Eduarda morava com os pais e mais duas irmãs, sendo Jessica a mais velha, com dezesseis anos, seguida por Eduarda de catorze anos e por último Melissa de dez, o pai era contador, trabalhava duro num escritório a alguns quilômetros longe de sua casa, a mãe ficava em casa pela manhã ajudando todos os filhos a irem a escola, preparando o almoço e cuidando da casa e a tarde ela própria também tinha seu trabalho como secretária de um importante empresário dono de uma seguradora.
Sua vida era absolutamente tranquila até ser transferida para uma escola mais longe, com muita gente desconhecida, sem amigos e sem ninguém teria de começar tudo de novo, do zero.
Eduarda não era muito fã de fazer novas amizades, não era a primeira a iniciar uma conversa e preferia mais ficar em seu próprio canto, até que as pessoas a sua volta a notassem, decidissem di
O sono fora longo, não se lembrava de nada das últimas cenas, apenas do desespero que lhe apertava a alma, não tinha nem ideia de quanto tempo havia passado desde que “saíra do ar” agora tudo o que via ao seu redor era paz e tranquilidade.Acordou num gramado verdíssimo, com algumas árvores distantes enfeitando a orla daquela clareira com sua altura imponente, flores perfumadas em arbustos pequeninos, pássaros alegres a cantar bem a sua volta, celebrando sua presença. Levantou-se feliz por saber exatamente onde estava.Correu pelo gramado até debaixo das árvores, caminhar pelo Bosque da Paz fazia com que se esquecesse completamente da vida fora deste, não se lembrava de problemas nem de tristezas, tudo o mais parecia como um sonho distante.Sentou-se à beira do riacho, tirou suas sandálias e colocou os pés na água fria e refrescante, enquanto os p
Ao chegarem na casa de Andreia, logo no portão notaram que havia algo de estranho no ar, a casa estava cheia de parentes e amigos e assim que foram avistadas alguém se encarregou de leva-las para um lugar reservado dentro da casa. Porém, ninguém lhes dizia nada do que estava acontecendo.A mãe de Andreia tentou ser o mais natural que pôde, para que nenhuma das duas desconfiasse de nada, mas de tanto que as duas perguntavam, que o momento crucial acabou chegando em menos de meia hora de sua chegada:– Meninas – começou a mãe de Andréia – há algumas horas aquele amigo de vocês duas veio aqui em casa.– Quem, mãe?– Aquele garoto magrinho que vem sempre aqui em casa, Samuel, Daniel, sei lá, eu esqueço o nome dele.– O Haniel?– Isso Duda, esse mesmo, ele veio com o tio dele, de carro e mais um amigo, um rapaz
Eduarda correu de volta pra casa, largou as bolsas onde estavam, no portão de Andreia, tomou de volta o primeiro táxi junto com Jhessy e chegou na casa onde morou com seus pais minutos depois.Destrancou o portão com a chave, entrou em casa, foi direto pro seu antigo quarto, jogou-se na cama e chorou.Jhessy não disse absolutamente nada, durante a viagem de táxi, abraçou a irmã e as duas voltaram em silêncio pra casa, Eduarda estava simplesmente séria, ao deitar na cama porém desabou em lágrimas.– Minha vida acabou, Jhessy, perdi meus pais, perdi minha escola, perdi o Hanny, eu perdi tudo.– Você vai vencer, Duda, tenho certeza, as vezes a gente tem que passar por muita coisa ruim pra poder entender o certo.– Por que a Andreia, eu sempre confiei nela, Jhessy, por que ela tinha que fazer isso comigo, por que?– A gente ainda não
Chegou o momento decisivo, Haniel chegou frustrado da casa de Eduarda, não conseguiu sua última chance de se despedir.A grande verdade é que após o incêndio na escola a hora exata do combate fora marcada, pois este fora um ataque direto à escolhida,Os arcanjos se mobilizaram, a arena fora preparada, Uriel tinha lhe concedido um único minuto junto a Eduarda, uma rápida despedida e em sua incompreensão, esta preferiu não vê-lo.Voltou para o palácio dos anjos, centenas de milhares o esperavam, anjos se reuniam ante o trono do Criador, O Príncipe estava presente e terminava de dar as últimas ordens aos Sete Arcanjos, o exército do céu se preparava para a guerra, todos os guerreiros se vestiam com suas armaduras, era o momento final, todo o céu aguardava por esse instante desde o início do plano.As hostes foram organizadas por companh
