Lucas não fazia ideia de que quem estava tramando contra ele era seu melhor amigo.No caminho de volta para casa, pensava no rosto de Mariana e nas marcas de machucados que cobriam o corpo dela.Quando a encontrasse, o que deveria dizer?Pedir desculpas?Lucas sentia que talvez não conseguiria deixar o orgulho de lado.Além disso, ele já havia comprado um presente para ela. Será que Mariana não poderia aproveitar a deixa e facilitar a reconciliação?Quando chegou em casa, Gustavo já estava dormindo.Tudo estava silencioso. Lucas subiu as escadas lentamente e parou na porta do quarto, hesitando.Ele acabou levantando a mão para abrir a porta, mas esta se abriu por dentro.Ele imediatamente deu um passo para trás, ajustando a expressão no rosto, mas viu que quem saía era uma empregada.— Senhor. — Disse ela, respeitosamente. — O senhor voltou.Lucas perguntou:— O que você estava fazendo aqui?— A Sra. Mariana pediu para eu limpar o quarto antes de sair…— Mariana? Ela não está aqui?— A
Paulo ficou em silêncio por meio minuto após ouvir o que Mariana disse. Mariana também não disse nada. Depois de um longo tempo, Paulo finalmente falou: — Sair do país... quer dizer, para espairecer? — Não. — Respondeu Mariana. — Você lembra daquele projeto em parceria entre o hospital e um instituto de pesquisa estrangeiro? Quero ir para lá. Esse projeto já havia manifestado interesse em ter Mariana como participante, mas, na época, ela jamais consideraria sair do país. Se aceitasse agora, não seria algo de curto prazo; um ano ou dois talvez, mas poderia levar até três ou cinco anos para retornar. Paulo voltou a ficar em silêncio.Mariana quebrou o silêncio:— Você pode cuidar da burocracia do hospital para mim? Paulo assentiu com a cabeça. De repente, ele ergueu a mão e passou os dedos pelos cabelos de Mariana. Mariana ergueu os olhos para ele. Ele abaixou a mão e disse: — Certo, eu ajudo você. — Obrigada. — Respondeu Mariana com um leve aceno. Paulo perguntou:
Lucas tinha uma péssima impressão do pai.Gustavo, depois de remoer sua raiva em silêncio por um tempo, finalmente abriu a boca:— Ele fez coisas imperdoáveis com sua mãe e passou a vida inteira tentando se redimir. Mas nem assim ela conseguiu perdoá-lo. Eu sempre te ensinei desde pequeno: um passo errado e o resto da vida desmorona como um castelo de cartas. Tem que andar na linha, Lucas. Se casou? Então assuma suas responsabilidades, entendeu?!— Entendi. — Respondeu Lucas.— Entendeu nada! — Gustavo perdeu a paciência. — Acha que não percebo? Você não dá a mínima pra Mariana! Uma menina tão boa como ela, e você nem sequer tenta dar valor!— Vô, eu sei que errei. — Lucas respondeu, com a voz baixa. — É por isso que estou pedindo sua ajuda.— O que você precisa fazer agora é simples: tenha logo um filho com Mariana. — Gustavo decretou. — Depois que vier a criança, a relação de vocês melhora naturalmente.Lucas ficou em silêncio. Ele não tinha a menor intenção de ter um filho com Maria
Lucas ficou em silêncio por alguns segundos antes de romper o silêncio com uma voz gelada:— Você pode repetir o que disse? Só por causa de uma besteira dessas, você quer se divorciar de mim?!Talvez, na cabeça de Lucas, tudo o que ele havia feito não passasse de coisas insignificantes. Comprar presentes para Joana, nunca defender Mariana na frente dos amigos, ou até mesmo dizer a Pedro que ela era apenas “um passatempo para aliviar os desejos”. Tudo isso, para ele, parecia irrelevante.Mas, para Mariana, cada uma dessas ações era como se alguém apertasse seu coração com força, a ponto de espremer todo o sangue. Ela podia sentir cada gota caindo, uma após a outra, sem poder fazer nada para deter aquilo. Essa dor, pensava ela, ficaria marcada para sempre. E, pior, era um tipo de dor que ninguém jamais seria capaz de entender completamente.Com o rosto sério e inexpressivo, Mariana respondeu:— Lucas, talvez você nunca consiga entender como eu me sinto. Dizem que mesmo uma noite de casam
