Um dia. Um maldito dia inteiro se passou, e eu tive que me manter trancada no quarto para que ninguém visse meu rosto inchado. Maldito corticoide!
Maldita amêndoa.
Maldito carma! Sim! Foi um filho de uma puta de um carma!
Não querendo destruir minha tela com o meu mau humor, descartei a possibilidade de pintar naquele dia. Entediada, resolvi escrever mais. Escrevi sobre os meus conflitos, pensamentos e sentimentos por Robert, e assisti alguns filmes, ainda tentando me distrair. Mas meus pensamentos não paravam. Robert não saía de minha mente.
Sarah Lee me ligou perguntando o que havia acontecido, e eu menti, disse que precisava de um tempo para criar e que em breve eu sairia da toca. Fugi o quanto pude para que ninguém fosse me procurar e ver a minha familiaridade com Sloth, de Os Goonies.
Rob não me ligou, mas mandou um oi por Sarah. Enquanto ela falava comigo do ramal da piscina, os outros m
Faltavam seis horas, quarenta e três minutos e oito segundos para abrir a porta da minha cabine e dar de cara com Robert. Não o rockstar, não o homem mais sexy do mundo eleito por dois anos consecutivos pelas revistas. Não o vocalista da Golden Wild. Apenas Robert. O intenso, atencioso e resmungão Robert Taylor. O Rob de carne e osso, como Lance havia mencionado. Aquela noite merecia algo especial, então fui até o deque sete do navio para algumas comprinhas no shopping. Os sapatos já estavam definidos, eu queria algo para combinar com eles e impressionar Rob. Aquele par de ankle boots era a prova de que eu simplesmente não sabia nada sobre ele. Minha imaturidade não me permitia entender que eu poderia ser a Marla que gostava de rock, bebia cerveja direto do gargalo, se preocupava com alguém além dela mesma e usava Converse e, ao mesmo tempo, também gostar de vestidos caros, cabelos bem-cuidados e bons vinhos. Para mim, naquele momento, eu
— Hum... — Eu me espreguicei em seus braços. — Bom dia! Abri os olhos e me deparei com uma imagem que a Marla perseguidora nunca teria conseguido uma fotografia: a versão Robert amassada e inchada de dormir. Sorrindo para mim com os olhos apertados e quase totalmente escondidos pelos cabelos, Rob suspirou quando peguei a ponta do lençol e coloquei na frente da minha boca, tentando evitar que meu hálito matinal chegasse a ele. Eu realmente queria que ele pensasse que eu não tinha hálito matinal? — Você se preocupa muito, pequena Marley. — Puxou o pano e beijou meus lábios. Mas me recusei a abri-los de qualquer maneira. — Tem escovas de dentes descartáveis novas no meu banheiro. Assenti, levantei enrolada no lençol e corri para o banheiro. Achei a escova e dei uma olhada nas coisas dele. Vaidade não era o seu forte, não havia uma abundância de cremes e perfumes, apenas um kit de um perfume de grife e uma espuma de barba. Pe
Entrei em minha cabine, batendo a porta atrás de mim enquanto tentava sufocar inutilmente um grito. — Porra! — Deixei sair o mais alto que eu conseguia. Andei até minha tela e tirei o lençol. Olhei por alguns momentos pensando o que eu faria. Peguei um tubo de tinta preta e me senti tentada a manchar todo o trabalho. Mas não tive coragem. Eu não conseguiria estragar aquilo. Gemi, frustrada, sentindo as lágrimas enchendo os meus olhos, e respirei fundo tentando pará-las. Sentei em frente ao notebook e escrevi o que veio em minha cabeça. “Robert nunca será meu. O fato de ter o encontrado nos braços de Nadia só me confirmou isso. Ela, ao menos, não fingia ser outra pessoa, embora todas as vezes que ele de fato prestou atenção em mim foram quando meus planos deram errado. Irônico, eu diria. Porém não menos sofrido. Queria voltar no tempo. Mas não para vir ao cruzeiro e ser eu mes
