# Gabriela narrando
Estava já algum tempo na aquela sala escura sentada em um sofá que tinha ali, eu já estava passando mal de tanta fome e sede, eu também estava muito cansada e com frio. Reparo que tinha uma pequena janela aberta e já era noite e estava entrando um vento frio.
Pego um banco que tinha no canto da sala e subo encima para tentar fechar a janela, fico na ponta dos pés mas eu não alcançava, eu suspiro tentando fecharbela ou olhar para fora mas não conseguia. Levo um susto quando escuto à sua voz.
- Deixa que eu fecho - Heitor fala e me desequilíbrio assim que escuto a sua voz, a sorte foi que ele me segurou.- Você poderia ter se machucado - Ele diz me colocando sentada no sofá
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- Obrigada - Falo para ele que me encarava com o semblante fechado , ele era alto e não teve dificuldade em fechar a janela sem mesmo subir na banqueta.
- Ficou educada de uma hora para outra? - Ele diz pegando o banco e sentando na minha frente.
- Só agradeci, não posso? - Eu falo para ele cruzando os meus braços e meio que me encolhendo no sofá, ele segue o seu olhar pelo meu corpo inteiro, e eu já não conseguia me controlar e eu estava tremendo de frio. Ele me encarava e tira do bolso uma foto.
- Essa é a sua filha não é? - Ele diz me entregando a foto dela, a foto que eu tinha na minha mala.
- Como você conseguiu essa foto? - Eu pergunto para ele que não tirava os olhos de mim.
- Agora eu estou responsável pela vida delas - Ele diz e eu encaro ele com um olhar assustado- Você passou à ser minha prioridade Gabi. - Ele passa a mão pela minha perna.
- Não machuca ela - Eu falo para ele - Eu faço oque você quiser, mas por favor não machuca ela. - Uma lágrima desce pelo meu rosto.
- Eu não pretendo machucar ela - Ele diz ainda com a mão em minha perna e começa acariciar ela - Até porque ela é uma criança,mas para isso você vai ter que se comportar - Eu suspiro.
- Eu faço o que você quiser - Eu falo para ele - Mas não faz nenhum mal para ela e nem para minha mãe, por favor - Ele passa a mão pelo meu rosto limpando às lágrimas que descia por ele.
- Quando me disseram que elas eram o seu ponto franco e que eu iria conseguir tudo oque eu queria , eu já imaginava o quanto - Ele diz se levantando e tirando o casaco e colocando em cima do banco.
- Por favor não machuca elas , elas não tem culpa de nada - Eu falo para ele , eu estava toda arrepiada de frio - Eu já falei que Eu faço oque você quiser.
- Veste isso - Ele diz me entregando o casaco que estava em cima do banco - Eu não paguei seis milhões para você morrer de frio - Eu estava tremendo tanto que ele me ajudou a vestir o casaco.
- Obrigada - Digo em um Susurro para ele que abre um sorriso em minha direção.
- Então - Ele diz passando a sua mão pelo meu rosto até pegar no meu queixo e me fazer olhar para ele - Um passo em falso seu Gabi ,elas morrem , qualquer atrevimento que você tiver elas que vão pagar , então acho bom você ser uma boa moça e me obedecer em tudo, você entendeu? - Ele diz me mostrando um vídeo da Alana com a minha mãe no pátio de casa - Ainda é dia por lá e a sua filha amou os presentes que a tia Carla e a mãe dela enviaram pelo correio - Meus olhos enchem de lagrima quando aparece uma arma mirada nelas - Um passo em falso seu aqui, é apenas um telefone para acabar com a vida das duas.
- Eu entendi - Eu respondo antes que ele termine, eu encaro a tela do celular a onde mostrava ela feliz e brincando com tantos brinquedos, meu coração apertou e eu imediatamente coloquei a mão no colar que tinha a sua foto em um impulso.
- Colar bonito - Ele diz desligando a tela do celular e pegando a foto da minha mão - Seria uma pena se você ficasse sem ele - Ele diz tirando a minha mão de cima do colar - Você vai me entregar ele ou quer que eu arrebente ? - Eu olho para ele apavorada.