Felipe não hesitou nem por um segundo ao dizer que não tinha medo. Depois de alinharem alguns detalhes, Mariana finalmente foi tomar banho. Quando saiu do banheiro, encontrou Lucas no quarto.Mais cedo, lá embaixo, Gustavo havia lhe dado uma bronca daquelas. Disse que ele deveria ter levado Mariana para jantar, se divertir, fazer as pazes, mas, em vez disso, voltaram para casa sem nem sequer comer. Gustavo estava furioso, chamando-o de idiota por não saber como tratar uma mulher.Lucas já estava cheio de raiva, mas não ousou responder ao avô. Subiu as escadas pisando duro, o peito queimando de frustração. Ao entrar no quarto e ver a pilha de presentes ainda intacta, sem nem terem sido abertos, sua raiva atingiu o limite.Mariana, no entanto, agiu como se ele fosse invisível. Pegou suas roupas calmamente, pronta para sair do quarto.— Aonde você pensa que vai? — Lucas, com esforço, segurou a fúria e bloqueou a passagem dela.— Vou dormir no quarto de hóspedes hoje. — Mariana respondeu c
Naquela noite, Mariana acabou dormindo no quarto de hóspedes. Lucas, antes de sair do quarto, soltou-a com um movimento brusco e, na frente dela, chutou todos os presentes ainda embalados, espalhando-os pelo chão.O coração de Mariana, já em pedaços, sentiu-se ainda mais gelado. Ela passou a noite inteira sem conseguir dormir.Na manhã seguinte, Lucas já havia deixado a casa.Mariana tomou café da manhã em silêncio com Gustavo e, calmamente, expôs seus pensamentos. Ao final, disse:— Vô, me desculpe. Eu não consegui atender às suas expectativas. Não tenho mais como continuar com este casamento. O Lucas… ele não tem culpa. Se alguém falhou, fui eu.Gustavo permaneceu sentado no sofá, em silêncio por um longo tempo. Então, com um gesto delicado, estendeu a mão para tocar os cabelos macios de Mariana:— Mariana, sempre te considerei uma neta de verdade. Mas também tenho minhas falhas, minha própria teimosia. Foi essa teimosia que me fez insistir para você continuar nesse casamento, mesmo
— Está bem, eu entendi. — Felipe respondeu rapidamente. — Não falarei mais sobre isso. Mas, Mariana, eu vou esperar. Esperar até você me dar uma chance.Naquela tarde, a assembleia geral dos acionistas estava lotada.Lucas foi o último a entrar. Vestindo um terno preto impecável, ele emanava uma aura fria e autoritária, que fazia qualquer um hesitar até mesmo em encará-lo diretamente. A presença dele era intimidadora.A reunião ainda nem tinha começado, mas os mais atentos já haviam percebido algo estranho no ar.A atmosfera no salão estava pesada, o ambiente carregado com a frieza quase palpável de Lucas. Apesar de ele sempre ser conhecido por sua postura séria e imponente, hoje seu humor estava claramente pior. Era como se um vulcão prestes a entrar em erupção estivesse contido dentro dele.Ninguém ousava fazer o menor barulho. Até respirar parecia um risco. Embora fossem acionistas, todos sabiam que o sucesso da empresa dependia quase inteiramente das decisões de Lucas. Seu talento
O impacto de um divórcio envolvendo o presidente de uma empresa de capital aberto era algo que todos os acionistas presentes conheciam muito bem. Mas, o que realmente os deixou perplexos não foi a simples menção ao divórcio, e sim o fato de que alguém ousava pedir o divórcio de Lucas.Lucas sempre foi um homem reservado, com uma postura fria e distante, que raramente demonstrava emoções. Não era exatamente o tipo de homem atencioso ou carinhoso com as mulheres. Porém, os rumores que circulavam nos corredores da empresa indicavam algo mais: ultimamente, ele vinha demonstrando um comportamento peculiar com uma nova funcionária da secretaria da companhia.Diziam que Lucas não apenas tratava a moça com uma atenção incomum, mas também a presenteava com itens de luxo. Bolsas caras, joias, e sabe-se lá o quê mais.Claro, um caso extraconjugal nunca é algo aceitável. Mas, para alguém como Lucas com sua posição e poder, ter casos fora do casamento era quase... esperado.Na verdade, para aqueles