2 meses depois...
O verão bate na minha janela as 6:30 da manhã. Anunciando que la fora ha um dia lindo para ser aproveitado.
Mas pra mim é so mais um dia apodrecendo e descogelando como uma carne. Literalmente.
Me levanto e vou ate o espelho da minha cômoda. Os cabelos longos caídos no meu ombro da cor de caramelo me deixa desanimada. A peruca foi escolhida pela minha mãe, alegando que o caramelo iria iluminar meus olhos verdes.
Ela tinha razão. Iluminou os meus olhos. E minha pele extremamente branca faz eu aparecer uma pessoa que mora na Alasca. Eu me sentiria bonita até, se algo dentro e mim não tivesse me destruindo aos poucos.
Não sinto gosto de nada, vomito tudo que como, e não tenho tanta força assim para correr.
Faco um coque na peruca para não molhar e vou ao banheiro tomar uma banho. Lá mesmo faço minha higienes e saio de toalha, me sentindo gelada.
Boto uma calça jeans, uma blusa e um casaco de moletom. Junto um tênis ao look e booom. A Júlia de semlre esta ai. Arrumada para mais um dia cheio de pioras e radioterapia.
Não faço sobrancelhas e muito menos boto um cilios postiços. Não tenho nada a esconder a muito tempo.
Pego a mochila e vou ate a cozinha onde eu encontro, mamãe, papai e meus irmãos. Júlio e Juliano.
- Bom dia- comprimentei sentando no meu lugar de costume.
- Bom dia querida.- minha mãe botou uma caneca de café na minha frente. Sorri em agradecimento.
- Animada para seu ultimo ano?- pergunta meu pai.
- Nem um pouco. - respondi comendo uma torrada. - E vocês prontos para mais um ano?
- Eu to animado! Enfim ensino médio- Disse Júlio.
- Não é grande coisas- disse Juliano rindo.
- Estraga prazeres. - ri com Juliano com a cara de desagradável de Júlio.
- Vamos, vamos que vocês dois vão se atrasar- disse minha mãe olhando aonde relógio e pegando sua bolsa.
- Ok.- essa manhã eu estava com um apetite bom. Peguei mais uma torrada e em seguida minha mochila. - Tchau pai. E traz a Mônica. - falei olhando para Juliano com Julio rindo logo atrás.
- Julia!- me repreendeu Juliano.
- É verdade. Ja pedi Maria para fazer o bolo de carne.
- Ela só é uma amiga. Mãe!- Juliano fez um olhar de ajuda e todos paramos para olhar para mamãe.
- Traz a Mônica!- todos rimos e seguimos nosso caminho.
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Mamãe estacionou o carro em frente ao colégio e Júlio logo desceu só dizendo um tchau. Ele realmente estava animado com a chegada no colégio. Respitei fundo e desci do carro.
- Tenha um bom dia querida.
- Obrigada mãe. Te vejo depois . Te amo.
- Te amo mais. - ela me lançou um beijo e eu sorri, logo assim lhe dando as costas.
Caminhei em direção ao portão e passei por eles. Vi as mesmas pessoas do ano passado. E algumas novas, vindo do ensino fundamental e outras chegando esse ano.
Passei direto entre as pessoas e caminhei ate o final e virei a esquerda que dava para o patio principal, no qul tinha muito mais gente.
Fui até o quadro onde continha o nome dos alunos e o numero das salas onde iam ter suas aulas. Anotei todas as aulas que tinha durante todo o ano e fui para minha primeira sala: 305: aula de literatura.
Otimo jeito de começar o ano.
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Massageio minha têmporas, para tentar amenizar minha dor de cabeça que começou cedo neste dia. Que saco.
O sinal toca e logo os alunos arrumam suas coisas para ir até a proxima aula. Guardo minha coisas e saio da sala segurando minha agenda onde anotei os horários.
Aproveito e pego meus comprimidos no lado da mochila. Abro o pote, tento pegar um comprimido mas alguem esbarra em mim, fazendo todos eles se espalhar no chão.- Droga.
