Gabi narrando
Encaro o homem na minha frente que eu nunca tinha visto ele nesses dias ,ele abaixa a arma e me encara rindo.
- Pode ter certeza que você não vai morrer sem sofrer - Ele diz me fazendo arregalar os olhos para ele e ele sai e fecha a porta e me deixa ali amarrada.
Encaro o teto por várias horas , e ninguém entra de volta no quarto.
- Gabriela Gabriela - Marcelino diz entrando junto com o homem de mais cedo - A sua sorte é que conseguimos acalmar a Carla - Ele fala tirando a mordaça da minha boca e eu o encaro.
- Agora a gatinha esta sem língua - O cara diz e eu o encaro .
- Deixa ela Marcos - Marcelino diz e eu os encaro - Eu acho que vou ter que te avisar pela última vez - Ele diz mostrando o telefone e vejo a minha filha brincando na rua.
- Alana - Eu falo arregalando os olhos
- Se você tentar fugir ou fizer alguma coisa parecida com oque você fez - Ele diz passando algumas foto dela na creche - É ela que vai sofrer as consequências - Ele diz - E você vai ser culpada pela morte da sua filha. - Meus olhos enchem de lágrimas eu não poderia colocar a vida da minha filha em perigo.
- Acho que ela entendeu - Marcos diz - Não é mesmo?
- Sim - Eu falo em soluços e segurando o choro - Eu não irei arrumar problemas mais.
- Menina boa - Marcelino diz - Até proque você está avisada, seja bem obediente , caso ao contrário a sua filha vai sofrer por você - Eu assinto com a cabeça.
(..)
Um mês se passaram e Carla agora que estava melhorando de todos os seus hematomas, ela estava me fazendo passar pelas maiores humilhações do mundo, os meus clientes era só quem ela escolhia e sempre era um bando de velho. Eu me sentia um lixo, imunda toda vez que eles saiam de dentro de mim.
- Desculpa - Falo assim que abro a porta do banheiro e acabo esbarrando em um cara - Eu não te vi aí, desculpa - Ele me olha de cima à baixo e continua sério, mas como ele estava na minha frente como uma parede , eu não conseguia sair da ali se ele não me desse espaço, ele encarava o meu rosto, e o mesmo deveria estar vermelho já que eu estava chorando no banheiro.
- Olha por onde anda moça - Ele diz e eu apenas assinto .
Ando até o salão de novo, normalmente fazíamos de 3 a 4 programas por noite, já deveria ser umas 4h da manhã e eu já tinha feito 3.
- Ei Gabi - Luiza me chama , ela também tinha sido enganada e veio parar aqui , eu era de São Paulo e ela do Rio e acabamos criando uma amizade aqui - toma isso - Ela diz me estendendo um copo de água.
- Eu esbarrei na aquele cara - Eu falo vendo que ele estava falando com Carla - Será que ele foi reclamar de mim para Carla?
- Nunca vi ele aqui - Ela fala - Acho que não, se não eles estariam olhando para cá - Ela diz e eu assinto.
Ela tinha razão ela já estaria me fuzilando com os olhos.
- Eu vi elas falando sobre um leilão - Mara a outra menina que trabalha aqui fala.
- Leilão? - Eu pergunto.
- Leilão de mulheres Gabi - Luiza diz e eu ergo o olhar para ela.
- Isso existe? - Eu pergunto.
- Nesse mundo existe tudo - Mara fala - Carla vai participar, ela vai escolher alguém para levar.
- E como que funciona ? - Eu pergunto curiosa e assustada.
- Ela vende uma das meninas por uma quantia de se perder de tantos zeros - Mara fala e eu arregalo os olhos.
Cada dia que eu ficava aqui, eu descobria uma coisa pior que a outra, oque me deixava mais aterrorizada e com medo.
Eu era apenas uma menina de 16 anos perdida nesse mundo, e com uma filha e uma mãe para proteger, em que merda eu fui me envolver.
