Entrei em minha cabine, batendo a porta atrás de mim enquanto tentava sufocar inutilmente um grito.
— Porra! — Deixei sair o mais alto que eu conseguia.
Andei até minha tela e tirei o lençol. Olhei por alguns momentos pensando o que eu faria. Peguei um tubo de tinta preta e me senti tentada a manchar todo o trabalho. Mas não tive coragem. Eu não conseguiria estragar aquilo.
Gemi, frustrada, sentindo as lágrimas enchendo os meus olhos, e respirei fundo tentando pará-las. Sentei em frente ao notebook e escrevi o que veio em minha cabeça.
“Robert nunca será meu. O fato de ter o encontrado nos braços de Nadia só me confirmou isso.
Ela, ao menos, não fingia ser outra pessoa, embora todas as vezes que ele de fato prestou atenção em mim foram quando meus planos deram errado. Irônico, eu diria. Porém não menos sofrido.
Queria voltar no tempo. Mas não para vir ao cruzeiro e ser eu mes
A. Melhor. Transa. Da. Minha. Vida.Começou selvagem, nossas necessidades sendo colocadas em prioridade. Depois foi leve, lento, carinhoso... Como eu imaginava em meus sonhos, mas realmente não esperava que aconteceria.Robert me olhava com devoção. Eu deixava alguns suspiros escaparem enquanto nos olhávamos incansavelmente, deitados na cama, nus, apenas com nossas palavras não ditas, uma conversa de sinais, de olhares. Ele sorriu para mim, dando a entender que algo seria dito.— Tenho uma proposta. — Começou — Poderíamos, sei lá... nos curtir enquanto estamos aqui.Sim! Eu aceito.— Hum... como assim? Tipo, ficarmos juntos?— Sim! Digo, mas só eu e você. Sabe... tipo, sem outras pessoas...— Tipo sem Nadia? — Eu sabia que era infantil, mas gostava de ouvir ele dizendo que não tinha nada com ela.— E sem Peter! — retrucou a minha pergunta sarcasticamente.— Não tenho nada com Peter. — Saiu mais ríspido do que eu queria.— E eu não tenho nada com a Nadia
Nos dias que se seguiram, tudo foi perfeito. Estávamos juntos o tempo todo, e eu procurava o surpreender sempre. Nossa última escapada havia sido nas poltronas do teatro vazio do navio. Ainda ofegante, ele mordeu meu ombro e o beijou em seguida. — Você sempre me surpreende. Vou retribuir — sussurrou em meu ouvido. — Agora? — perguntei, incrédula. — De onde vem tanto fôlego? — Não! Se fosse agora, não seria surpresa. Mas vou te surpreender. — Me abraçou com mais força, e ficamos ali olhando o mar de assentos do teatro vazio. Eu me sentia serena. — Fique aqui — Rob disse depois de um tempo, se levantando e correndo pelas fileiras de poltronas até chegar no palco. Ele subiu sem usar os degraus e foi até a parte de trás, se embrenhou entre as cortinas e sumiu. — Rob? — gritei por ele. — Você disse que a surpresa não seria agora. — Não é. Procurando uma coisa. E... aqui está. Você está com sorte. Eu sabia daquilo. Estava com
Três semanas depois... Eu tremia enquanto permanecia sentada na cadeira do consultório. Dr. Gelrer sorria, tentando me acalmar. Mamãe, no fundo, sabia do resultado assim como eu. Era impossível um que fosse diferente depois dos enjoos e da menstruação atrasada. Ela se mantinha muda, parecendo ignorar a minha existência ao seu lado, mas, mesmo assim, permanecia lá. Eu não entendia o motivo. Apoio, certamente não era. Ela sequer falava comigo desde que eu voltara. — Bem, Marla... O resultado deu positivo. Você está grávida de doze semanas, aproximadamente. — Baixei a cabeça e apertei meu ventre com as mãos. “E agora?” Procurei não olhar para minha mãe, ela estava certamente furiosa. — Mas eu sempre tomei pílula e... — Bem, eu não preciso mencionar a porcentagem de eficácia dos métodos contraceptivos, e você pode ter esquecido de tomar alguns dias, ou desregulou a sua menstruação, mudança de ares também ajudam e... — O clique veio insta