A. Melhor. Transa. Da. Minha. Vida.Começou selvagem, nossas necessidades sendo colocadas em prioridade. Depois foi leve, lento, carinhoso... Como eu imaginava em meus sonhos, mas realmente não esperava que aconteceria.Robert me olhava com devoção. Eu deixava alguns suspiros escaparem enquanto nos olhávamos incansavelmente, deitados na cama, nus, apenas com nossas palavras não ditas, uma conversa de sinais, de olhares. Ele sorriu para mim, dando a entender que algo seria dito.— Tenho uma proposta. — Começou — Poderíamos, sei lá... nos curtir enquanto estamos aqui.Sim! Eu aceito.— Hum... como assim? Tipo, ficarmos juntos?— Sim! Digo, mas só eu e você. Sabe... tipo, sem outras pessoas...— Tipo sem Nadia? — Eu sabia que era infantil, mas gostava de ouvir ele dizendo que não tinha nada com ela.— E sem Peter! — retrucou a minha pergunta sarcasticamente.— Não tenho nada com Peter. — Saiu mais ríspido do que eu queria.— E eu não tenho nada com a Nadia
Nos dias que se seguiram, tudo foi perfeito. Estávamos juntos o tempo todo, e eu procurava o surpreender sempre. Nossa última escapada havia sido nas poltronas do teatro vazio do navio. Ainda ofegante, ele mordeu meu ombro e o beijou em seguida. — Você sempre me surpreende. Vou retribuir — sussurrou em meu ouvido. — Agora? — perguntei, incrédula. — De onde vem tanto fôlego? — Não! Se fosse agora, não seria surpresa. Mas vou te surpreender. — Me abraçou com mais força, e ficamos ali olhando o mar de assentos do teatro vazio. Eu me sentia serena. — Fique aqui — Rob disse depois de um tempo, se levantando e correndo pelas fileiras de poltronas até chegar no palco. Ele subiu sem usar os degraus e foi até a parte de trás, se embrenhou entre as cortinas e sumiu. — Rob? — gritei por ele. — Você disse que a surpresa não seria agora. — Não é. Procurando uma coisa. E... aqui está. Você está com sorte. Eu sabia daquilo. Estava com
Três semanas depois... Eu tremia enquanto permanecia sentada na cadeira do consultório. Dr. Gelrer sorria, tentando me acalmar. Mamãe, no fundo, sabia do resultado assim como eu. Era impossível um que fosse diferente depois dos enjoos e da menstruação atrasada. Ela se mantinha muda, parecendo ignorar a minha existência ao seu lado, mas, mesmo assim, permanecia lá. Eu não entendia o motivo. Apoio, certamente não era. Ela sequer falava comigo desde que eu voltara. — Bem, Marla... O resultado deu positivo. Você está grávida de doze semanas, aproximadamente. — Baixei a cabeça e apertei meu ventre com as mãos. “E agora?” Procurei não olhar para minha mãe, ela estava certamente furiosa. — Mas eu sempre tomei pílula e... — Bem, eu não preciso mencionar a porcentagem de eficácia dos métodos contraceptivos, e você pode ter esquecido de tomar alguns dias, ou desregulou a sua menstruação, mudança de ares também ajudam e... — O clique veio insta
Com vinte e seis semanas de gestação, eu fiz o ultrassom: era um menino.Meu Thomas estava saindo do sexto mês extremamente saudável. Eu havia ganhado peso, e ele, consequentemente, também. Meus exames e taxas estavam perfeitos, e os médicos estavam orgulhosos de mim, tanto quanto eu. As vitaminas pré-natais eram ingeridas religiosamente e minha alimentação era impecável.Foi bizarro como o tempo passou rápido mesmo tendo a sensação de que ele estava se arrastando. Não fui uma pessoa sortuda, meus enjoos continuavam. Ao menos uma vez ao dia, eu era atacada pela horrível sensação de mal-estar. Os jeans não deram lugar às roupas sofisticadas como quando eu resolvi ser a cópia da minha mãe, muito menos
Naquela manhã eu me sentia enjoada, mas não por causa do bebê: a exposição estava me deixando nervosa. Era a minha primeira, afinal, e eu tinha muito medo de que algo pudesse dar errado. Tommy me chutou a manhã toda, acho que ele estava sentindo o meu nervosismo.Fui para o salão de beleza me arrumar para o coquetel, levei meu vestido junto para me trocar lá mesmo e seguir para a galeria. Seria um evento grande. Leo e Lindy disseram que eu merecia a melhor e mais badalada estreia, mas acho que eles apenas estavam tentando me fazer ficar alegre, investindo mais do que eu realmente merecia.Estava feliz com Tommy, ainda sofria por Rob, isso não conseguia evitar, mas com muito menos frequência e eu me recuperava mais rápido do que antes.Eu estava amadurecendo. E estava orgulhosa por isso.Mas continuava completamente apaixonada por Rob. O que provava que meus sentimentos por ele, ao