Gabi narrandoEu tinha 14 anos quando eu fui para um baile funk com uma amiga , lá eu me envolvi com um cara que logo que eu contei que estava gravida me ameaçou de morte se eu voltasse lá, e desde ai minha mãe me ajudou. Meu pai eu nunca soube quem era, e minha mãe me criou sozinha, sempre fomos apenas eu e ela até Alana nascer. Ela me criou com muita dificuldade, e eu me arrependo por todos os desgosto que eu dei para ela nessa vida.Eu conseguia mandar algum dinheiro para ela, e eles só deixavam fazer isso, para que ninguém desconfiasse de nada, aqui era cobrado tudo, comida, roupa, água, tudo mesmo e para você pagar tudo isso e conseguir enviar uma quantidade de dinheiro razoável para o Brasil era no mínimo 4 programas por noite. O papo furado deles era que quando agente pagasse toda a nossa dívida, iriamos ser lib
#Gabi narrando- Anda desce - Um dos seguranças fala assim que chegamos, era uma casa enorme e que estava cheia de carros estacionados.- Leva ela para baixo junto com às outras - Carla diz para ele que assente- Para onde vocês vão me levar ? - Eu falo olhando para ela- Quer saber de mais - Ela fala e o segurança agarra o meu braço e eu puxo ele fazendo ele me soltar - Tá atrevida - Ela fala fazendo sinal e os dois seguranças me seguram - Você acha que que esqueci do que você fez? - Ela diz me encarando - Chegou a hora de você pagar pela surra que me deu. - Ela diz me dando um tapa na cara.- Pelo menos eu te dei uma surra - Eu falo para ela - Já você só consegue fazer isso se alguém tiver me segurando , sua covarde - Eu falo para ela que levanta a mão mas Marcelino à segura.- Não queremos confusão aqui agora Carla - Ele diz para ela que assente - Levem ela para baixo
#Gabriela narrandoJá estava anoitecendo e estamos todas aqui assustadas, eu estou aqui desde manhã cedo e muitas chegaram ontem e ninguém trouxe água e nem comida. Esse lugar era assustador.- Será que eles querem nos matar de fome ? - Mery pergunta.- Quase isso - Lúcia diz uma outra menina que estava ali - Eu não como faz dois dias.- Dizem que quem vem para esse leilão só come depois de ser vendida - Uma outra menina que não perguntei o nome fala e olhamos para ela.Isso aqui era mais que humilhação, isso aqui era uma tortura, a porta se abre revelando quatro seguranças e uma moça que eu vi junto com o cara que eu esbarrei no banheiro, ela olha para todas e seu olhar para em mim.- Você - Ela diz apontando - Você mesmo - Eu olho para ela - Você vem comigo.Eu fico encarando ela e não ando nem para frente e nem para trás.- Você vai vir por
#Gabriela narrando Hoje era o dia do leilão, dois dias aqui e não recebemos comida e nem bebida, recebemos hoje cada uma um kit com algumas roupas íntimas e estamos fazendo fila para conseguir tomar banho e se arrumar, a gente sempre estava sobre olhares de seguranças armados.O nome do cara que queria me comprar eu não descobri, ele também não mandou eu subir mais,ele deve ter ficado com uma raiva enorme de mim.Estava tão nervosa e apavorada que eu não sabia oque fazer e nem como pensar, a verdade é que quando estamos em um lugar como esse a gente perde vontade própria e comando sobre a nossa própria vida. Era como se a gente não existisse mais e apenas existisse a garota que eles queriam.#Heitor narrando
#Gabriela narrando- Quero você sorrindo lá encima - Carla diz para e eu encaro cada uma que subia lá - Pensa na sua filha Gabriela - Ela tentava atormentar a minha cabeça me mostrando um vídeo de Alana brincando com uma boneca e uma lagrima desce do meu rosto e eu abaixo a cabeça - Ergue a cabeça Gabriela - Ela diz levantando a minha cabeça com a sua mão em meu queixo.- Não se preocupe que eu vou dar o meu melhor sorriso lá encima - Falo para ela que guarda o celular e dar um sorriso satisfeito.Ja estava chegando a minha vez, tinha cinco na minha frente. E era rápido, durava menos de dez minuto, mas era os dez minutos mais longo para quem ficava ali encima sendo exposta a um bando de homens nojentos, enquanto esperava a minha vez ás lembra
# Gabriela narrandoEstava já algum tempo na aquela sala escura sentada em um sofá que tinha ali, eu já estava passando mal de tanta fome e sede, eu também estava muito cansada e com frio. Reparo que tinha uma pequena janela aberta e já era noite e estava entrando um vento frio.Pego um banco que tinha no canto da sala e subo encima para tentar fechar a janela, fico na ponta dos pés mas eu não alcançava, eu suspiro tentando fecharbela ou olhar para fora mas não conseguia. Levo um susto quando escuto à sua voz.- Deixa que eu fecho - Heitor fala e me desequilíbrio assim que escuto a sua voz, a sorte foi que ele me segurou.- Você poderia ter se machucado - Ele diz me colocando sentada no sofá.- Obrigada - Falo para ele que me encarava com o semblante fechado , ele era
#Gabriela narrandoNão demorou muito para que o Marcos entrasse pela porta, ele deixou uma sacola com roupa, eu me arrumo e logo ele volta com dois seguranças e me leva para um carro, a onde não conseguia enxergar nada no lado de fora, eu abaixo a minha cabeça e começo a chorar.Era muito difícil descrever oque eu sentia nesse momento, era uma dor tão grande misturado com muito medo, era isso que resumia os meus dias e agora sem saber oque seria da minha vida eu tinha mais medo ainda. Ainda por cima Heitor tirou à única coisa que eu tinha para lembrar da Alana, que me dava força para continuar de cabeça erguida porque muitas vezes eu tinha vontade de desistir de tudo e acabar com todo esse sofrimento.-Fica sentada aí é nao sai&n
Gabi narrandoFaz dois dias que eu estava trancada em um quarto sem ver ninguém, era um apartamento enorme pelo pouco que eu vi. Não foi nem Heitor que me trouxe nele e sim Marcos e um outro segurança e era um ou outro que acompanhava a senhora que sempre me trazia comida.Meus pensamentos sempre era minha filha e em minha mãe, quando eu estava com a Carla pelo menos eu conseguia mandar dinheiro para elas, por isso tentava fazer o máximo de programas por noite,porque pelo menos eu sabia quede alguma forma eu ajudava elas. Minha mãe não iria conseguir sozinha dar conta de tudo, comprar roupas, remédios, comida para Alana e ainda pagar água , luz e IPTU da casa. Mas eu tinha medo de perguntar para Heitor ou pedir isso à ele, a verdade é que eu não vi mais ele depois do dia que eu che