Com vinte e seis semanas de gestação, eu fiz o ultrassom: era um menino.Meu Thomas estava saindo do sexto mês extremamente saudável. Eu havia ganhado peso, e ele, consequentemente, também. Meus exames e taxas estavam perfeitos, e os médicos estavam orgulhosos de mim, tanto quanto eu. As vitaminas pré-natais eram ingeridas religiosamente e minha alimentação era impecável.Foi bizarro como o tempo passou rápido mesmo tendo a sensação de que ele estava se arrastando. Não fui uma pessoa sortuda, meus enjoos continuavam. Ao menos uma vez ao dia, eu era atacada pela horrível sensação de mal-estar. Os jeans não deram lugar às roupas sofisticadas como quando eu resolvi ser a cópia da minha mãe, muito menos
Naquela manhã eu me sentia enjoada, mas não por causa do bebê: a exposição estava me deixando nervosa. Era a minha primeira, afinal, e eu tinha muito medo de que algo pudesse dar errado. Tommy me chutou a manhã toda, acho que ele estava sentindo o meu nervosismo.Fui para o salão de beleza me arrumar para o coquetel, levei meu vestido junto para me trocar lá mesmo e seguir para a galeria. Seria um evento grande. Leo e Lindy disseram que eu merecia a melhor e mais badalada estreia, mas acho que eles apenas estavam tentando me fazer ficar alegre, investindo mais do que eu realmente merecia.Estava feliz com Tommy, ainda sofria por Rob, isso não conseguia evitar, mas com muito menos frequência e eu me recuperava mais rápido do que antes.Eu estava amadurecendo. E estava orgulhosa por isso.Mas continuava completamente apaixonada por Rob. O que provava que meus sentimentos por ele, ao
Estávamos voltando para casa.Assim que o carro estacionou em frente ao meu prédio, Robert desceu do banco da frente, pronto para abrir a porta para mim.— Mexa-se, Cam. — Eu me joguei para o lado oposto da porta que estava sendo aberta para mim. Era infantil, mas não queria que Rob me tocasse ou falasse comigo. Ao mesmo tempo, eu queria tanto que ele me tocasse, conversasse comigo... me beijasse. Minha mente e coração eram uma bagunça sem fim.Só o fato de lembrar da sua existência me dava vontade de chorar, e eu nem podia culpar a gravidez. Ele sempre me causou tais sentimentos.Ficamos em silêncio em nosso caminho para dentro do prédio e depois no elevador. Rob mandou mensagens sem parar enquanto o elevador apitava cada andar por onde passava. Cameron me encostou em seu peito, e eu fechei os olhos alisando minha pequena barriga e dando um suspiro.— Nosso garot
— Oh, meu Deus! Cameron! — Robert gritou da porta do banheiro. O que diabos ele estava fazendo lá?— Relaxa. Isso é normal, Rob — eu disse, limpando a boca e me levantando para puxar a descarga. — Vá para a sala. Você não precisa ver isso.— Não! Quero ajudar! — Ele se aproximou e pegou minha mão, me levando até a pia e abrindo a torneira. Pegou a toalha de rosto e a dobrou em seguida, molhando a sua ponta e levando até minha testa e depois em meu pescoço, me causando arrepios. Procurei não o olhar. Era bobo, nada daquilo era necessário, mas era realmente fofo que ele fosse atencioso. — Está suando frio — concluiu, assustado.— Está tudo bem. Era para essa porcaria ter acabado ainda no primeiro trimestre, mas comigo tinha que ser mais difícil. Ainda rola uma ou duas vezes por dia.&
O dia amanheceu, percebi que era cedo, ou talvez aquela pouca claridade indicasse que o sol não apareceria naquele dia... Imediatamente, me lembrei do que acontecera na noite anterior e me virei devagar para ver se não fora um sonho. Encarei aquela imagem maravilhosa novamente, e mais uma vez quis estalar os dedos para que o tempo parasse ali.Robert, com os cabelos no rosto, me fitando com os olhos inchados de sono e um sorriso sacana.— Bom dia, amor! — exclamou se espreguiçando. Eu fiquei ali, estática. O que faria agora? Deveria me beliscar? Era algum episódio de Além da imaginação? Se eu estivesse sonhando, tinha que acordar antes que transasse com aquele homem novamente e quebrasse mais uma parte do meu coração. E que porra de “Bom dia, amor!” era aquela? Ele me puxou para os seus braços e me aninhou em seu peito. — Algum problema?