Joana abriu a porta do apartamento e entrou carregando as inúmeras sacolas que tinha trazido da rua. Colocou todas em cima do sofá e foi até a geladeira tomar um copo de água. Estava um calor infernal naqueles últimos dias de dezembro e ela estava suada e ofegante. Também depois de passar o dia vagando entre as lojas da cidade não podia estar de outra forma.
Deixou-se cair no sofá e abriu o celular conferindo o saldo da sua conta. Tinha gastado demais. Pensou nas inúmeras peças de roupa e sapato que tinha comprado e mentalmente calculou a fatura do seu cartão de crédito para o mês seguinte. No entanto ela se acalmou pensando que iria ficar um mês ou dois no vermelho, mas aquilo não era nada para alguém que nunca tivera um centavo no bolso.
Abriu uma das sacolas e pegou uma calça jeans que tinha comprado em 10x. Era linda e era a calça dos seus son
Naquele tarde, Angel saiu da faculdade e Taylor a esperava cochilando dentro da caminhonete. Ela riu baixinho ao relembrar aquela mesma cena a mais de dois anos, ele dormindo no volante enquanto a esperava sair da faculdade. Ela parou em silêncio e observou o homem que tinha conquistado seu coração. Continuava o mesmo. Lindo, sensual, bruto a seu jeito, mas cheio de amor e cuidados para sua família. Não tinha do que reclamar. Tinha um marido perfeito.Ele pressentiu sua presença e abriu os olhos.- Ei, estava aí me observando, foi?Angel riu.- Estava. Não pode?Ela deu a volta e entrou no carro.- Onde está nosso filho?Taylor riu enquanto acariciava o rosto dela com dois dedos.- Hoje é sexta e eu o despachei para a casa da sua mãe. Vamos ficar um pouco sozinhos.Angel estava radiante.- Oba! Nós vamos sair? Vamos on
Taylor puxou a rédea do cavalo e parou observando a planície verdejante ao longe. Estava parado no limite das terras que um dia separaram a Fazenda Boa Esperança e a Fazenda Campo Belo. O gado pastava tranquilamente e o capim tremulava com os últimos raios de sol que saíam do horizonte. O coração de Taylor estava em paz. Não porque ele tinha recuperado todas as terras que um dia pertenceram a sua família, mas principalmente por saber que elas nunca tinham sido retiradas dele, ao contrário, estiveram sempre ali protegidas da insanidade de um homem consumido pelo ódio.Não tinha lembranças boas do seu passado. Agora podia enxergar que o amor que sempre sentiu por Rodolfo era unilateral. Revivendo detalhes da sua vida, ele percebeu que em nenhum momento Rodolfo tinha dito que o amava. Nunca o abraçou de forma calorosa e o que ele achava que era da sua própria natu
O tempo passou como um passe de mágica.Angel agora estava formada e trabalhava com os animais das fazenda, além de prestar outros atendimentos para fazendeiros vizinhos.Taylor tinha investido na criação de cavalos de raça e agora ele vendia embriões até para fora do país.Robert estava agora com cinco anos e era o melhor amigo do Theo. Melhor amigo era só maneira de dizer porque Theo já ia fazer nove anos e as vezes ralhava com ele porque ele não conseguia acompanhar todas as peraltices que ele fazia.Vanessa tinha resistido quanto pode, mas acabou aceitando o pedido de casamento de Murilo e eles agora estavam as voltas com os preparativos do casamento. A mãe de Murilo ainda não aceitava de bom grado o namoro do filho com Vanessa, mas Murilo tinha dado um ultimato para ela, avisando que se ela continuasse ofendendo a mulher que ele amava ele ia sair de casa
Taylor Belinari amarrou as rédeas do cavalo ao tronco da árvore e sentou no chão encostado no tronco do velho pé de mangueira. Era final de tarde e o tom alaranjado enfeitava o céu e trazia calmaria ao ambiente. Uma calma que não se estendia para o interior de Taylor. Ele estava inquieto. Não que aquilo fosse novidade, já que fazia muito tempo que ele não sentia paz interior. Olhou ao longe e viu as planícies verdejantes tremulando sob os raios do sol poente. Era uma visão linda de encher os olhos. As últimas chuvas tinham revitalizado o capim e ele agora exibia um verde escuro digno de uma boiada. Pena que ali só existiam duas ou três vacas que não dariam conta do farto capim que se descortinava à sua frente. Ele não lembrava, há quanto tempo não parava para admirar aquelas terras. Nos últimos anos sua vida fora longe dali e as poucas visitas eram rápidas e práticas, apenas para resolver problemas e ajudar a mãe com as decisões de uma fazenda velha e falida.