- Não meu colar não - Eu falo chorando para ele - É a única coisa que eu tenho dela , por favor não - Eu falo deixando as lagrimas descerem e ele não parecia nenhum pouco comovido.
- Cala a sua boca e engole a porcaria desse choro - Ele diz me encarando sério, e tira o meu colar com tudo.
- Por favor me devolve - Eu falo soluçando e ele se levanta - Por favor Heitor - Eu não conseguia segurar o choro.
- Se você quer ter ele de volta, você vai ter que se comportar menina - Ele fala colocando o colar em seu bolso e a foto também - Você vai ter que ser uma boa menina Gabi.
- Por favor - Eu falo chorando - Você não pode me tirar a única coisa que eu tenho dela.
- Eu acho que você não tem toda aquela marra não é mesmo - Ele fala agora voltando até mim - O seu colar e a foto da sua filha ficaria lindo no meu cofre ou em uma fogueira - Eu Arregalo os olhos para ele e nego com a cabeça. - Isso foi só um teste para ver até onde iria toda a sua marra, se você é capaz de tudo para proteger as duas, eu quero ver até a onde isso chega - Eu o encaro sem reação.
- Por favor não - Eu falo - Por favor me devolve, eu te imploro, me devolve o colar - Eu seguro o seu braço e ele encara a minha mão segurando ele e eu chorava muito e as lágrimas não paravam de descer um minuto.
- Eu acho que eu peguei bem o seu ponto fraco - Ele diz sussurrando em meu ouvido - Daqui a pouco alguém vai vir te buscar - Ele fala saindo da sala.
Não era apenas um colar mas era a única lembrança que eu tinha da minha filha, eu ganhei ele no meu primeiro dia das mães e único até agora, minha mãe juntou cada centavos para comprar ele e desde que eu vim parar nesse lugar, sempre que eu me sentia mal eu tocava nele, porque eu sabia que eu tinha um pedaço delas aqui comigo.
Ele era um monstro, ele não tinha piedade , e eu o odiava , odiava de mais e ele sabia que poderia fazer oque quiser comigo.
#Gabriela narrandoNão demorou muito para que o Marcos entrasse pela porta, ele deixou uma sacola com roupa, eu me arrumo e logo ele volta com dois seguranças e me leva para um carro, a onde não conseguia enxergar nada no lado de fora, eu abaixo a minha cabeça e começo a chorar.Era muito difícil descrever oque eu sentia nesse momento, era uma dor tão grande misturado com muito medo, era isso que resumia os meus dias e agora sem saber oque seria da minha vida eu tinha mais medo ainda. Ainda por cima Heitor tirou à única coisa que eu tinha para lembrar da Alana, que me dava força para continuar de cabeça erguida porque muitas vezes eu tinha vontade de desistir de tudo e acabar com todo esse sofrimento.-Fica sentada aí é nao sai&n
Gabi narrandoFaz dois dias que eu estava trancada em um quarto sem ver ninguém, era um apartamento enorme pelo pouco que eu vi. Não foi nem Heitor que me trouxe nele e sim Marcos e um outro segurança e era um ou outro que acompanhava a senhora que sempre me trazia comida.Meus pensamentos sempre era minha filha e em minha mãe, quando eu estava com a Carla pelo menos eu conseguia mandar dinheiro para elas, por isso tentava fazer o máximo de programas por noite,porque pelo menos eu sabia quede alguma forma eu ajudava elas. Minha mãe não iria conseguir sozinha dar conta de tudo, comprar roupas, remédios, comida para Alana e ainda pagar água , luz e IPTU da casa. Mas eu tinha medo de perguntar para Heitor ou pedir isso à ele, a verdade é que eu não vi mais ele depois do dia que eu che
Gabi narrando Eu estava meio sonolenta com a quantidade de remédio que eu tinha tomado.- A alergia já amenizou - O médico falava para Heitor que estava do meu lado , foi o camarão que me deu alergia , só mais algumas horas em observação e você já vai poder ir para casa - Ele fala agora me olhando e eu assinto com a cabeça.- Obrigado doutor - Heitor diz para ele. - Tenho certeza que isso não vai acontecer de novo. - O doutor assente e sai da sala.Ficamos ali em silêncio, Heitor digitava alguma coisa em seu celular e eu prestava atenção na televisão que estava em inglês e a sorte era que antes de vir para cá, Carla me pagou um curso básico de inglês , at&e
Gabriela narrando Depois de passar quase a noite toda no hospital por causa da alergia, tomando soro e sobre os cuidados dos médicos, a gente chegou em casa. Heitor demonstrou que estava preocupado o tempo todo, mas eu não sabia se ele realmente estava preocupado ou se ele estava fingindo para os outros.Assim que ele sai do quarto eu vou para o banheiro e tiro toda a minha roupa e entro de baixo do chuveiro, eu ainda tinha que tomar alguns remédios para evitar qualquer complicação por causa da alergia , mas dois dias já não tinha mais sintomas nenhum e nem manchas, segundo o médico.Começo a ensaboar o meu corpo inteiro, quando sinto suas mãos pegando na minha cintura, paraliso e arregalo os olhos na mesma hora.