- Foi mal.- olhei para o causador disso e vi o Thomas
- Tudo bem. - comecei a catar os que estavam a vista botando no pote. Assim que terminei eu levantei e Thomas ainda estava lá.
- Alguns dos seus comprimidos. - estendeu a mão em minha direção e eu o peguei.
- Obrigada- desviei dele e fui para minha sala.
Essa foi a primeira vez que tive qualquer contato com Thomas. Ele chegou aqui ano passado, no meio do ano, e com o rosto quadrado, pose se galã e fisico de capitão do time, ele logo caiu nas graças do pessoal. Apesar de ser bolsista aqui na escola, ele ficou popular bem rápido.
E como todos os outros, eu queria era distância.
ThomasEu finalmente tinha conseguido a bolsa na escola que eu tentava desde quando fui pro ensino médio. Fui aceito em uma das melhores escolas do estado, o que vai fazer do meu futuro, uma coisa bem legal.Conhecer as pessoas daquele lugar foi umas das melhores coisas que me aconteceu. Elas eram legais, e os professorea bem competentes.E não. Eu não faco parte do time da escola, e não namoro a líder de torcida. E nem gosto de nenhumas delas, sexualmente falando. Eu sou bem egoísta nesse negocio de mulher.Não sou de ficar, muito menos de tranzar com qualquer uma.Eu escolho e olha eu sou bem seletivo. Quero alguem pra somar comigo, sonhos. Isso sim.Mas devo confessar que tem uma menina que me entriga.Julia. Julia Bettencourt. A filha da dona da escola. Ela é... Como vou dizer? Distante. Não fala com ninguém, não esboça um sorriso, mal come.
JuliaNão consegui dormi essa noite.Parece que os efeitos da radioterapia tinham se triplicado essa noite, me fazendo de pesadelos.Desisti de ficar deitada na cama quando já era 6 horas da manhã, decidi levantar e fazer o meu habitual de todas as manhãs antes de ir para escola. Hoje o sol estava mais quente então resolvi colocar uma blusa de frio fina, pois creio que hoje não sentirei muito Frio.Olhei no relógio e já eram 7:05 da manhã e já estava na hora de minha mãe levar eu e o meu irmão para escola. Quando peguei minha mochila a porta se abre revelando minha mãe.- Já está arrumada querida? Achei que precisava ficar descansando hoje- disse ela entrando no meu quarto.- Eu to melhor mãe. Não se preocupe.- eu não estava bem. Ainda sentia dor de cabeca e enjôo, mas não queria o olhar de pena da minh mãe sobre mim o dia todo!- Tudo bem- ela s
ThomasChutei uma pedra pequena que estávamos no caminho, enquanto eu voltava na direção dos meus amigos.Olhei para trás a tempo de ver Julia virar para esquerda indo em direção de alguma sala.- Calma- falou Kelly quando eu sentei no lugar que estava anteriormente- Ela falou com você?- É. Eu vi vocês na esquina da escola juntos.- Josh falou e olhei para todos e eles me olhavam apreensivo.- O que ela tem?- perguntei para eles que se entre olharam- Ela falou para perguntar vocês.- Ela falou isso?- Aurora se pronunciou.- Sim!- passei a mão sobre os cabelos- Pelo jeito ela não me quer por perto.- Ela tem seus motivos de querer ficar só.- Kelly disse mechendo no cabelo de Aurora.- Tá. Me contém então o porquê.Eles novamente se entreolharam, como se estivessem em guerra para ver quem falari
JúliaEu não sabia que horas era. Afinal não fiz questão de olhar no celular assim que acordei. Decidi que não iria a escola naquela manhã.Meus pensamentos estão vagando como meteoro no espaço da minha cabeça. Ideias. Sonhos. Amigos. Escola. Faculdade. Familia.E sem querer o Brian apareceu nessa chiva de meteoros. Seu sorriso, como falava dos seus sonhos comigo.Não. Eu não o amo. Nunca amei. Eu gosta muito. Muito dele, mas não cheguei a ama-lo. Também não deu tempo.Não me importa. Eu não sei porque ainda penso nele. Eu sei que eu entendo o lado dele, não que porra de desculpa era aquela? Não quero me apegar porquê você pode partir!Idiota.Droga. Burra burra, burra. Isso que você é Júlia. Burra que não sabe escolher. Droga ele era quase o meu namorado.Passei a mão no rosto limpando duas lágrimas que resolveram cai
