah sei, o nome dela é Eduarda, ela vivia me perguntando por que é que você olhava tanto pra ela.

Ela é muito linda, tem um rostinho de princesa.

Ela também te achou bonito, sabia?

Não acredito, Andréia, não acredito.

É sério Hanny, ela achou que você tem rosto de anjo, te achou um gatinho.

Ei Andréia, apresenta ela pra mim, vai?

Eu perguntei se ela queria, mas ela disse que apesar de te achar um gatinho, não está interessada em arranjar namorado agora, ela se acha muito nova pra isso.

Quantos anos ela tem?

Catorze.

Nem tão novinha assim, é mais ou menos da nossa idade.

Talvez, mas mesmo assim ela que não vê problema algum em ser sua amiga.

Não sei se eu conseguiria ser amigo de uma garota tão linda.

Ela quer ser sua amiga, Hanny.

Ok, acho que esse deve ser o primeiro passo então, não posso esperar pedi-la em casamento no primeiro dia que a conheço.

Com certeza meu querido, além do que você vai ter eu, a Mari e a Si, no pé dela, incentivando o tempo todo.

Pega leve, Dé, ela pode não gostar da ideia, vem cá, a Si e a Mari perceberam que eu ‘tava olhando pra ela?

Hanny, deixa de ser ingênuo, quem é que não percebeu? Você deu mó bandeira, olhava o tempo todo.

Puxa vida, acho que fiz uma tremenda besteira.

Claro que não, nem tanto assim, te acalma.

Então quando você falar com ela amanhã, diz que eu aceito ser amigo dela.

Ah, não esquenta não, deixa comigo.

Naquela noite demorou pegar no sono, pensava o tempo todo naquele rostinho claro, de óculos, cabelo liso ondulado, castanho escuro, olhos negros, baixinha.

Será que era isso o que chamavam de se apaixonar? Era você pensar o tempo todo em alguém? Contar as horas pra ir logo pra escola? Como seria falar com ela?

Já ficava nervoso só de pensar nesse momento. Tinha inveja de seus amigos, Douglas era namorado de Andréia e Ricardo já tinha beijado três garotas diferentes, enquanto ele nunca tinha chegado perto de uma.

Pensou tanto nela antes de dormir, que acabou sonhando, sonhou que estavam num bosque, com muitas árvores, arbustos e muitas flores, Eduarda usava um vestido azul claro, maravilhosamente brilhante, sentada num banco embaixo de uma árvore frondosa.

Estava de sandálias baixas, de cor amarelo claro, quase um creme brilhante, combinava com o cinto de pedras brilhantes e um chapéu de tricô da mesma cor, o rosto brilhava, emanava uma pureza sem igual, seu sorriso e seus olhos escuros brilhavam como nunca vira em ninguém na vida.

Ela brincava despreocupadamente com um pequeno ramalhete de flores pequenas e brancas.

Ele também estava diferente, por algum motivo estranho, ele estava bem mais alto, os ombros largos, estava todo vestido de branco, sua pele emanava um fulgor que nunca tinha visto.

Embora não houvesse espelho algum podia sentir que sua fisionomia também estava diferente, é como se já fosse adulto, ela também era mais velha, como se já fosse adulta também.

Quando ele se aproximou ela cantava uma canção infantil, uma cantiga de rodas, parou de imediato quando pressentiu sua presença, ele, ao ver também que ela o notara, estacou de repente, tentando premeditar sua reação.

Ela levantou os olhos calmamente, o encarou estático à sua frente, a princípio manteve-se séria, depois sorriu, então ele sentiu-se confiante para se aproximar, encostou-se ao tronco de uma árvore e limitou-se a contemplá-la, ela manteve-se em silêncio até que ele dissesse algo:

Como chegou aqui?

Não sei, estava seguindo uma trilha de formigas aos fundos de minha casa e depois achei o bosque, é o lugar mais lindo que já vi na vida.

Chama-se Bosque da Paz.

Não poderia ter um nome melhor, são as árvores mais lindas que já vi, os animais aqui parecem não ter medo da gente, a água do riacho é tão cristalina, não sei como nunca vi esse lugar antes.

É que na verdade o Bosque da Paz, não está o tempo todo aqui, ele só aparece quando estamos num momento de Paz, quando precisamos de contato íntimo com nosso Criador e com a natureza, então as formigas nos mostram o caminho.

Como você sabe disso, Haniel?

Ele demorou responder, era a primeira vez que ela falava seu nome, o som de seu nome pronunciado pelos lábios de seda de uma criatura tão bela, tinha outro significado, então era isso o que os humanos chamavam de amor?

E por que pensava ele assim? Não era ele também humano? Não existia também o amor entre os seres celestiais?

Preferiu não se ater a dúvidas, a pergunta de sua amada carecia de mais urgência na resposta.

Não sei como te dizer, só sei que sei.

Mas e se eu quiser vir aqui novamente?

É preciso que você esteja sem preocupação alguma, num estado de extrema paz com tudo e com todos, procure pelas formigas aos fundos do quintal de sua casa, e elas te trarão aqui.

Dá até vontade de nunca mais sair desse lugar.

É verdade.

Quem plantou esse bosque?

Um dia você saberá, agora é preciso voltar.

É verdade, minha mãe deve estar precisando de mim. — Levantou-se e caminhou tranquilamente entre as pedras do caminho, ao passar por ele, exalava um perfume inigualável, um aroma de flores que lembrava o próprio paraíso ou as cortes celestiais.

Eduarda!

Sim, Hanny?

Você está maravilhosamente linda.

Ela apenas sorriu antes de responder:

Você também, parece um anjo!

Ele ficou apenas olhando quando mais ao longe ela tornou a se virar, chamando-o pela última vez:

Haniel?

Sim?

Vamos nos ver outra vez?

Claro que sim.

Aqui neste bosque?

Com certeza.

Então tchau.

Virou-se e desapareceu, deixando-o inebriado com seu aroma de flores e sua simplicidade infantil.

Ao ver que ela sumira, olhou no banco, e ela não mais estava lá, apenas suas flores brancas haviam ficado para trás.

Sentou-se ao lado delas, tomou-as, cheirou o mesmo perfume de Eduarda, encostou as costas no tronco da árvore ao lado, mantendo as flores próximas ao nariz, fechou os olhos e aspirou fundo.

Queria registrar em suas lembranças cada partícula daquele perfume, de repente abriu os olhos novamente e era simplesmente ele mesmo, deitado em sua cama, com seus quinze anos e atrasado para a escola.

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