Gabi narrando
Eu tinha 14 anos quando eu fui para um baile funk com uma amiga , lá eu me envolvi com um cara que logo que eu contei que estava gravida me ameaçou de morte se eu voltasse lá, e desde ai minha mãe me ajudou. Meu pai eu nunca soube quem era, e minha mãe me criou sozinha, sempre fomos apenas eu e ela até Alana nascer. Ela me criou com muita dificuldade, e eu me arrependo por todos os desgosto que eu dei para ela nessa vida.
Eu conseguia m****r algum dinheiro para ela, e eles só deixavam fazer isso, para que ninguém desconfiasse de nada, aqui era cobrado tudo, comida, roupa, água, tudo mesmo e para você pagar tudo isso e conseguir enviar uma quantidade de dinheiro razoável para o Brasil era no mínimo 4 programas por noite. O papo furado deles era que quando agente pagasse toda a nossa dívida, iriamos ser liberadas, mas era uma dívida que nunca acabava de jeito nenhum.
- Gabriela - Luiza diz - Precisamos limpar o banheiro.
- Vamos lá - Falo para ela que assente.
- Fiquei sabendo que o leilão e em alguns dias – Luiza fala.
- E ela já escolheu quem vai levar ? - Eu pergunto olhando para ela.
- acredito que ainda não - Ela fala - Mas ouvi dizer que quando é vendida assim a pessoa nunca mais consegue contato com a família, é como se ela sumisse do mapa - Ela fala e eu arregalo os olhos para ela e sinto um aperto no coração.
- Que horror - Eu falo assustada.
Carla não se dirigia a palavra e nem o olhar para mim, ela deveria estar morrendo de raiva e só esperando a hora certa para se vingar, por isso estava com medo desse leilão.
(..)
A noite já estava acabando e eu estava morta , o Marcos estava no outro lado do salão e não parava de me encarar, ele me comia com os olhos e eu desvio o meu olhar do dele.
Eu senti que existia algo entre ele e a Luiza , ele mandou eu sair do quarto que a gente estava limpando para falar com ela, mas ela nunca comentou nada.
No final da noite eu sempre ficava no bar arrumando e limpando por ali, olho para o relógio e já marcava 5h da manhã.
- Gabriela hoje você não vai para o alojamento com as meninas - Marcelino fala chegando no bar e eu o encaro.
- E para a onde Eu vou? - Eu pergunto para ele que me encara com um sorriso.
- Você vai viajar com a gente - Ele fala e eu o encaro assustada - Não precisa terminar aí não, vai lá e troca de roupa - Ele diz e sai.
- Para onde eles vão me levar ? - Pergunto para a Luiza assustada.
- Não sei Gabi - Ela fala um pouco nervosa - Meu Deus será que é para o tal leilão? - Ela diz pensando.
- Não pode ser - Eu falo nervosa - Luiza e agora?
- Não tenta fugir Gabi, pensa na sua filha - Ela fala - Eles são uns monstros e eles fazem oque eles ameaçam, eles cumprem - Ela fala e eu assinto e ela me abraça.
- Obrigada - Eu falo para ela - Eu vou tentar sair disso tudo e vou te tirar também.
- Por favor Gabi não age por impulso - Ela fala e eu assinto apenas.
Eu subo até o alojamento tomo um banho rápido e visto uma roupa, já que eu estava quase pelada, coloco uma calça jeans, um tênis, uma camiseta branca e um moletom que tinha ali.
- Entra no carro - O segurança fala me colocando no carro - Fica quieta - Ele diz me mostrando a arma e eu apenas assinto, logo entra mais dois seguranças e sentam do meu lado, E na frente entra Carla no passageiro e Marcelino como motorista.
O caminho inteiro foi em silêncio, E eu estava me sentindo já mal, os dois seguranças só faltaram me comer ali atrás, isso tudo era humilhante de mais, humilhação mesmo. Porque comigo meu Deus, porque?
Eu sei que eu nunca fui fácil, eu nunca obedeci a minha mãe até Alana nascer, eu que cavei a minha própria cova para tudo isso, mas chegar a esse limite era de mais, quando eu pensei que eu iria fazer alguma coisa certa, na realidade eu fiz a pior burrada da minha vida.
Eu só peço a Deus todos os dias que para que protege a minha filha e a minha mãe.
