Paulo ficou em silêncio por meio minuto após ouvir o que Mariana disse. Mariana também não disse nada. Depois de um longo tempo, Paulo finalmente falou: — Sair do país... quer dizer, para espairecer? — Não. — Respondeu Mariana. — Você lembra daquele projeto em parceria entre o hospital e um instituto de pesquisa estrangeiro? Quero ir para lá. Esse projeto já havia manifestado interesse em ter Mariana como participante, mas, na época, ela jamais consideraria sair do país. Se aceitasse agora, não seria algo de curto prazo; um ano ou dois talvez, mas poderia levar até três ou cinco anos para retornar. Paulo voltou a ficar em silêncio.Mariana quebrou o silêncio:— Você pode cuidar da burocracia do hospital para mim? Paulo assentiu com a cabeça. De repente, ele ergueu a mão e passou os dedos pelos cabelos de Mariana. Mariana ergueu os olhos para ele. Ele abaixou a mão e disse: — Certo, eu ajudo você. — Obrigada. — Respondeu Mariana com um leve aceno. Paulo perguntou:
Lucas tinha uma péssima impressão do pai.Gustavo, depois de remoer sua raiva em silêncio por um tempo, finalmente abriu a boca:— Ele fez coisas imperdoáveis com sua mãe e passou a vida inteira tentando se redimir. Mas nem assim ela conseguiu perdoá-lo. Eu sempre te ensinei desde pequeno: um passo errado e o resto da vida desmorona como um castelo de cartas. Tem que andar na linha, Lucas. Se casou? Então assuma suas responsabilidades, entendeu?!— Entendi. — Respondeu Lucas.— Entendeu nada! — Gustavo perdeu a paciência. — Acha que não percebo? Você não dá a mínima pra Mariana! Uma menina tão boa como ela, e você nem sequer tenta dar valor!— Vô, eu sei que errei. — Lucas respondeu, com a voz baixa. — É por isso que estou pedindo sua ajuda.— O que você precisa fazer agora é simples: tenha logo um filho com Mariana. — Gustavo decretou. — Depois que vier a criança, a relação de vocês melhora naturalmente.Lucas ficou em silêncio. Ele não tinha a menor intenção de ter um filho com Maria
Lucas ficou em silêncio por alguns segundos antes de romper o silêncio com uma voz gelada:— Você pode repetir o que disse? Só por causa de uma besteira dessas, você quer se divorciar de mim?!Talvez, na cabeça de Lucas, tudo o que ele havia feito não passasse de coisas insignificantes. Comprar presentes para Joana, nunca defender Mariana na frente dos amigos, ou até mesmo dizer a Pedro que ela era apenas “um passatempo para aliviar os desejos”. Tudo isso, para ele, parecia irrelevante.Mas, para Mariana, cada uma dessas ações era como se alguém apertasse seu coração com força, a ponto de espremer todo o sangue. Ela podia sentir cada gota caindo, uma após a outra, sem poder fazer nada para deter aquilo. Essa dor, pensava ela, ficaria marcada para sempre. E, pior, era um tipo de dor que ninguém jamais seria capaz de entender completamente.Com o rosto sério e inexpressivo, Mariana respondeu:— Lucas, talvez você nunca consiga entender como eu me sinto. Dizem que mesmo uma noite de casam
No pronto-socorro do Hospital São João.Após várias cirurgias, Mariana estava exausta e preparava-se para sair do trabalho. Enquanto trocava de roupa para ir embora, a porta se abriu repentinamente. Lucas apareceu na frente dela, vestido com um terno caro feito sob medida.O homem exibia uma postura nobre, seu rosto era austero e imponente, com sobrancelhas e olhos sérios. Seu nariz alto e lábios finos, com um queixo firme e bem delineado. Sem dúvida, ele tinha uma boa aparência.Porém, naquele momento, ele carregava nos braços uma garota pequena e delicada. Por trás de sua expressão fria, era impossível esconder o nervosismo. — Ela está ferida, dê uma olhada nela. — Lucas pediu.O olhar de Mariana pousou sobre o rosto da garota. Ela tinha uma aparência doce, com um olhar inocente. Mariana sabia que esse era exatamente o tipo de mulher que Lucas gostava. Mesmo depois de tantos anos, o gosto dele não mudou nem um pouco.— Onde você está machucada? — Mariana perguntou.— Torci o tornoz