JúliaTalvez esse foi o pior dia da minha vida. Não. O segundo pior dia da minha vida.Faz um pouco mais de dois anos que eu tenho essa maldita doença, e nunca aconteceu essa droga comigo. Mas meu corpo mais uma vez não quis lutar contra isso.Logo após o almoço na sexta, que eu tive a ilustra presença da figura, vulgo Thomas, eu estava me sentindo... Bem? É. Muito bem. Mas foi por causa do Donuts que ele trouxe.Mas esse bem não durou muito. Pela madrugada, comecei com uma tosse que moderou de leve até fica insuportavelmente incomoda. Eu tentei abafar com travesseiro a final de contas eu não queria acorda meus pais. Era apenas eu tomar o remédio que me foi receitado para esse tipo de situação. E assim eu fiz.Não demorou muito para eu estar no banheiro vomitando tudo, inclusive o remédio. Agradeci aos céus por ter banheiro no meu quarto, se não ja teria acordado meus pais e me
JúliaMeus pés estão úmidos pela grama molhada. Mechendo meus pés sinto a grama fazer cócegas e solto um sorriso. Sempre adorei sentir essa sensação.- Querida?- ouço uma voz e levanto a cabeça para onde ela vinha- Júlia querida, entra. - era minha Helena- O bolo de milho que eu fiz ja esfriou. Venha- ela disse sorrindo.- Vovó?- perguntei olhando para ela não acreditando. Ao olhar a entrada da casa, reparo que é a casa na qual eu passei minha infância inteira.- Vamos Júlia- me chamou mais uma vez entrando na casa. Dou um passo para seguir em frente mas algo me faz volta um passo atrás.Olho uma especie de mochila de rodas com um tubo de oxigênio, conectado a um catete que vinha ate mim. Botei a mão no nariz, o que me fez lembrar do hospital e da sensação de morte no corredor da minha casa.Pego na alça na mochila e a puxo seguindo para a entrada da casa. Entro
ThomasO que seria a paz? Tipo qual o significado? O porqu do existir da palavra ja que desde o princio existiu jardim do éden, como ja dizia minha mãe.Procurei no nosso tio google a resposta da minha pergunta. O que estava escrito era:pazsubstantivo feminino1.relação entre pessoas que não estão em conflito; acordo, concórdia.2.relação tranquila entre cidadãos; ausência de problemas, de violência."o bom funcionamento da justiça garante a p."Então porque caramba a Júlia queria paz se ela não estava em conflito comigo? Talvez se eu desenhasse uma pomba branca na minha cara, ela visse que eu só quero protejer ela. Ficar perto dela.Que
Júlia As semanas que sucederam ao meu " choque de realidade dado por alguém que está morta", passaram rápido.Um mês depois eu já não precisava do catete para ter uma vida normal. Tomava oxigênio antes de sair de casa e antes de dormir o que estava me ajudando bastante. Voltei também com minhas consultas no psicólogo que eu não ia a tempo.Parece que minha relação com meus amigos não mudou, continuava do jeito que eu tinha deixadobquando eu resolvi me afastar de todos.Sem contar com a minha mais nova relação do momento. A amizade com Thomas. Ele tem sido bastante prestativo por conta de ter ganhado um carro do pai, que descobri mais tarde que era mecânico. Todas as manhãs ele vem me buscar, melhor reformulando a mim e o Júlio. As sextas ainda tenho quimioterapia o que me deixa menos mal que a radioterapia.E hoje era seu dia. O dia que estou bem cansada mas o meu corpo ainda