— Eu vou fazer uma música para você. Vou sim. — A voz dele estava diferente. Abri meus olhos, ainda me sentia exausta do parto, mas o sono tinha me dado algum descanso. — Apenas me dê um tempo e terei uma música para você, carinha. Assim como fiz para a mamãe.
Rob embalava Thomas em seus braços enquanto conversava. O pacotinho branco nem se mexia, mas sabia que ele estava acordado. Provavelmente caindo no feitiço da voz do seu pai. Se apaixonando por ele.Bem, era mútuo, eu tinha certeza de que Robert estava apaixonado pelo filho também.Levantando sua cabeça, Rob me olhou e sorriu quando me viu acordada.— A mamãe está acordada, carinha. Vamos lá dar um pouco do nosso amor para ela.— Ele deve estar com— Temos uma última canção para vocês e, depois disso, eu preciso levar minha linda esposa e meu garoto para casa — Rob informou para a multidão, que foi ao delírio quando eu e Thomas fomos mencionados. — Procurei escrever uma música para o meu filho quando ele nasceu, mas, por algum motivo, a emoção surtiu efeito contrário, e eu travei. — Ele começou a contar a história que eu já conhecia há três anos. — Fiquei frustrado por não conseguir homenagear o meu menininho.Rob olhou em minha direção, sentada no backstage, escondida com um Thomas completamente desmaiado em meus braços. Seus plugs abafadores de som estavam conectados em suas pequenas e perfeitas orelhinhas, o cabelo desgrenhado cor de areia, exatamente como os do pai, estavam grandes e cobriam seus olhos. Ele não quer
“Então você veioE éramos puro desejoQuando você foiTudo virou desesperoEntão simAcho que te amoMais do que tudoNão posso segurar Está além de mim”Rob Taylor Vocalista da Golden WildExistem pontos em nossas vidas, momentos, em que nós finalmente acordamos para a realidade.Infelizmente, na maioria dos casos, os momentos que nos fazem acordar são aqueles que, junto ao aprendizado, nos trazem a dor. Algumas dores são maiores do que as outras, é claro, mas cada um de nós lida e chora como se a nossa fosse a maior do mundo. O mesmo serve para nossos desejos e projetos. Sempre os nossos em primeiro. Não podemos evitar. Somos seres humanos, afinal de c
— Você pirou de vez! — minha mãe gritou, provavelmente percebendo o monstro que havia criado. Respirei fundo e tentei recuperar uma paciência, que, como uma boa garota imatura, eu não tinha. — Está completamente desequilibrada! Desequilibrada? Não. Delirante, com certeza. — A passagem foi comprada, mamãe. Eu vou, e não há nada que você possa fazer sobre isso. Não entendo o porquê de tanto escândalo, é apenas uma viagem — justifiquei entediada, não querendo dar ouvidos ao que ela me dizia. — Justamente o fato de você não entender o motivo do meu protesto prova o meu ponto! Deus! — disse, alterada. Um longo período de silêncio passou antes que ela voltasse a falar. — Marla. Filha... — Seu tom de voz mudou, e eu soube que ela tentaria uma abordagem diferente. Revirei meus olhos para ela. Minha mãe não era condescendente. Tirania era mais o seu lance. — Quando você acordará para a realidade? Já não está adulta demais para isso? Pelo amor de D
Descobri da pior forma possível que eu deveria ter chamado uma amiga para embarcar comigo. Mas quem arcaria com o valor absurdo? Tudo bem, então, sejamos sinceros: eu tinha algum amigo para me acompanhar? Minhas colegas da universidade não tinham exatamente simpatia por mim, e eu havia jogado fora minhas amizades de quando era mais nova para me adequar a minha mãe. Então novamente o sentimento de que estava lá pelos motivos errados me bateu. Quando cheguei ao restaurante, maravilhoso por sinal, a hostess me perguntou se eu queria mesa para duas pessoas, e isso foi o mesmo que levar uma porrada na cara, afinal, quem iria a um cruzeiro sozinho? Sem um namorado, amigo ou família? Aparentemente eu. Calmamente respondi que estaria sozinha, e a simpática atendente não me mostrou qualquer reação à minha resposta, então solicitei que fosse no deque de fora e ela prontamente indicou o caminho para que eu a seguisse. O som forte das ondas batendo con
