Acordou no mesmo horário de sempre, pontualmente às seis horas da manhã, quarenta minutos depois estava na calçada, esperando a van que a levaria para a escola, tão logo a van encostou, antes de subir descobriu que tinha esquecido sua chave de casa.
Naquele dia, quando voltasse da escola todos estariam fora, era preciso levar caso não quisesse ficar esperando do lado de fora até o meio da tarde, deixou a van esperando e correu ao seu quarto, era sempre no mesmo lugar que a chave ficava, na mesinha de cabeceira da cama.
Mas naquele dia, tinha algo mais além da chave, algo que ela nunca imaginou que fosse encontrar, um cartão, mais ou menos do tamanho de um cartão de crédito, feito de ouro maciço.
Não podia acreditar no que seus olho viam, era como se o tempo tivesse parado, até ali.
Tudo o que sonhara naquela noite podia muito bem ser apenas mais um daqueles s
Eduarda acordou na enfermaria com o rosto vermelho e dolorido, embora tivesse uma vaga ideia, nem ela sabia ao certo o que a atingira.Abriu os olhos e não havia mais ninguém por perto, apenas Andreia sentada numa cadeira sorriu para ela quando viu a amiga despertando.– Olá Bela Adormecida!– O que aconteceu?– Você ganhou uma bolada.– Cadê meu óculos?– Infelizmente já era, a bola fez ele em pedacinhos.– Droga, meus pais vão me matar!– Nem tanto assim, eu tava com o Hanny enquanto a enfermeira da escola te atendia, ele deu um jeitinho – entregou-lhe os óculos que estavam na cabeceira da maca onde ela estava deitada.– Então ele pode concertar meu óculos e não pode evitar que aquela droga de bola me acertasse? – Respondeu indignada, sentando-se na maca e colocando o ócul
Mesmo após os anjos desaparecerem, as duas continuaram ainda abraçadas em silêncio durante um tempo, até que afastaram-se devagar, mas ainda assustadas, sem dizer nada uma à outra.Andreia levantou-se foi ao banheiro que ficava em seu quarto, Eduarda sentou-se na mesma cadeira de sempre, junto a mesinha de estudos de Andreia.Ao sair do banheiro Andreia foi à cozinha deixando Eduarda ainda pensativa sentada na cadeira em frente ao computador, sozinha, apertando as juntas dos dedos, cabeça baixa, quando Andreia trouxe-lhe um copo com água da cozinha, e sentou-se no canto da cama, em frente a Eduarda, que tomou alguns goles e colocou o copo pela metade na mesa, após mais alguns segundos calada, falou olhando para os próprios pés:– Fico me perguntando se algum dia vou me acostumar com isso tudo, Dé – só então olhou pra amiga, esperando a resposta.&n
Nunca fora mais longe do que até o pomar ou o riacho no centro do Bosque da Paz, porém desta vez esperou incansavelmente sentada à beira do mesmo riacho que decidiu andar um pouco, passou pelo pomar, apanhou uma das frutas gigantes e maravilhosas, continuou lentamente observando tudo ao seu redor.Um esquilo que subiu numa árvore próxima, maior do que um gato doméstico, um pássaro colorido pousou próximo a sua cabeça, parecia não ter medo algum, levantou sua mão direita e o pássaro pousou nela, e ficou olhando-a com interesse, era lindo, grande, maior do que um pombo, todo colorido, seu nome fugia-lhe à memória mas de repente lembrou-se, chamava-se Saíra-Sete-Cores, espantou-se, pois lembrou da professora falando sobre as maravilhosas cores deste pássaro e ele não era maior do que um canário, esse no entanto era quase do tamanho de um papagaio.