As três humanas sentadas no sofá da sala estavam silenciosas, aturdidas e sem saber o que pensar, a tristeza pela morte de Haniel era como uma faca furando o peito, Jessica o conhecera a bem pouco tempo, mas estava triste pela irmã e pela amiga.Haniel vencera o combate, derrotou Abbadon e acabou com sua vida, no entanto seu corpo humano não resistiu aos ferimentos.– Se a gente observar bem, eles nunca prometeram que o Haniel sairia vivo dessa, né? Eles prometeram que ele venceria e ele venceu. – Andréia disse sentando-se em uma das poltronas da sala.– Nada disso me interessa Dé, eu queria ele aqui comigo! – Reclamou Eduarda deitando-se no sofá maior a se agarrando a uma almofada.Jessica também não dizia nada, sentou-se em outra poltrona da sala e continuava silenciosa.Era muita coisa a ser digerida em tão pouco tempo, nasceram e cresceram sendo
A brisa soprava tranquila os cabelos de Eduarda, o sol estava fraco, porém aquecia da mesma forma, às suas costas estava sua casa, à sua frente o Bosque, era exatamente naquele local, ao lado da carreira de formigas a seus pés que se despediram pela primeira vez, seria essa a última despedida? Por que aquele ar de mistério a acompanhava?Usava o mesmo vestido azul em tons de vermelho que sempre usara, o mesmo chapéu de tricô, o mesmo sentimento de ansiedade pelos braço de Haniel que sempre a acompanhara nesse bosque.Caminhou bosque adentro devagar, prestando atenção em cada detalhe, sempre familiar, em pouco tempo chegou ao riacho, porém antes que se sentasse, um galho quebrou-se no chão atrás dela, o coração quase lhe saiu pela boca, era seu amado, tinha que ser, mas quando voltou-se, foi num misto de alegria e decepção que encontrou outra pess
O mundo como conhecemos, o universo, os planetas e as estrelas, galáxias e constelações foram criados pelo Príncipe, alguns mundos ele delegou sua criação à outros seres de altíssima confiança, pois assim como os humanos, os seres celestiais também possuem livre arbítrio, no caso destes, a pureza de suas escolhas é dotada de grande beleza, e foi assim que nasceram diversos mundos.A Terra, o mundo original como conhecemos e onde vivemos criada diretamente pelas mãos do Príncipe, tem servido de molde para os seres celestiais criarem suas infindas variações, diferenciando apenas em detalhes da mesma, Adora, Ara, Akbah, Zanin, Turionh, Bahatmaah e Nairob são apenas algumas dessas variações.Esses seres celestiais foram cuidadosamente escolhidos pelo príncipe, dada sua
Nunca tinha passado pela dor da perda, tudo bem que tinha apenas dez anos, mas mesmo assim, sendo o mundo um lugar tão conturbado como era, havia centenas de crianças da sua idade que já tinham presenciado a morte de perto, sentiu-se meio que traído inicialmente por não ter sido preparado pra esse tipo de coisa, mesmo na escola, tinha coleguinhas que já tinham perdido parentes e amigos, enquanto ele nem sequer tinha ideia do que acontecia aos mortos.E agora estava totalmente confuso, seu pai jazia num caixão à sua frente, sua mãe em estado de choque não conseguia derramar uma lágrima sequer, os irmãos, todos menores, cada um com um parente diferente, ele era o mais velho, não sabia como mas de alguma forma ele precisaria ajudar sua família.Mas como uma garoto de apenas dez anos poderia ajudar em algo? Sua mãe nunca tinha trabalhado, era sempre seu pai quem provia