Angel Murat estava eufórica. Enfim ia poder sair à noite sem os pais. Lógico que tinha sido uma quebra de braços sem tamanho com o pai Robert para que ele a deixasse sair para um barzinho com as amigas.- Mas pai, eu agora já tenho dezoito anos, posso sair à noite sim.Robert tinha achado graça na forma como ela falou.- Você fez dezoito anos na semana passada, mocinha, não pode sair por aí em bares com esses seus amigos que só pensam em beber e namorar.- O que tem beber e namorar?- Não tem nada, mas você precisa ir devagar e além do mais você já tem namorado.Ela tinha torcido o nariz.- Eu não disse ainda que vou aceitar a namorar com o Murilo.- Você sabe que ele estava só esperando você ficar maior para pedir você em namoro, não é?- Sei sim, mas o Murilo é
Uma semana depois daquele vergonhoso encontro Angel procurava coragem para ir falar com Taylor.- Você vai na casa dele?!Ela encarou a amiga.- Vou, sim, Vanessa, vou falar com ele e pedir desculpas.- Porque não deixa isso pra lá? Você nem conhece ele direito.- De jeito nenhum, ele deve estar pensando muito mal de mim. Nunca mais vai querer falar comigo.Ela falou meio chorosa.Vanessa estava curiosa.- E você está doidinha pra falar com ele, não é?- Claro, Vanessa, quem não quer falar, beijar, fazer tudo com um homem daquele?- Cuidado, Angel, você sabe que seus pais não vão gostar nada disso, não é?- Só se você contar pra eles. Então amanhã quando eu voltar da faculdade eu vou lá na casa dele.Angel deixou a amiga em casa e foi para a fazenda. Ao chegar, foi direto en
No dia seguinte, pontualmente às sete horas, Angel tocou a buzina na entrada da fazenda de Taylor. Ele demorou apenas alguns segundos e apareceu na frente dela. Estava terrivelmente bonito. Aquelas calças justas, o cinto com uma fivela enorme e uma camisa branca de mangas compridas arregaçadas até o cotovelo deixavam á mostra o braço forte. Ele estava sem chapéu e o cabelo preto cacheado meio grande caía pela testa e dava certo charme ao rosto dele. E a boca? Era linda. Ele só precisava sorrir um pouco mais. Era muito sério, mas as poucas vezes que ela o vira sorrindo era de parar o coração de qualquer mulher. Meu Deus! Eu vou sair com Taylor Belinari sozinha à noite.Ela tentou controlar as batidas do coração e esperou ele entrar no carro.- Você quer ir no seu carro mesmo ou vamos no meu?Ela sorriu meio tonta com o perfume dele.<
Izabel observou o filho virar um copo de uísque e ficou preocupada. Ele não era de beber assim em casa. Alguma coisa o estava preocupando. Ele sempre fora meio calado e introspectivo, mas nos últimos tempos estava com um olhar triste e distante. Ela não fez nenhum comentário, mas sabia que ele tinha saído na noite anterior com a filha de Robert e aquilo pareceu deixá-lo ainda mais nervoso. Ela tentava entender os motivos para ele estar saindo com aquele menina e uma suspeita se formava em sua mente. Será que ele estava querendo se vingar de Robert através da filha? Se assim fosse ela não permitiria de jeito nenhum. Ele não podia envolver uma garota inocente naquela ideia maluca de vingança contra uma pessoa que não era um monstro como ele pensava. Ela só não podia contar todos os detalhes assim de hora para outra, mas tentaria dissuadia-lo daquela loucura.Aproximou-se del