Gabi narrando Um mês aqui trancada nesse quarto, sem poder ver nem à luz do sol, ele chegava todas as noites e eu tinha que está pronta para ele me usar, esperava toda noite ele com alguma lingerie ou camisola, já que era só isso que tinha dentro do closet e eu não podia nem pensar em pegar uma roupa dele para vestir. Hoje eu estava morrendo de frio e eu não poderia pegar nada para vestir para me esquentar , muitas vezes passava frio o dia inteiro porque tinha que ficar apenas de camisola que eram curtas e desconfortáveis.- Boa noite - Ele diz entrando no quarto.- Boa noite - Eu falo para ele em um tom baixo , eu só respondia ele quando ele se dirigia a palavra comigo , quando ele falou que não queria que eu falasse mais nada ele estava falando sério.<
Heitor narrando Saio do banho e ela continuava dormindo, encosto a minha mão na sua testa e a febre já tinha baixado, coloco a minha calça e saio do quarto trancando a porta.Daqui a pouco iria começar os meus eventos políticos e eu precisava ter Gabriela bem submissa à mim.- Bom dia - Falo para Leandra que estava sentada tomando café.- Bom dia - Ela responde com um tom de voz baixo.Leandra e Marcos são meus irmãos, Leandra morava comigo, mas Marcos não, meus pais moravam aqui perto também.- Ela melhorou? - Leandra pergunta.- Parece que sim - Eu respondo - Por favor leve o café dela lá - Fal
Gabriela narrandoSe a intenção dele era que eu tivesse medo dele, ele conseguiu me ter em suas mãos.- Desculpa senhora - O garçom fala assim que sem querer vira a taça de vinho na minha roupa, no impulso ele pega a toalha e limpa a minha blusa.- Não precisa ,está tudo bem - Eu falo vendo a cara que Heitor tinha ficado.- Mas - Ele diz tentando ajudar.- Pode deixar que eu limpo - Eu falo tocando em sua mão e pegando a toalha da sua mão.O dono veio e pediu milhões de desculpa mas fiquei o tempo todo de cabeça baixa, Heitor estava furioso e pelo oque ouvi o coitado do garçom ainda iria ser demitido por causa dele, esse homem era um monstro.Ele quase me fez voar até o carro e me jogou dentro do mesmo, entrou fe
Gabriela narrandoHeitor entra no quarto bastante estranho, depois da noite que ele me levou para aquela cabana eu nunca mais o desafiei.Eu estava submissa a todas às suas ordens, o medo dele fazer algo contra a minha filha e minha mãe era maior do que tudo, ele sempre me lembrava que tinha o controle da situação e delas também.- Oque você está pensando? - Ele pergunta parando na minha frente e eu levanto o olhar para ele, eu tinha acostumado que toda vez está de cabeça baixa.- Nada não - Eu falo para ele.- Gabriela - Ele fala me encarando , ele gostava de me controlar o tempo inteiro, ele jogava comigo 24h por dia e eu tinha que entrar no seu jogo, porque ele sempre tinha que sair vencendo.- Na minha filha apenas - Eu falo para ele que parece pensar em algo.