O homem tinha uma aura fria e nobre, típica de alguém acostumado a altas posições, mas carregava uma simples sacola plástica preta. Sem dúvida, dentro dela estavam os produtos de higiene íntima que Joana precisava no momento.Mariana desviou o olhar e perguntou a ele: — O avô quer que jantemos na mansão esta noite. Você pode ir?Mas Lucas não olhou para ela. Seus olhos se fixaram em Joana: — Ainda sente dor na barriga? Você já tomou os medicamentos?Após dizer isso, ele estendeu a mão e passou a sacola. Joana sorriu timidamente ao o receber e lançou um olhar rápido para Mariana antes de responder: — Estou bem melhor agora, obrigada.— Pode ir, vou esperar você aqui. — Disse Lucas, olhando para ela com ternura nos olhos, e acrescentou: — Depois eu a levo para casa.Joana lançou mais um olhar cauteloso para Mariana e depois se virou e foi embora.— Então você me seguiu até aqui? — Lucas finalmente olhou para Mariana: — Valeu a pena?Mariana não se defendeu, apenas perguntou: — Senhor
O homem era alto e bonito; a moça era doce e delicada. Juntos, eles pareciam um casal perfeito. No entanto, neste tipo de evento, a maioria das pessoas estava em trajes formais, especialmente as mulheres, que competiam com vestidos deslumbrantes. Em contraste, a camiseta branca e calça jeans de Joana estavam um pouco fora de lugar.Evidentemente, Lucas não se importava com esses detalhes, mas ao ver Mariana vestida com um elegante e ajustado vestido de festa prateado, Joana mordeu o lábio inferior, e seu belo rosto mostrou um misto de constrangimento e desconforto.— O quê? — Lucas perguntou, com os olhos baixos.Joana murmurou baixinho: — Elas estão todas vestidas tão formalmente. Especialmente a Dra. Mariana, o vestido dela é muito bonito.Os olhos de Lucas, que acabara de desviar o olhar, ainda mostravam um toque de frieza. Assim que ele entrou, viu Mariana e Paulo conversando animadamente. Paulo até estava mexendo no cabelo da Mariana.“Pedi a ele para ter cuidado, o que ela está
Mariana não entendia nada dos assuntos de negócios, mas ela sabia que, desde o casamento entre as famílias Oliveira e Silva, a riqueza da família Silva tinha aumentado pelo menos três vezes. Mesmo assim, Mário ainda não estava satisfeito.Mariana largou os talheres, se levantou e disse: — Já terminei de comer. Vou indo, vocês podem continuar comendo.Mário berrou para ela: — Não se esqueça do que sua avó lhe disse antes de falecer!Mariana ficou paralisada, hesitou por alguns segundos e, finalmente, saiu.Mal chegou ao hospital, ela recebeu uma ligação de um número desconhecido. Inicialmente, não queria atender, mas o celular não parava de tocar, então ela acabou atendendo. Assim que atendeu, ouviu a voz de Joana, chorosa:— Dra. Mariana, venha rápido, o Lucas se machucou!Mariana correu apressada para lá e descobriu que a mão de Lucas já estava enfaixada. Ao vê-la, o Lucas franziu a testa. — O que você está fazendo aqui?Mariana olhou para Joana e, sem responder à pergunta de Lucas
Mariana olhou para o celular; ainda não era meia-noite. Ou seja, Lucas mal tinha terminado seus afazeres com ela, e já estava se apressando para o próximo compromisso, para consolar a Joana. Ele estava realmente ocupado.Mariana não sabia o que tinha acontecido, só ouviu os soluços de Joana. Lucas desligou o telefone e começou a se vestir. Mariana ainda sentia o corpo satisfeito e levemente dolorido após o prazer intenso. Deitada na cama, ela observava Lucas vestir as calças, cobrindo os músculos bem definidos de seu abdômen.Enquanto se vestia, ele disse: — O irmão de Joana sofreu um acidente de carro. Vou lá ver como está. Se for grave, ajude a entrar em contato com o hospital... Deixe para lá, venha comigo.Mariana não se moveu. Lucas já estava abotoando a camisa quando franziu a testa e olhou para ela. — Por que não está se mexendo?— Acho que não tenho obrigação de ajudar você a... — Ela ponderou por um momento, buscando as palavras adequadas, e continuou: — ... Ajudar o irmão