Ao entrar em casa, Andréia foi direto pro quarto, encontrou a cama vazia e um bilhete sobre a mesinha do computador: ”obrigado por tudo minha amiguinha do coração, você sabe o quanto é especial pra mim, se precisar de algo, me ligue, bjs, DUDA” sorriu para o bilhete, finalmente Eduarda estava melhor.E ela pior.Decidiu que seria melhor tomar um banho e esquecer tudo, tinha tarefas pra fazer, talvez conseguisse se concentrar nos livros e esquecesse um pouco a briga com Douglas, sentou na cama e deparou-se com a horrível sensação de ter se esquecido de algo, porém não tinha ideia do que fosse.Levantou-se e apalpou todos os seus bolsos, visto que não tinha levado bolsa, não encontrou nada que pudesse lembra-la do que estaria faltando, sentou-se na ponta da cama, de frente com a mesinha do computador, onde encontrou o bilhete de Eduarda, olhou para o bilhete, de repente
Depois que o carro se fora, Andréia não viu mais nada, numa incrível fração de segundos estava no quintal de sua casa, ainda tremendo. Não viu quando seu próprio guardião, irmão de Haniel a trouxe de volta pra casa.Haniel havia sumido, mas no instante em que seu irmão a deitou em sua cama no quarto, ela ouviu claramente a voz em seu ouvido: “Durma Andréia, Haniel precisa falar com você no Bosque”.Havia um senso de urgência no ar, estava claro que com a chegada do homem de terno alguma coisa tinha mudado, talvez não houvesse necessariamente mudado, mas sim adiantado alguma coisa. Nunca antes ouvira a voz de seu anjo, muito menos pensou em vê-lo algum dia, mesmo assim em poucas horas não só tinha o visto como já ouvira sua voz duas vezes e em uma delas ele tocara seu ombro!Estava inquieta, não conseguia dormir, rolava de
Ela andava tranquila pelo gramado da praça, estava mais verde do que o normal, brilhava molhado pela chuva leve que caíra durante a noite toda, agora o sol leve começava a despontar na linha do horizonte.Era o cenário perfeito para um passeio, estranhamente não se lembrava nada de como fora sua noite, apenas do momento, a praça era conhecida, ficava no centro da cidade, era grande, com tanques de areia e crianças brincando, mesas de cimento e velhos jogando xadrez, arbustos floridos e senhoras passeando com seus bebês, e ela passeando pelos corredores de cimento da praça, brincando com os arbustos que ladeavam todos os corredores.Sentou-se num dos bancos de pedra à beira do passeio observando os pássaros cantando nos arbustos próximos, o sol parecia esquentar pouco a pouco, já não era mais tão leve, afinal as horas passavam e passavam numa velocidade espantosa, poi
Eduarda morava com os pais e mais duas irmãs, sendo Jessica a mais velha, com dezesseis anos, seguida por Eduarda de catorze anos e por último Melissa de dez, o pai era contador, trabalhava duro num escritório a alguns quilômetros longe de sua casa, a mãe ficava em casa pela manhã ajudando todos os filhos a irem a escola, preparando o almoço e cuidando da casa e a tarde ela própria também tinha seu trabalho como secretária de um importante empresário dono de uma seguradora.Sua vida era absolutamente tranquila até ser transferida para uma escola mais longe, com muita gente desconhecida, sem amigos e sem ninguém teria de começar tudo de novo, do zero.Eduarda não era muito fã de fazer novas amizades, não era a primeira a iniciar uma conversa e preferia mais ficar em seu próprio canto, até que as pessoas a sua volta a notassem, decidissem di
O sono fora longo, não se lembrava de nada das últimas cenas, apenas do desespero que lhe apertava a alma, não tinha nem ideia de quanto tempo havia passado desde que “saíra do ar” agora tudo o que via ao seu redor era paz e tranquilidade.Acordou num gramado verdíssimo, com algumas árvores distantes enfeitando a orla daquela clareira com sua altura imponente, flores perfumadas em arbustos pequeninos, pássaros alegres a cantar bem a sua volta, celebrando sua presença. Levantou-se feliz por saber exatamente onde estava.Correu pelo gramado até debaixo das árvores, caminhar pelo Bosque da Paz fazia com que se esquecesse completamente da vida fora deste, não se lembrava de problemas nem de tristezas, tudo o mais parecia como um sonho distante.Sentou-se à beira do riacho, tirou suas sandálias e colocou os pés na água fria e refrescante, enquanto os p