Ao chegar a minha cabine, liguei meu notebook. Como estava sozinha, sem alguém para conversar, sem Cameron para me ouvir surtar sobre o que estava acontecendo, resolvi criar uma conta e começar um blog. Por que não? Eu poderia escrever meus dias no cruzeiro e publicar. Não! Péssima ideia. Expor a vida de Rob seria um tiro no pé. Mas precisava desabafar, contar o que estava acontecendo comigo, mesmo que ninguém fosse realmente ouvir ou ler. Comecei a digitar em um arquivo em branco. O que eu diria, porém? Escreveria sobre a fraude que me tornei? Como era errado o que estava fazendo, mas o desejo e a teimosia não me deixavam parar? Então pensei em escrever sobre Rob. O que ele estaria fazendo naquele momento? ♫♪♫ Eu não consegui fechar os olhos durante a noite. Pela manhã, me sentia uma merda de tão cansada, mas não poderia dormir, tinha que circular pelo n
Tudo bem, é louvável e lindo que ele tenha respeitado o meu não como resposta, mas, poxa! Eu não estou conseguindo êxito em nada aqui. Pensei nessas coisas, levianamente, enquanto caminhava pelo navio. Argh! Andei até minha cabine, tentando controlar o grito de raiva preso em minha garganta. Sou mesmo muito estúpida. Eu sou obrigada a concordar com esse pensamento antigo. Pena que aquela Marla pensava que era estúpida pelos motivos errados. Passava um pouco das nove horas, e eu não apareceria antes da meia-noite. Isso dava tempo suficiente para ele aparecer e esperar por mim, o que era pouco provável, por um bom tempo. Aproveitei as horas que faltavam para desenhar alguns detalhes na minha tela. Era a primeira vez que eu desenhava daquele jeito, tão cru e sincero. Pensei em apagar mais de uma vez, mas não tinha coragem, estava de fato ficando muito, muito bom. Por volta d
Provar os lábios daquele homem fez com que eu realmente me apaixonasse. Não era o amor platônico que eu sentia pelo astro do rock, como uma menina boba. Era o real sentimento de quando beijamos uma pessoa, um homem normal, de carne e osso, sem toda a magia da música e da fama em cima dela. Robert tomou meu coração de forma verdadeira. O que eu sentira a partir daquele momento era genuíno. Senti-o gemer quando descaradamente lacei seu quadril com as minhas pernas. Era para a água da piscina estar fria, contudo, me sentia totalmente quente. Ele me beijava com tamanho fogo, tamanho querer, que rezei e até pensei em estalar os dedos para que o tempo parasse naquele exato momento, o que, para minha decepção, não aconteceu. Nosso beijo se prolongou por mais alguns minutos, e, enquanto eu mordia o seu lábio inferior, ele apertava a minha bunda com força. Parecia que algo havia explodido dentro dele. Será que ele também sentia que aquele era o melhor beij
Um dia. Um maldito dia inteiro se passou, e eu tive que me manter trancada no quarto para que ninguém visse meu rosto inchado. Maldito corticoide! Maldita amêndoa. Maldito carma! Sim! Foi um filho de uma puta de um carma! Não querendo destruir minha tela com o meu mau humor, descartei a possibilidade de pintar naquele dia. Entediada, resolvi escrever mais. Escrevi sobre os meus conflitos, pensamentos e sentimentos por Robert, e assisti alguns filmes, ainda tentando me distrair. Mas meus pensamentos não paravam. Robert não saía de minha mente. Sarah Lee me ligou perguntando o que havia acontecido, e eu menti, disse que precisava de um tempo para criar e que em breve eu sairia da toca. Fugi o quanto pude para que ninguém fosse me procurar e ver a minha familiaridade com Sloth, de Os Goonies. Rob não me ligou, mas mandou um oi por Sarah. Enquanto ela falava comigo do ramal da piscina, os outros m