#Gabi narrando- Anda desce - Um dos seguranças fala assim que chegamos, era uma casa enorme e que estava cheia de carros estacionados.- Leva ela para baixo junto com às outras - Carla diz para ele que assente- Para onde vocês vão me levar ? - Eu falo olhando para ela- Quer saber de mais - Ela fala e o segurança agarra o meu braço e eu puxo ele fazendo ele me soltar - Tá atrevida - Ela fala fazendo sinal e os dois seguranças me seguram - Você acha que que esqueci do que você fez? - Ela diz me encarando - Chegou a hora de você pagar pela surra que me deu. - Ela diz me dando um tapa na cara.- Pelo menos eu te dei uma surra - Eu falo para ela - Já você só consegue fazer isso se alguém tiver me segurando , sua covarde - Eu falo para ela que levanta a mão mas Marcelino à segura.- Não queremos confusão aqui agora Carla - Ele diz para ela que assente - Levem ela para baixo
#Gabriela narrandoJá estava anoitecendo e estamos todas aqui assustadas, eu estou aqui desde manhã cedo e muitas chegaram ontem e ninguém trouxe água e nem comida. Esse lugar era assustador.- Será que eles querem nos matar de fome ? - Mery pergunta.- Quase isso - Lúcia diz uma outra menina que estava ali - Eu não como faz dois dias.- Dizem que quem vem para esse leilão só come depois de ser vendida - Uma outra menina que não perguntei o nome fala e olhamos para ela.Isso aqui era mais que humilhação, isso aqui era uma tortura, a porta se abre revelando quatro seguranças e uma moça que eu vi junto com o cara que eu esbarrei no banheiro, ela olha para todas e seu olhar para em mim.- Você - Ela diz apontando - Você mesmo - Eu olho para ela - Você vem comigo.Eu fico encarando ela e não ando nem para frente e nem para trás.- Você vai vir por
#Gabriela narrando Hoje era o dia do leilão, dois dias aqui e não recebemos comida e nem bebida, recebemos hoje cada uma um kit com algumas roupas íntimas e estamos fazendo fila para conseguir tomar banho e se arrumar, a gente sempre estava sobre olhares de seguranças armados.O nome do cara que queria me comprar eu não descobri, ele também não mandou eu subir mais,ele deve ter ficado com uma raiva enorme de mim.Estava tão nervosa e apavorada que eu não sabia oque fazer e nem como pensar, a verdade é que quando estamos em um lugar como esse a gente perde vontade própria e comando sobre a nossa própria vida. Era como se a gente não existisse mais e apenas existisse a garota que eles queriam.#Heitor narrando
#Gabriela narrando- Quero você sorrindo lá encima - Carla diz para e eu encaro cada uma que subia lá - Pensa na sua filha Gabriela - Ela tentava atormentar a minha cabeça me mostrando um vídeo de Alana brincando com uma boneca e uma lagrima desce do meu rosto e eu abaixo a cabeça - Ergue a cabeça Gabriela - Ela diz levantando a minha cabeça com a sua mão em meu queixo.- Não se preocupe que eu vou dar o meu melhor sorriso lá encima - Falo para ela que guarda o celular e dar um sorriso satisfeito.Ja estava chegando a minha vez, tinha cinco na minha frente. E era rápido, durava menos de dez minuto, mas era os dez minutos mais longo para quem ficava ali encima sendo exposta a um bando de homens nojentos, enquanto esperava a minha vez ás lembra
# Gabriela narrandoEstava já algum tempo na aquela sala escura sentada em um sofá que tinha ali, eu já estava passando mal de tanta fome e sede, eu também estava muito cansada e com frio. Reparo que tinha uma pequena janela aberta e já era noite e estava entrando um vento frio.Pego um banco que tinha no canto da sala e subo encima para tentar fechar a janela, fico na ponta dos pés mas eu não alcançava, eu suspiro tentando fecharbela ou olhar para fora mas não conseguia. Levo um susto quando escuto à sua voz.- Deixa que eu fecho - Heitor fala e me desequilíbrio assim que escuto a sua voz, a sorte foi que ele me segurou.- Você poderia ter se machucado - Ele diz me colocando sentada no sofá.- Obrigada - Falo para ele que me encarava com o semblante fechado , ele era
#Gabriela narrandoNão demorou muito para que o Marcos entrasse pela porta, ele deixou uma sacola com roupa, eu me arrumo e logo ele volta com dois seguranças e me leva para um carro, a onde não conseguia enxergar nada no lado de fora, eu abaixo a minha cabeça e começo a chorar.Era muito difícil descrever oque eu sentia nesse momento, era uma dor tão grande misturado com muito medo, era isso que resumia os meus dias e agora sem saber oque seria da minha vida eu tinha mais medo ainda. Ainda por cima Heitor tirou à única coisa que eu tinha para lembrar da Alana, que me dava força para continuar de cabeça erguida porque muitas vezes eu tinha vontade de desistir de tudo e acabar com todo esse sofrimento.-Fica sentada aí é nao sai&n
Gabi narrandoFaz dois dias que eu estava trancada em um quarto sem ver ninguém, era um apartamento enorme pelo pouco que eu vi. Não foi nem Heitor que me trouxe nele e sim Marcos e um outro segurança e era um ou outro que acompanhava a senhora que sempre me trazia comida.Meus pensamentos sempre era minha filha e em minha mãe, quando eu estava com a Carla pelo menos eu conseguia mandar dinheiro para elas, por isso tentava fazer o máximo de programas por noite,porque pelo menos eu sabia quede alguma forma eu ajudava elas. Minha mãe não iria conseguir sozinha dar conta de tudo, comprar roupas, remédios, comida para Alana e ainda pagar água , luz e IPTU da casa. Mas eu tinha medo de perguntar para Heitor ou pedir isso à ele, a verdade é que eu não vi mais ele depois do dia que eu che
Gabi narrando Eu estava meio sonolenta com a quantidade de remédio que eu tinha tomado.- A alergia já amenizou - O médico falava para Heitor que estava do meu lado , foi o camarão que me deu alergia , só mais algumas horas em observação e você já vai poder ir para casa - Ele fala agora me olhando e eu assinto com a cabeça.- Obrigado doutor - Heitor diz para ele. - Tenho certeza que isso não vai acontecer de novo. - O doutor assente e sai da sala.Ficamos ali em silêncio, Heitor digitava alguma coisa em seu celular e eu prestava atenção na televisão que estava em inglês e a sorte era que antes de vir para cá, Carla me pagou um curso básico de inglês , at&e